Fecham-se as garras das palavras

[Goreti Dias]

Fecham-se as garras das palavras

Fecham-se as garras das palavras
nas gargantas dos símios amestrados,
dançando à chuva das ordens mutantes.
Vai-se a rua e o carreiro
que o céu não tempera as cores
e o vento não medra na campina.
O fulgor do vinho novo apaga-se na fogueira do tempo
e os passos incertos do medo atrasam-se cada vez mais,
como se os leões nos arremessassem a juba desordenada
e nos tapassem os olhos!
Arremessa as madeixas contra o cérebro
e limpa os olhos da alma.
O que está para ser visto não precisa dos olhos de Deus
ou de excelsas lentes pagãs.
Está por aí solto em sensações de gigante!   

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Lindo e forte. As imagens sensacionais!
O incrível é que hoje há algumas horas estava pensando nos felinos e me lembrei do rei da selva! Comecei a ler aqui no Escritartes e desandei a fazer comentários alongados sobre a palavra. Não estou conseguindo parar. As palavras me atingiram! Estou alegremente ferido! Não quero a cura! Quero as palavras!

Goreti. Seu texto mais uma vez me impactou.

Grande abraço.

[Alice Santos]

Oswaldo Eurico já devia saber que a  escrita de Goreti Dias tem esse efeito em que a lê.
Abraço

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Com certeza, Alice

[Goreti Dias]

Grata a ambos! Abraços!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Relendo...

[Goreti Dias]

Agradecendo a deferência.

[Maria Gabriela de Sá]

Gostei muito...

[gdec2001]

Mas há também símios rebeldes, minha amiga.
Forte e bom, o seu poema.
Abr.
Geraldes

[Goreti Dias]

Obrigada pelo vosso carinho! Abraços

[Dionísio Dinis]

A magnitude de quem sabe o modo e o destino das palavras inscreve-se na própria essência da escrita sublime. Assim é!

[Alice Santos]

Ler, reler, voltar a ler! Desde que seja boa poesia é com gosto que o faço.