SOBREMESA - Excerto 3

[josé antonio]

TIAGO

A chuva daquela manhã tinha um som diferente quando bati no pára-brisas do carro, parecendo querer segredar algo de misterioso e simultaneamente já conhecido dele, como que um grito surdo de dor muito dorida. Nos intervalos dos aguaceiros, surgia um arco-íris com a imensidão de uma estrada que só ele parecia saber aonde terminava. Ou talvez não.
No sítio do costume, tudo continuava igual. Sobreviviam dentro dum ambiente cinzento-escuro, toleravam-se e entreajudavam-se com o jogo ridículo do sempre útil e atual, disse que não disse, e outros mais ridículos ainda. 
Talvez porque já irremediavelmente resignado, o dia chegou muito mais depressa ao fim.
Escuro, chuvoso e frio.
Vazio.
De tudo.
Por tudo.

( In " Sobremesa" página 15 )

José António Pinto

[margarida]

Continuo a ler

[josé antonio]

Bom dia Margarida,

Faz bem!

Vou tentar postar mais alguns excertos, para partilhar o romance com quem não teve oportunidade de o adquirir.

Abraço

JA

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Quero saber como ler o romance aqui no Brasil. Estou gostando da leitura dos excertos.

[josé antonio]

Porque sou boa pessoa e tenho a escrita como um ato de partilha, envia-me para o meu endereço pessoal o teu domicilio que eu te enviarei um exemplar.

JA

[helenacosta]

 "Por tudo" Continuo...

[josé antonio]

Helena,

A pedido de várias famílias irei continuar a postagem de mais alguns excertos.

JA