Como se conhece
A análise dispersa o nosso conhecimento no afã de o entender, de conhecer mais, de conhecer até ao fim; dispersa-nos.
A sÃntese pelo contrário reúne-nos porque tomamos as pontas do conhecimento e as amassamos fazendo dele uma bola de concretude.
O problema é que para conseguirmos a sÃntese - a segunda, a final - temos de nos arriscar na análise para criar as pontas, a massa da amassadura em que, as mais das vezes, nos perdemos .
Por causa disso a vida, a vida do pensamento é uma aventura tão perigosa.
E é por essa razão que muitas vezes, por preguiça e(ou) por medo, preferimos ficar na sÃntese inicial ou dispersos, na análise.
Há assim três tipos de pessoas : As superficiais que tratam as primeiras sÃnteses, as meras percepções dos sentidos, como se fossem a realidade e as combinam em sÃnteses complexas afastando-se cada vez mais da verdadeira realidade . Aqueles que param na análise e combinam as pontas da realidade criando cada vez mais pontas em que, finalmente, se perdem e finalmente os que fazem as sÃnteses finais chegam ao conhecimento real o qual porém gera um conhecimento contrário que precisa de ser superado por um novo processo de sÃntese análise e sÃntese, indefinidamente.
É claro que nenhum destes tipos de pessoas existe efectivamente. Existem apenas como possibilidades de ser.
Se a percepção é simples podemos fazer a análise, e a sÃntese final sem dar por isso .
Se é um pouco mais complexa podemos parar na análise convencidos de que chegamos ao fim do processo do conhecimento. E por vezes já a sensação é tão complexa que, só ela, nos cansa e não nos animamos a ir mais longe.
O que distingue as pessoas é que algumas são capazes de passar à análise num caso em que outras se ficam pela primeira sÃntese e outras são capazes, por vezes, de ir até ao fim nos casos em que outras se ficam pela análise .
Poucos são aqueles que ousam tentar ultrapassar as contradições até porque, para isso precisam, de voltar à quilo que parece ser o princÃpio se não se tiver um olho arguto capaz de perceber que esse princÃpio está num plano superior .
Que chatice ein ! Será que serei capaz de passar à análise...(?)
Geraldes de Carvalho