carlossoares
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« em: Setembro 23, 2018, 22:17:13 » |
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Não me colocaria do lado dos que se recusam a reconhecer que o planeta terra está a ser destruÃdo pelo homem, de múltiplas formas irreversÃveis, sem retorno, incluindo alterações climáticas desastrosas. Não é por, hipoteticamente, alguma alteração derivar de fenómenos extraterrestres, que me colocaria, não apenas contra as evidências, mas também do lado das improbabilidades, ignorando a enorme realidade da devastação dos habitats. Ou seja, não me colocaria do lado de uma qualquer teoria que torturasse, sacrificasse e maltratasse irreversÃvel e definitivamente os factos, até e principalmente o facto de estarmos a ser destruÃdos, pela acção do homem e não só. Vivemos um tempo de alertas e de alarmes mais do que justificados. As soluções baseadas e preconizadas em princÃpios e práticas antigas, instituÃdas pela força dos usos e dos paradigmas milenares de organização jurÃdico-polÃtica e económica são hoje um perigo, impensável nos alvores da industrialização e da exploração económica liberal e individual, dos recursos do planeta. Muito está a mudar e muito rapidamente, de tal modo que os modelos conhecidos de resposta polÃtica, jurÃdica e económico-social, nomeadamente internacionais, são incapazes de satisfazer as exigências de racionalidade e de fundamento que se colocam. Estou a pensar, por exemplo, no problema dos migrantes, dos refugiados...E no problema da apropriação e exploração dos recursos naturais das diversas regiões do nosso planeta. Os Estados e os povos não vão poder continuar a fingir que as coisas podem ser resolvidas e solucionadas com base nos princÃpios clássicos e antiquÃssimos, mas muito primitivos e tacanhos, da soberania territorial estadual. O princÃpio de que o planeta é igualmente de todos, de que ninguém tem mais direitos, hereditários ou outros, nem tÃtulos especiais e privilegiados de vocação ao património da humanidade, cientÃfico, cultural, material, vai ter de ser equacionado se se pretender responder a algumas das questões mais dramáticas e prementes do nosso tempo. Muitos se manifestam pelo que temem perder, mas vai ser preciso aprender novas formas de ganhar.
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