Nação Valente
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outono
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« em: Dezembro 31, 2018, 00:23:52 » |
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No dia 25 de Dezembro comemora-se o nascimento de Jesus, que pela sua vida e mensagem, simboliza a reconciliação dos homens entre si e com a Divindade. O espÃrito do Natal na sua essência simboliza a paz e a tolerância. Outra coisa é o modo Natal que aparece como uma deturpação, em consequência da evolução da sociedade. Estar em modo Natal significa, nos dias de hoje, um hino ao consumismo, e um certo culto à reunião da famÃlia que se assume como um ritual, onde as pessoas se reúnem para comer e beber, como se não houvesse amanhã. Quem, como eu, pratica a vida ligth, tem uma boa desculpa para invocar o espÃrito natalÃcio, e entrar em modo Natal. É como dar umas facadinhas no matrimónio com a dieta alimentar. E vai daà toca a comer e a beber à tripa forra. Quem paga a factura é o bacalhau, as couves, o infeliz do Peru, as rabanadas, as azevias, as filhós, e outras doçuras que nos fazem olhinhos por todo o lado. Os triglicéridos, o colesterol, os diabetes estão nas suas sete quintas. Para eles Natal devia ser mesmo todos os dias. Há luzes e luzinhas por todos os lugares. Gente desvairada e eufórica assaltando lojas e comprando coisas úteis e inúteis para cumprir o ritual da troca de prendas. As catedrais de consumo exibem multidões trocando ar saturado e condicionado por milhares de trocas respiratórias. Pais Natal instalam-se nas fachadas com sacos de faz de conta, dando descanso ao tradicional e um pouco esquecido menino Jesus, que deixava a prenda, tantas vezes, modesta no sapatinho. Na Pastelaria ParaÃso, apesar de tudo, o modo Natal tem estado discreto. Não há mesas especiais a vender fritos, as empregadas não trazem na cabeça aquela espécie de orelhas que fazem lembrar as meninas do Play boy. É uma espécie de refúgio para fugir ao frenesim natalÃcio, e fazer uma pausa, voltando por instantes à vida light. A menina dos olhos doces, é assim que lhe chamo, para não me desenquadrar do modo Natal, serve-me o café, mesmo café, com alguma surpresa, mas com total discrição. Daà que mereça uns versos como prenda de Natal que não receberá, mas que creio intuirá. Menina dos doces olhos Vestidos com azevias Trazes broas nos sobrolhos Com laivos de poesia No peito vejo bons sonhos Temperados com doçura Fazem-me lembrar medronhos Colhidos pela frescura A boca de tom rosado Lembra doces rabanadas Com o sabor delicado Das bocas apaixonadas Perdoa esta melopeia E não me leves a mal Desejo uma boa ceia Cheia de modo Natal E pronto. Depois de um dia de paz, de amor, do pecado da gula, lá tenho de voltar à vida light. Mas porque raio, o modo Natal não é um modo do, Cota-diano
Um bom ano, com ou sem vida light.
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