O POETA NÃO SABE NADAR!

[Figas de Saint Pierre de]

O POETA NÃO SABE NADAR!
Admiro os poetas,
Que se alheiam do mundo
E comem chilreares de passarinhos,
Sobremesas de flores,
Que se lavam em perfumes
E se baloiçam em luares!
E pronto,
Não se passa mais nada!
Os poetas têm sempre mesa posta!
Cada um come do que gosta,
E, depois,
Não faz mal um pouco de meditação
E a feitura doutro poema
Enquanto fazem a digestão!
Ligam a televisão,
Veem, lá longe, lá longe,
A guerra , a exploração
E a falta de pão!
Oh! Que pena! (pensam)
E revoltam-se!
E fazem outro poema!
Entretanto, ouve-se braçadas no Mediterrâneo,
Está luar! Bom para nadar!
Bom para o poeta fazer outro poema,
Para o declamar!
Que bonito!
Mas, o poeta não sabe nadar!
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Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Excelente!

Vou compartilhar e utilizar em minhas aulas.
Você me autoriza, Saint Pierre?

Abraço

[Figas de Saint Pierre de]

Sim, autorizo.
Quando escrevo o que dizem ser "poemas" ou "poesia", são como pombos poéticos, que os solto do meu pombal! São livres. Podem andar por aí, a voar e  até ao Brasil chegar. Quem os apanhar, só peço que os tratem bem, que lhes deem de comer, para continuarem a voar! FigasAbraço

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Provavelmente o apresentarei nesta semana aos alunos.