Alberto Gonçalves
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« em: Novembro 14, 2011, 22:54:51 » |
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Hoje o dia acordou de forma maravilhosa, ao sair de casa cruzei-me com uma raposa, sim uma raposa majestosa. Hoje a natureza brindou-me com uma visão magnifica, certamente um sinal de que vou ter um bom dia, pelo menos eu assim o espero! Sei que sou um dos afortunados que vive no campo mas que trabalha na cidade, é delicioso sair da cidade em direcção ao campo, lá a vida corre com uma velocidade e uma direcção diferente.
Aqui no nosso reino de fantasia as conversas são as do costume, as mesmas atitudes, os mesmos passos! Não posso deixar-me de me questionar se estes senhores quase doutores ou qualquer coisa do género, quando trabalham lá fora para o capital também requisitam um "escravo" para lhes carregar o material! Preciso que me ajudem num pequeno esclarecimento que há muito que me atormenta a alma, custa assim tanto dar um BOM DIA? Será que perdemos alguma coisa em nos saudarmos? Se calhar já há muito que perdemos! Já há muito que deixamos de viver em sociedade e passamos a viver como indivÃduos que habitam um lugar apenas seu, alheios aos outros. É algo que muito sinceramente me escapa, faz tão bem sermos cordeais. E, até ver um "bom dia", um "obrigado" ou um "excelente trabalho" são ainda de borla! Felizmente neste nosso reino ainda são poucos os que nos tratam com indiferença.
O dia corre macio, nove horas e quase nada acontece. Ainda há quem beba café para despertar, tal como tantas outras esta é uma manhã que começa com ritmos diferentes. Acabou de entrar uma daquelas personagens que quase ninguém se dá conta que existe, aquelas pessoas que nos escapam pelas entrelinhas da vida, mas que sem elas os reinos não funcionam. No dia-a-dia não damos por elas, mas quando nos falham são do piorio, uns desgraçados que merecem tudo de mau! Olhamos para eles com indiferença, para muitos de nós representam apenas um dente da roldana que é a nossa vida... mas a roldana precisa de todos os seus dentes para girar, nunca o esqueçam!
Que dizer a um homem que se acerca de nós e nos diz que foi roubado? Pergunto-lhe o que lhe roubaram! Diz-me ele, a Esperança...
Nada lhe disse, não podia... queria, mas não podia! Uma palavra tão simples, ESPERANÇA, mas tão carregada de emoção. Como é que uma afirmação destas nos desmoraliza tanto e nos torna tão amargos? Será que quando as elites reinantes alcançam a sabedoria das soluções que não meras conclusões ponderam o lado humano das mesmas? Digo-vos com muita sinceridade, estou muito cansado deste reino que de fantasia tem muito pouco. Será que a visão daquela raposa era um sinal para me manter lá pelo campo? Se calhar era! Gostava de saber o que os meus colegas fazem ou dizem nestas situações, certamente umas palavras de circunstancia, desprovidas de qualquer sentimento. Infelizmente não sou capaz de o fazer...
Hoje vou mesmo ficar por aqui, este último evento causou-me um certo mal estar. Amanhã será outro dia...
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