Josefu
Novo por cá
Offline
Sexo:
Mensagens: 21 Convidados: 0
Muito se engana quem pensa...
|
|
« em: Abril 24, 2011, 23:34:09 » |
|
Era uma vez um moleiro – aquele sujeito que, até ao século passado, usava o moinho (de água ou de vento) para moer o grão dos cereais e assim produzir a farinha que, depois, transportava para o padeiro – que era dono de dois burros, cada qual com as suas manias. Como acontece entre as pessoas, também não há burros iguais. Para conseguir que um desses burros carregasse os sacos e caminhasse até ao padeiro sem hesitar, o nosso moleiro punha-lhe à frente da fuça uma cenoura. Com o cheiro e a ideia de alcançar a cenoura, o burro lá ia caminhando todo lampeiro até ao destino. É claro que só nessa altura recebia a dita cenourinha, como recompensa. Ficava com a barriga vazia, mas também ficava com a esperança de obter em breve uma nova cenoura. E, como burro que era, nem imaginava outra coisa… O problema é que a receita (cenoura à frente do nariz) não dava resultado com o outro burro! Como nada conseguia com este asno, o nosso moleiro fez apelo a um amigo seu que tinha fama de domador de burros, para que o ajudasse no sentido de ensinar a este burro mais relapso, as boas maneiras a troco de alguns cobres, bem entendido. Ao fim de algum tempo e energia gastos, o domador conseguiu o seu objectivo e o moleiro, os seus intentos; os moleiros descobriam sempre, mais cedo ou mais tarde, por formas mais ou menos engenhosas, como dominar e pôr a trabalhar os burros, embora por vezes, tivessem que empregar os grandes meios (leia-se umas porretadas valentes). Pois então, que fórmula encontrou o domador contratado por este empresário do século passado, para convencer o burro, mais renitente, a trabalhar de bom grado? Experimentou colocar na cenoura vários odores, pintar a mesma de várias cores, juntar-lhe umas folhas. E foi aqui que o burro mais desobediente alinhou, finalmente. Uma cenoura com folhas! Os moleiros de hoje continuam a escolher as cenouras consoante as manias dos seus burros, na convicção de que, assim, os controlam, dominam e fazem trabalhar, sem qualquer reclamação mais incomodativa e, se por acaso, ela acontecer, as tais porretadas estão de reserva… E não é que conseguem mesmo manter os burros mansos e obedientes?!...
|