vitor
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Olá amigos.
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« em: Agosto 19, 2008, 14:06:04 » |
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Com requintados passos palacianos, a noite encobre-se durante a madrugada, saboreando na boca a cor doce das lágrimas. Repleto e tanto faz. Que importa. Que se desfaleça, ou que seja o obvio sumo das margens várias do silêncio. Moramos apenas de tempos em tempos esta clara situa-ção. E flatulento o céu. O prolongar das nossas insÃgnias repletas num peito aberto. Fechado como auguros perple-xos do seu auto-eu. Mergulhe-se a intemporalidade. Mais que as palavras como se sente no próprio acaso do ocaso destas sombras, as sombras do pensamento percorrem alguns metros de chão perdido no vazio das vidas. Há cer-tamente vida. Ou inconcreta verdade sobre o que é vida, bafejando-se breve como sempre as coisas da vida. Refastelemos aqui o coração abraçando-se à s baratas que já não voam. Saboroso salgado e perdido interesse como que vontade rejeitada que se afasta das próprias iras. Que se abandonam as próprias, nervosos e conscientes abismos. Estas ruas devassam a vida. Refastela-te então em mim. Sou o que nunca incomoda-rei. O que nunca existiu. Ou apenas pensamento de mim, circunscrito nas pedras velhas que a imaginação bonita constrói, que um dia a beleza de alguém invente também. Como quando me trazes no teu colo. E bebo a água do teu colo, água maternal de um amor quase real. Pareces mãe amando a verdade. Por isso me inventas com alguma ver-dade absolutamente obstipada e sem que se conspurquem os meus braços, calo-me, colo-me a esta estrada que me levará garantidamente ate ti. Onde quer que estejas. Que podias ser como uma coisa mais minha, talvez seja. Não mais que amantes, o quanto baste dos momentos, isso. Imagina o requinte deste lago de todos. A falésia que inventamos sobre ele. O escorrido tempo que se desliza sobre a sua maresia, que sobrevoa quase parecendo possui-lo seu. Gosto ainda mais do barco vermelho quase tombado a seu lado, onde as estrelas descansam calma-mente e repousadas. Se no divã que alem existe, na real e ausente espuma buscando-se a si mesma como vertigem nesta falésia do lago. Este caso terá sempre a mesma cor. A que lhe inventarmos a cada momento que nos apeteça. Porque não existe lago nenhum. Nem outro parecido que seja.
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