Fantasmas

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Fantasmas

Realidade Física? Ou realidade metafísica? Ou simplesmente nenhuma das duas e são coisas que uma pessoa inventa quando está nas alturas de maior medo e necessidade de aconchego para metaforizar mentalmente o sentimento requesitado? Ou apenas uma premonição para um nível superior mental? Todas estas questões se podem pôr em cima da mesa e espermer até a último argumento, mas nunca ninguem podera dizer denotativamente o seu significado. Apenas subjectividades debatidas interiormente para uma definição transparente do surreal...ou real? Porque não concentrados de energia bem presentes ao nosso lado? Porque não uma realidade bem patente? Quantas pessoas ja debitaram essa sensação? Quantas pessoas o escondem?....

Fantasmas....ilusões alusivas aos sentimentos mais fortes provocados pela vivência e experiência sombria e descoordenada da rotina ou desvio aos canones deste. Metáforas emocionais que passam por nós como cortinas representativas de questões perturbadoras do subconsciente...Queremos abri-las para a arranjar a resposta que esta atrás da janela desenha na parede...Sussurros momentâneos codificados pela velocidade a que correm pelo silêncio da medrontidade emocional, visões de um oculto desfocado que passa por nós e complexamente pega nas cordas da imaginação e da consciência dando um nó cego criando uma gelida sensação efémera que mais parece demorar o tempo de uma competição entre o abstracto e o surreal para ver quem mais rouba do cofre da razão. Uma carícia sobre o defeito do imaginário....defeito? Ou uma abertura dos encerrados olhos que resistem em abrir da enferrujada e melancólica criação? Será que a tal cortina existe para ser aberta e tentar rodar o parafuso cravado na janela para que solte um pó que deitamos sobre a máquina de sonhos para a apagar, ou para projectar o nosso mundo inexplorado? Cabe-nos a nós abrir a porta que está no meio das escadas...de que lado estaremos? Se abrirmos a porta iremos descer? Ou subir? Descer para a nossa ignorância rodeada de papel, cimento e fumo? Ou subir para a nossa supremacia existencial e rasgar o papel, desfazer o cimento e afugentar o fumo para ver o que (su)realmente reside por trás da objectividade das nossas mãos? Se não o quiserem, é como pôr uma venda nos olhos e viverem numa cidade fantasma...

[Goreti Dias]

De fantasmas nada entendo, sequer me tenho debruçado sobre o assunto... Mas admiro sua escrita!