Oswaldo Eurico Rodrigues
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Amo a Literatura e as artes.
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« em: Janeiro 26, 2011, 15:57:36 » |
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Barreirinhas Os Lençóis Maranhenses sempre foram um sonho para mim. Na realidade, o Maranhão em si. A distância entre a Terra de Machado de Assis e a Terra de Gonçalves Dias é enorme. De avião também não é tão rápido, mas economizam-se, em média, dois dias e vinte horas no percurso. Melhor assim. Pois comprei as passagens e rumei para o Norte do Nordeste. A viagem foi tranquila e rápida. Duas horas e meia de vôo e cheguei a São LuÃs. Era madrugada. Fui para casa da famÃlia da Dona ImÃdia. Dormi e acordei muito tarde morrendo de vergonha por isso. Comi alguma coisa e fui para uma lan house próxima. No dia seguinte já estava no Centro Histórico, o Reviver. Conheci museus, passeei por entre os casarões de azulejos. Tudo era muito bom, mas os lençóis me aguardavam. Minha rotina era casa no Bairro de Fátima e Reviver. Numa dessas minhas andanças, fui até uma agência e comprei um pacote para Barreirinhas. No dia seguinte apanharam-me num microônibus, deixaram-me na pousada em Barreirinhas. Almocei por lá e entrei num veÃculo de tração até o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. As piscinas naturais estavam secas devido à época do ano. Somente a Lagoa do Peixe estava cheia. De onde apeamos do carro até entrarmos na água, foi muito tempo de caminhada nas dunas claras de doer os olhos apesar do tempo nublado. SubÃamos e descÃamos (esqueci de dizer que conheci pessoas muito interessantes durante a viagem e formamos um grupo desses que provavelmente nunca mais voltará a se reencontrar) no vento nos montes e montes de areia. A caravana prosseguia no deserto rumo à Lagoa anunciada. No caminho de volta, uma senhora bastante alquebrada pelo tempo, pareceu não conseguir continuar. Que nada! Cinco minutos depois chegou ela lépida e fagueira em seu corpinho miúdo coberto por um vestido azul. Era a única de vestido naquele lugar tão exótico mesmo para os filhos da terra. ParecÃamos estar em outra época. Distante. LongÃnqua. A mais próxima talvez fosse ela. Independente da idade. Seu olhar era o de outro tempo. Um tempo, que como os demais, não volta, mas se anuncia e prenuncia com outras roupagens. Um tempo único e móvel ao mesmo tempo aqui, ali e acolá, volátil, inconstante e marcante como as areias dos Lençóis no seu eterno movimento.
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