Alexa Wolf
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Sou uma menina traquinas, que gosta de escrever!
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« em: Novembro 11, 2011, 10:00:22 » |
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NO corredor da morte psicológica
Desejei entrar pelos bosques e perder-me na magia das suas brumas matinais. Entre os enganos e desenganos de uma vida inteira, nada mais me restava fazer ou assim pensava eu, pensava que tinha nascido livre como qualquer ser humano vulgar, mas não! Não fui livre de nascer quando chegou a minha hora, quando quis, quando deveria acordar para uma vida plena. Contrariaram a hora desse acontecimento, causando o sofrimento a quem me gerou e à minha triste pessoa, insignificante e não desejada sobrevivência. Foi-me traçado nessas horas o meu fado, uma vida inteira de batalhas, angustias, desilusões e a luta incessante de acabar com a minha transparência aos olhos de quem quer que seja. Não sei porque me dou ao trabalho de permanecer como guerreira, quando não passo de uma escrava a quem desprezam e somente sabem que existe quando necessitam dos seus serviços, para não haver depois um carinho ou uma simples palavra de agradecimento. Decidi por um fim nesta miserável existência, mas nem assim fui bem sucedida, não o permitiram cobardes… Seria uma batalha ganha por mim, mas o desdito fado massacra-me até nestas horas mais sombrias, os meus carrascos não podem perder assim em vão a sua cobaia para as suas inquisidoras torturas fÃsicas e psicológicas. Não adianta dizer que estou cansada, não adianta a revolta, as lágrimas, o desespero, não me resolve o inferno onde me atiraram e de onde não me deixam sair. O pouco que tinha de meu, tiraram-me, arrancaram-me, voltei à estaca zero, creio que pior ainda, com pontos negativos… estou desenganada, quero lutar mas faltam-me as forças, o empenho, a auto estima, sinto-me presa por correntes gigantes, completamente nua e desprotegida, esperando a minha derradeira condenação que tarda em ser executada. Assim permaneço neste cativeiro, insuportável, sem amor, sem salvação tal e qual um prisioneiro no corredor da morte. A natureza grita-me, apela-me, chama por mim, convida-me a afundar-me nela e a encontrar a paz tão ambicionada, mas estes grilhões que me prendem, matam-me lenta e maquiavelicamente com requintes de malvadez. Resta-me sonhar, escrever nestas páginas mentais, tudo aquilo que jamais poderão invadir e arrancar à força, deliberadamente como sempre fizeram desde que me conheço. No dia que os meus olhos se fecharem, poderei finalmente dizer: - Estou feliz!
(Do meu livro ainda no prelo)
Alexa
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