gdec2001
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« em: Dezembro 08, 2013, 20:12:31 » |
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Mas desculpe estou aqui a maçá-la... Não, não . Acho a sua história verdadeiramente maravilhosa, maravilhosa. Sabe, eu vivi sempre em cidades e por isso me encanto com os relatos da vida nas aldeias . Ficaram algum tempo calados. Ele acabou de beber a sua cerveja e ela uma bebida avermelhada, que nem sei bem o que era ; talvez sumo de tomate... Por fim ela disse: Vamos dar uma volta. Ele levantou-se e seguiu-a depois de pagar a conta. Ela começou a subir em direcção à Estrela. E ia comentando o que via: Repare nesta gente. Vão todos apressados para casa porque saÃram agora dos empregos. E porque é que vão apressados? Serão felizes, lá? A minha resposta é que, a maior parte deles, não são felizes nem infelizes. Na verdade não pensam nisso, e isso é bom mas o pior é que também não sentem. Alguns deles acordam quando lhes morre o marido ou a mulher e vêm então a falta que lhes faz ou o alÃvio que lhes traz. Mas porque vão apressados?, perguntou a si mesma. E respondeu-se : As mulheres porque têm que fazer, evidentemente : Tratar dos filhos, o jantar ... Na verdade, para a maior parte delas começa agora o trabalho. O emprego é pura distracção e, por vezes, conversa e divertimento. Agora os homens vão depressa porque se habituaram a chegar a uma certa hora a casa ou, como você e eu - que funciono como um homem, salvo seja - a uma cervejaria ou a um bar ou coisa assim. Não percebo porque diz que funciona como um homem. Por variadÃssimas razões, mas, fundamentalmente, porque sou solteira e não gosto de cozinhar . É pena... O quê ? Ser solteira? Não, que não goste de cozinhar. Comer bem é tão bom e tão importante. Posso comer bem em qualquer restaurante. Ó, não; apenas os bons restaurantes - o que não significa os mais caros - fazem, à s vezes, boa comida. Não julguei que fosse um _gourmet_? E não sou, não, infelizmente. Gosto apenas de comer bem. Mas deixemos isso, por agora. Vive, então, talvez, só ? Sim. Mas porquê, sendo uma mulher tão interessante? Obrigado , mas acho que já passei a idade em que tal cumprimento me desvaneceria, embora ainda goste dele, é claro. E não me casei, nem me juntei com qualquer homem, principalmente por uma questão de desencontro. - ? É simples. Os homens que me interessavam não se interessaram por mim e aqueles que se interessaram, não me interessei eu por eles. Entendo. Só não percebo é porque fala no passado. É por que ganhei muito amor a minha autonomia e um casamento, ou coisa parecida, é sempre muito condicionante e restritivo e, para uma mulher, pior, uma vez que os homens são como são. Tem razão. Espero não o ter ofendido até porque gosto muito de homens, que não me faltam, se me é permitido exprimir-me de uma maneira tão clara. Não. Não me ofendeu de maneira nenhuma. Eu disse-lhe que tem razão e até lhe podia ter dito que tem toda a razão, porque na realidade os homens são assim. Só gostava de saber porquê... Bem;... questão de educação. Mas como, se os homens são educados pelas mulheres? É que as mulheres não sabem que educam os homens para mandar e mandar principalmente nelas. Veja, por exemplo quando a mãe diz ao filho: Não chores; os homens não choram. O que é que isto quer dizer? Que os homens são fortes e logo, que as mulheres são fracas e logo que os homens devem mandar nas mulheres. E quando a mãe diz ao filho: Trata bem a tua irmã que ela é uma menina, diz, fundamentalmente, a mesma coisa. Entretanto tinham chegado perto da casa dela e ela disse: Não sei se quer entrar ou não. E ele: Não, obrigado. Adeus. Se quiser posso acompanhá-lo, no regresso. Não, não, de maneira nenhuma. Foi muito agradável este passeio consigo. E ele começou a andar em direcção a sua casa reparando, daà a pouco, que estava a apressar-se . Pensou: É mesmo como ela diz. Vamos, mas é, mais de vagar, que ninguém corre atrás de nós. E achou graça ao facto de estar a tratar-se no plural . Quando porém chegou já ia em passo apressado, outra vez. Mas ia mais tranquilo. Foi cumprimentar o José a quem falou, como costumava, nas suas preocupações acerca dele, ainda que com ar ligeiro, como se aquilo não lhe importasse muito. A Adélia costurava naquelas coisas miúdas com que agora se entretinha. Ele falou com ela quase sem constrangimento . E ficou a ler um livro de história, mania que lhe ficara dos seus estudos universitários; um livro qualquer sobre a época romana pré-imperial, enquanto ela se levantou para preparar o jantar. Estranho é o homem, pensou, ao mesmo tempo que lia; estou mais tranquilo porque também tenho um segredo..., ainda que de importância nenhuma. E como já há muito tempo que não acontecia, tomou-a nos braços, quando se deitaram, roçou-lhe o membro pelo aveludado das nádegas e as mãos pelo vulto voluptuoso dos peitos. Ela então, virou-se para ele e beijou-o primeiro com doçura e depois cada vez mais avidamente, parecendo querer entrar nele pela boca até que começou a metê-lo, também, na sua boca; primeiro a boca dele, depois o nariz, as orelhas, a ponta das lisas mamas, a parte mais saliente da barriga e por fim, engoliu-o completamente, de modo que ela e ele ficaram apenas um. E quando voltou a si, ele considerou que estava, finalmente, curado. Mas não estava.
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