MALA CHEIA DO A MOR RESTADO

[Marília]

MALA CHEIA DO AMOR RESTADO
Marília L. Paixão

Qualquer dia desses abrirei a mala em que te tranco com muitas chaves
Ficarei lhe vendo
Sorrindo e morrendo
Ficarei morrendo sorrindo lhe vendo
Ficarei besta de tão feliz
Morrendo por dentro
Adoro te abrir em silêncio
E já faz tanto tempo
Que não te abro
Que não me abro
Que não morro por ti ver
Ali sorrindo
Ali bem guardadinho
Ali escondido
Ali babá só meu

Bem que eu devia abrir-lhe com mais freqüência
Mas dor também pede por paciência
E nem todo dia gosto de me chamar de burra
Por isso preciso de tempo e humor para abrir-lhe
Abrir-me
Rir de mim
Do que sobrou
Minhas fotografias
De dor e amor

Olha você que gracinha!
Que lindo!
Que linda!
Eu quando ao seu lado sorria
Sorria para todo lado
Você era mesmo um céu espalhado
E
Eu
 Fico
 Esperando
 Qualquer
Pedaço
do
 Seu
Céu
  Até hoje.

Hora de fechar a mala.
 Bendita, maldita, desgraçada
Sabe bem por que não posso lhe abrir como gostaria.
Se eu fosse fada... Se pudesse transformar essa mala
Escolheria transformá-la naqueles momentos
Em que você era minha dádiva
A que eu, apaixonadamente merecia.

[Inês]

Adorei, Marilia, esse mergulho interior faz muito bem,
embora difícil de iniciar.
É como remédio que arde mas cura, sabe?
Um beijinho

[Goreti Dias]

Uma mala especial... vale sempre a pena abrir...

Um beijo