Nação Valente
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outono
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« em: Setembro 06, 2014, 22:01:46 » |
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Lumiére pôs imagens em movimento. Depois, depois veio o cinema, dito sétima arte. Arte democrática por excelência, arte acessÃvel a todas as bolsas e por conseguinte arte popular. A maior indústria de entretenimento, rompe barreiras linguÃsticas e culturais, despreza fronteiras e globaliza o espectáculo. Instala-se em salas que pululam como igrejas de culto da felicidade em todas as principais povoações. Mas não marginaliza as terras mais recônditas, onde o cinema ambulante aparece como vagabundo em movimento.
Quando as luzes se apagam a vida de sombra e luz mostra o seu esplendor. O escuro esbate diferenças sociais, e em unÃssono, os espectadores expectantes, viajam do presente ao passado e ao futuro. Ali sofrem as agruras de BEN-HUR nos tempos áureos do império romano, ali se sentem vingados com o castigo dos exploradores por ROBIN HOOD. Descarregam tensões com o humor de CHARLOT. Lavam o rosto com lágrimas com os grandes dramalhões, especialmente os made in India. Cavalgam pelas pradarias com os grandes mestres do WESTERN. Sonham com as espectaculares comédias musicais, como My FAIR LADY. Deliciam-se com ET,assustam-se com ALLIENS e interrogam-se com ENCONTROS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU. E tantos, tantos outros, que durante a brevidade de um sonho, despoletam as mais variadas emoções. E quando as luzes se acedem TUDO O VENTO LEVOU. Cada qual volta à sua realidade, logo ali representada pelo lugar que ocupa: primeiro, segundo ou terceiro balcão. Mas as emoções despoletadas vão persistir. Parzinhos, ternurentos, de mãos dadas, revêem-se em HAPPY ENDS. Casais de meia idade renascem com as LOVE STORIES. Espectadores solitários apaixonam-se pelas grandes estrelas.
O cinema teve o seu apogeu. Hoje arrasta-se, decadente e maquilhado, por guetos da sociedade de consumo. As fitas rodam nos mesmos projectores e ganham dimensão nos mesmos écrans. Do velho cinema, é o que, penosamente, sobrevive. No escurinho destas salas, os últimos resistentes do verdadeiro cinema, alimentam tanto o corpo como o espÃrito. Devoram pacotes de pipocas ao ritmo da velocidade das imagens. Afogam as emoções em qualquer bebida ocasional. São espectadores sem alma de cinéfilos. São cinéfilos que mastigam, ruidosamente, as histórias. O cinema cinema é uma recordação, o cinema-pipoca tem os dias contados.
É certo que os filmes entram, agora, em nossa casa, agregados à s novas tecnologias, com mais ou menos pirataria. Estão à mão de um click. Pode ser cinema, mas já não é a mesma coisa. Mas já não é a máxima expressão da cultura de massas que foi no século XX. Há quanto tempo não vejo um filme. Procuro, desesperadamente, o CINEMA PARAÃSO
MG
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