Dolores
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Porque nos revemos uns nos outros....
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« em: Agosto 16, 2009, 12:37:37 » |
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Hoje, quando chegar a casa, vou-me colocar de “papo para o arâ€, já que não nasci com o “cu virado para a luaâ€. Expressões que dignificam o ser numa linguagem perfeita, e até, se pensarmos bem, nos reconforta localizando o espaço envolvente. É um hábito, avaliarmos a personalidade de alguém através de expressões como “aquela pessoa tem maus fÃgados†e coitados de nós que não sabemos o que à transparência podemos revelar - os órgãos, sendo estes um refúgio para os maus fluidos. Por falar em maus fluidos, importa aqui realçar que, o que recebemos dos outros, poderá ser uma coincidência dentro da anormalidade de certos fÃgados. Enfim, há gostos para tudo, assim como fluidos disto e daquilo, depende do que eles conseguirem absorver.
Estou então no plexo solar. Mas ter estômago para tudo, é que eu não consigo e dou comigo a viajar pelos outros órgãos detendo-me na base da coluna vertebral e foco-me nos canais adjacentes, Que coisa! Eu agora aqui a pensar em canais, quando só me resta um canal possÃvel – canalizar, receber…entranham-se espécies duma raridade tal, que dá um gozo tremendo, mas há os que são insustentáveis, impenetráveis. Vou mais acima e paro num ponto, o batimento cardÃaco e aà reside tudo o que sou; ou eu e tu, ou tu e eu, tanto se me dá, como se me deu, e se “Serâ€, depende de tantos “se’sâ€, então quando chegar ao fim e ainda estiver nesta posição horizontal, logo se vê. Por agora abro-me a abraços e carinhos, um amor com cheiro a rosas e alguns adornos de sedas - dão um certo charme na formação de um “ninhoâ€. Mas é estranho, e não sei o que está para lá do ranger desta porta, tentando resistir a temporais que trazem gélidas paisagens, daquelas que só permitem ver alguns fios de luz pelas frestas semi-fechadas. Preciso urgentemente descobrir uma passagem, nem que para isso, tenha que nascer de novo, mas agora de “cu virado para a luaâ€.
Continuando a minha caminhada, tenho agora em mente, a mente, e foco-me no alto da cabeça. Assim deixo de estar nas posições horizontal. Prefiro a posição vertical para sentir que o que está em cima toca o que está em baixo. Sou um pilar por onde atravessam correntes espessas que nos deixam balizadas contra a terra firme. Mas isto agora é outro problema. Como vou conseguir abafar as armadilhas da mente e sossegar este ego esfomeado? Que sorte a minha ter-te aqui agora (amiga do peito), que me entendes nestas minhas simulações; a base da coluna que se encosta ao plexo solar e este batimento cardÃaco que resolve passear pelos corredores do ego. Sem a tua ajuda não poderia lá chegar, ficaria por estes pensamentos correntes, em dias contados de versos cansados e temas mais que engaiolados. Estou agora presa na tua pequena gaiola… Às escuras encontro-te, mesmo que sinta aquela aridez das noites nuas que passam por entre as frestas de portas desgastadas pela erosão do tempo. Ouvem-se agora as notas nos arrabaldes de uma certa escala musical. - Qual o tempo? - Sem tempo. Esqueci-me do meu cantar. Ficou-se pela nota imediatamente abaixo do “Dóâ€. Do(r)me agora com um mero desejo de ficar centrado na escuridão da noite.
Um de muitos de um romance c/tÃtulo - "Às Escuras Encontro-te"
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