Aventura intelectual (Guacira)

Humilde buscadora curiosa, insaciável e ousada como sou, me sinto cada vez mais estimulada a empreender aventuras intelectuais, especialmente confortada pelo que ouvi, a quase dois anos, de Edgar Morim pessoalmente, e mais, terem existido desde sempre muito mais curiosos, ousados e aventureiros, como, Galileu, Pitágoras (570 a.C); Anaximandro de Mileto (609-10 a. C); Heráclito de Éfeso, denominado pai da dialética; Demócrito, expoente da teoria atômica, que sistematizou (já àquela época...) o pensamento e a teoria, tendo avançado o conceito sobre a infinitude do universo, e por aí vai... todos, homens pioneiros ousados, criativos estudiosos, que formularam e propuseram teorias sem aval dos doutorados pela academia. Aliás, eu chegaria até Nostradamus; por que não? Mas o meu interesse é ousar, aventurar o pensamento, a minha capacidade criativa, a possibilidade de buscar interrelações, usando a minha capacidade de pensar; não tenho interesse em ficar ”polindo” o pensamento dos outros nem de propor alguma teoria. E um bom exercício é buscar convergências entre pensadores soltando o meu próprio pensamento, explorando outros universos; esta é a verdadeira aventura intelectual; o nascimento do pensamento novo, que se dá a partir de um processo exploratório, que pode significar em ultima análise um mergulho no pensar amplo, mestiço, plural, ou...pós moderno...
Bem...a essa altura já estarão me classificando de arrogante, pretensiosa ou louca mesmo... Mas é isso aí e talvez, neste caso aqui, possa até invocar o “penso, logo, existo...” tão injustiçado, e nem me preocupo que entendam o que quero dizer...Mas pergunto: de onde se origina o conhecimento, até hoje, apesar de toda a presciência ou pretensa genialidade do mundo contemporâneo? Não é no nosso velho e conhecido senso comum? Aliado à prática, às experiências ele é, originalmente ciência, pensamento e pura filosofia; eu não disse Filosofia pura...Existe um filósofo contemporâneo (acadêmico de muitos títulos, como as pessoas gostam), chamado Roberto Machado, que disse: “hoje é mais importante saber um pouco de muitas coisas – de filosofia e do que está fora dela – do que muito de uma coisa só” (Rev.Conhecimento Prático - Filosofia nº 32).
Pensar, para mim, essencialmente, é uma espetacular demonstração de consciência, de sensibilidade, pelo menos até agora, entendida como um privilégio do ser humano (embora eu não creia nisso). Entretanto, poder-se-á, daqui a pouco, chegar à consideração de que aqueles tidos como irracionais também pensam e eu, sinceramente, acho que sim. Até porque, não é incomum hoje, com toda a evolução, os que são entendidos como racionais, não pensarem...seria isso evolução? Um caso a ser pensado, pois, há, decerto, grande proximidade entre a Biologia e a Filosofia, quando se trata da questão, vida.