EDITAL DO PÁTIO DA LIBERDADE

[Figas de Saint Pierre de]

EDITAL DO PÁTIO DA LIBERDADE
Sabemos da lista de deuses
que o mundo já teve,
são tantos como  estrelas no céu!

A cada criança que nasce
logo lhe dão um,
om garantia de eterno,
ou não tendo cada Homem  busca um,
que seja seu e dizer que, por sua fé,
que  o seu é o melhor que há,
seja   Deus, seja Allah,
seja Cristo, seja Maomé,
depois um não pode beber leite,
 outro não tomar café!
e a quem disto se ri lá vai disto;
pum pum,
toma,
que Allah é grande;
 Deus é poderoso;
e há só Um 
e em seu nome matando fica mais glorioso!

Não muito longe daqui,
é  já ali,
viviam quatro crianças em corpos de adultos,
de apelido charlie,
que  gostavam de brincar no pátio da Liberdade
do seu colégio, em França.

Eram pobres!
Entre milhares de deuses nenhum deles tinha um de seu!
Nenhum charlie roubou uma estrela do céu!

Um deus fica muito caro!
tem de se pagar a cera ou o azeite!

Os deuses são sempre muito grandes!

Eles, os charlies,
que brincavam  no pátio da liberdade,
no seu colégio não ligavam a grandezas!
Só gostavam de brincar, em liberdade,
e desenharem esperanças!

Sabe-se como são as crianças,
tem suas traquinices,
dos adultos e dos deuses esperam tolerância
e bondade, não não  pumpumpum,
tátátátá !
Já está!

Deus vingado!

Dos deuses nenhum charlie matou algum!

Deus é Grande;
Poderoso!

Os charlies eram pequenos
não chegaram a  crescer,

Viviam, ali,
brincavam no colégio da Liberdade,
em França
mas agora já não vivem aqui!

O deus de quem os matou
 mais glorioso ficou!

O mundo ficou a saber que
com suas mortes seu deus continua a crescer!
Que Deus?
O meu?
Eu também sou pobre!
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Autor deste original e inédito (feito hoje)
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar

[Goreti Dias]

Quando um nome se torna mais do que isso e ganha um significado mais abrangente!

[Dionísio Dinis]

Há sempre uma nova forma de encarar a liberdade e suas não limitações.Eis aqui, uma lídima maneira de fazer poesia com caracter e com verdade!

[Figas de Saint Pierre de]

Limitei-me a dar voz à minha consciência, que percebe, mas não quer entender, que passados tantos séculos de "civilização", o Homem ainda esteja neste selvático estado, delegando nos deuses as normas de ético comportamento e  respeito mútuo no dia a dia. Pena, tenho muita pena, que por falta de cultura, de conhecimento e de educação, meia dúzia de "pastores" conduzam e tosquiem dóceis e telecomandadas ovelhinhas!
Não há ninguém, que mande vir uma "troika espiritual", para suspender o gasto em deuses e seus sinais exteriores de riqueza material e de estupidez espiritual? Não? Eu agradecia!

Desculpai qualquer coisinha, mas também concordo que não deve haver normal liberdade de expressão para todos; para os "mudos", de nascença, por exemplo!
Rgds e parabéns ao nº 7, premiado.

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

É triste ver tanta ignorância e intolerância em pleno século XXI.
Depois de tantas guerras em nome de tantas entidades sobrenaturais, o homem continua a sua barbárie. E agora com armamento sofisticado utilizado por mãos comandadas por cérebros teleguiados de gente que luta por causas que não os engrandecerão em nada. São soldados escravos de uma ideologia sem consistência. Pobres criaturas. Não se respeitam, não se amam, não amam a ninguém.
E, covardes, põem suas vontades e brutalidade numa suposta vontade divina. Haja amor de Deus para se suportar tamanho terror.

Quanto ao poema, Saint Pierre, devo dizer que guardo-o como uma documento de nossa época. Parabéns mais uma vez por sua escrita.

Grande abraço do seu leitor brasileiro.

Oswaldo Eurico

[Figas de Saint Pierre de]

Olá amigo Oswaldo. Antes de mais nada, desejos de um Bom Ano de 2015 e que dele saia incólume. Rs rs. Quanto à natureza humana, é o que vemos! Trágico é ver o prazer sádico d' outros em matar e ver outros sofrer. Eu não sei quem é o culpado, porém, se alguém, de modo consciente, fez o Mundo, então fez com tudo incluído; o Bem e o  Mal. Depois, a vida é um circo, com intermináveis lutas entre gladiadores materiais e espirituais. Um abração, de paz, harmonia e justiça social.Renovo abraço.