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Autor Tópico: Siddhartha  (Lida 18660 vezes)
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Tim_booth
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« em: Setembro 01, 2008, 17:55:34 »

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    Siddhartha escutou. Era agora todo atenção, todo mergulhado no escutar, totalmente vazio, impregnando-se por completo; sentiu que aprendera agora a escutar até ao fim.

- Hermann Hesse, Siddhartha



Ora aqui está um livro que é polémica garantida. As opiniões acerca de Siddhartha são, provavelmente, as mais dispersas e antagónicas que já ouvi em relação a qualquer livro. Se para uns este é o livro de uma vida, para outros é apenas mais um livro como muitos. Eu sou um dos outros - a polémica começa aqui.

Mas já lá vamos. Antes disso convém, para aqueles que ainda não leram a obra, dizer de que trata então Siddhartha. Este é, tal como A morte de Ivan Ilitch, um livro sobre a vida, especificamente sobre a vida de um jovem, filho de um brâmane, também ele a caminho de se tornar brâmane, um sacerdote hindu, de seu nome Siddhartha. O seu nome é composto por duas palavras sânscritas - siddha (o que tem) e artha (significado) - que juntas significam “aquele que encontrou o significadoâ€. Este era também, de acordo com a história, o nome de Buda, conhecido como Siddhartha Gotama. No livro, o Buda é apenas identificado como Gotama.

Mais do que um livro sobre a vida, é sobre uma viagem, interminável para a maioria dos homens, a busca do significado da vida, a verdadeira essência da filosofia, a procura eterna do conhecimento. Esta é a premissa de Siddhartha.

Um dia, o jovem Siddhartha decide que já aprendeu tudo o que conseguia aprender com o seu pai e os outros sábios. Parte, então, da sua terra natal na companhia de Govinda, seu amigo de infância, e junta-se a uma tribo nómada, os samanas, uma tribo que vagueia pela terra em busca do conhecimento e que domina as artes de jejuar e da retórica. Siddhartha e Govinda ficam com eles durante alguns anos, aprendem tudo o que podem deles mas, inevitavelmente, chegam à conclusão de que os seus mestres não vão ser capazes de lhes ensinar a verdade que procuram. Ouvem então falar de Gotama, um monge que se diz ter atingido o nirvana e partem na esperança de se juntarem aos que o seguem. Siddhartha à frente, sempre acompanhado de Govinda.

Govinda, ao ouvir os ensinamentos de Gotama decide juntar-se aos monges que o seguem, tomando assim a primeira decisão autónoma da sua vida já que Siddhartha prefere continuar o seu caminho. Os dois amigos despedem-se emocionados. Ao abandonar a aldeia onde os monges se encontravam, Siddhartha cruza-se com Gotama, fala com o mestre explicando-lhe as razões porque não fica junto dos seus discípulos numa conversa que o marcou para sempre.

O livro continua a descrever a eterna viagem de Siddhartha em busca de conhecimento, de si próprio e da vida, que o leva a experimentar praticamente tudo o que no mundo há para experimentar, até que, eventualmente, a sua busca cessa.

É um livro filosófico, indiscutivelmente. É um livro bem escrito, indiscutivelmente. É um livro com mensagem e que nos faz pensar, indiscutivelmente. Então porque é que para mim é só mais um livro? Preparem-se, esta é a frase polémica: porque, para mim, não passa de um livro de auto-ajuda muito bem escrito, uma espécie de O segredo mascarado de obra literária. Quase que consigo ouvir o queixo do leitor a cair com tamanha alarvidade escrita. Mas eu explico.

A mensagem que o livro traz é simples: podes procurar o que quiseres, aliás, deves procurar o que quiseres, mas as respostas para todas as tuas dúvidas estão dentro de ti. Só tens de aprender a escutar-te (escutar o rio, no livro, que alegoricamente se refere a todas as experiências acumuladas ao longo da vida) e atingirás o conhecimento. O que há de errado com esta mensagem então? A palavra só. A obra apresenta estas conclusões como se atingir a paz espiritual fosse apenas uma questão de vontade, mesmo tendo em conta toda a viagem do protagonista até este se aperceber disso. Não é passada a dificuldade, ou pelo menos eu não a percebi ao longo da leitura, esperada para uma tarefa desta natureza. Nada é assim tão simples, não basta parar um pouco e pensar sobre aquilo que vivemos para descobrir o sentido da vida. Este é o meu grande problema com o livro.

A outra quezília que Siddhartha e eu temos está na própria mensagem que não é, pelo menos para mim, nada de novo. Ou seja, quem já se debruçou e gastou algum tempo a reflectir sobre o sentido do mundo certamente já se deparou com a ideia de que todas as respostas só se encontram dentro do próprio ser e da própria vida e não em qualquer livro ou enciclopédia. Quando leio um livro, especialmente um livro filosófico, espero que este me levante novas questões, me traga respostas diferentes, não que me apresente conclusões que eu já tirei.

Apenas por isso Siddhartha não significa para mim tanto como significa para outras pessoas. Admiro, ainda assim a qualidade da escrita de Hesse, que não sendo a mais brilhante que alguma vez li, é de génio. Gostava de saber ler alemão para a aproveitar ainda mais. No entanto, Pedro Miguel Dias foi o tradutor da edição que li (capa na imagem) e confio no seu trabalho.

Agora disparem à vontade, apresentem os vossos argumentos, contrariem os meus, espero sinceramente que me consigam mudar a opinião àcerca deste livro, todos sairíamos a ganhar.

Publicado originalmente aqui.
« Última modificação: Setembro 01, 2008, 18:04:18 por Tim_booth » Registado

Goreti Dias
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« Responder #1 em: Setembro 01, 2008, 21:07:31 »

E eu vou lê-lo!
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Goretidias

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« Responder #2 em: Setembro 01, 2008, 23:31:48 »

Estava mortinho para ler a tua resposta Laura, adoro uma boa argumentação.
E devo admitir que a tua foi brilhante: primeiro porque encontraste uma citação do livro bem melhor que aquela que escolhi para iniciar a minha crítica (apesar de a minha escolha se concentrar mais no final já que era esse o ponto que queria ilustrar), depois porque a mesma citação foi resposta perfeita a parte da minha argumentação, mas atenção, não a toda.

Ora bem, primeiro deixa-me dizer-te que provavelmente conseguiste extrair mais do livro porque, tal como tu mesma disseste, a minha leitura foi forçada. Da primeira vez que o li não passei de meio, da segunda li todo, mas, sem vontade nem grande gosto. Como tal é provável que algumas das pérolas de que falas me tenham passado ao lado (e passaram).

Mas nem por isso concordo com tudo o que dizes. Comecemos então pelos pontos:

1. A meu ver, penso que neste ponto te expressaste mal, isto porque todas as pessoas inteligentes foram sempre inteligentes, no entanto, começaram sem saber nada de nada. A inteligência difere da sabedoria. Por isso discordo de que todas as pessoas inteligentes tenham começado por ser idiotas, apesar de concordar que todos os sábios começaram por ser ignorantes - mas mesmo assim Siddhartha não inovou aqui: Sócrates já dizia o famoso Só sei que nada sei...

2. Este ponto que apresentas aqui, foi um dos tais que não descobri na leitura, apesar de agora me parecer extremamente evidente. E é um daqueles que vai levar um redondo não. Pelo menos para mim, não. Não consigo instantaneamente (ou ao longo de muitos anos) compreender tudo ao ver uma folha a flutuar no rio; além disso isto vai um pouco de encontro ao ponto 3 - se tudo pudesse ser absolutamente compreendido com uma coisa tão simples, de nada adiantava encontrar na vida pessoas mais sábias e humildes, se todas as nossas respostas estavam respondidas...

3. No question there, e tanto o livro como a tua argumentação me fizeram compreender ainda mais isso.

4. O tal amor universal de que falas é utópico. É practicamente uma definição alternativa do estado de Nirvana no Budismo. Isso vai de encontro aquilo de que falei durante a crítica, se tudo fosse tão fácil de encontrar como Hesse nos faz crer, então todo o mundo seria feliz e viveria em paz e harmonia. Isto vai precisamente de encontro à minha maior quezília com o livro: não basta procurar para encontrar. Um homem pode procurar a vida inteira, muitos já o tentaram, sem nunca encontrar as respostas que procura.

É isso precisamente que te faltou refutar na minha argumentação: Siddhartha procurou e encontrou. O que há de diferente nele em relação a todos os outros homens que procuram e não encontram?

E talvez, Tim, isto não te diga nada. Porque já sabes tanta coisa. Mas para mim, foi uma revelação.

Percebo que nas minhas palavras se note algum tom de arrogância, mas não foi minha intenção, acredita que não. Não me julgo mais entendido que ninguém em coisa nenhuma (mentira, até tenho um certo orgulho irritante em algumas coisas mas não neste campo, que fique claro) mas aquilo que o livro me disse eu já tinha percebido sozinho, disse-o como a mais pura das verdades. Não foi um feito extraordinário chegar a uma conclusão que já milhares de pessoas chegaram antes de mim, como não é superior ao facto de ler uma conclusão antes de reflectir sobre o assunto, ou reflectindo, encontrar soluções díspares. Pareceu-me que, com esta tua última frase, te sentiste ferida com alguma arrogância que admito que se possa encontrar nas minhas palavras mas que lá existe contra a minha vontade. Espero que agora percebas isso.

Ainda assim fizeste-me descobrir algo novo no livro, concordando ou não, é sempre mais um ponto a favor de Siddhartha - agora venham mais e a continuação desta argumentação que as boas discussões são sempre interessantes para todos!

Cheers
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« Responder #3 em: Setembro 02, 2008, 11:22:09 »

"Gastei muito tempo e ainda não cheguei ao fim, para apenas aprender isto: que não se pode aprender nada! Acho eu que a tal coisa que chamamos “aprender†de fato não existe.
Existe, sim, meu amigo, uma única sabedoria que se acha em toda a parte. É o Ãtman, que está em mim e em ti e em qualquer criatura.
E por isso começo a crer que o pior inimigo dessa sabedoria é a sede de saber, é a aprendizagem." Herman Hesse, in Siddartha

O Oriente se destaca do Ocidente como duas partes de uma laranja, se olharmos a questão sob um ponto de vista mais amplo, mais geral. Aquela civilização aprendeu por ver, por meditar,por sentir e livrar a mente do pensamento; após muitos e muitos milênios de aprendizado formal.
Desse pensamento que exige a razão, a lógica para tudo. Essa forma de pensar ainda é útil para algumas coisas, porém se mostra falha, à medida que subamos mais e mais na escala da compreensão. Nós podemos constatar que a lista das nossas ignorâncias é vasta, muito mais do que a mais completa lista dos saberes.
Aprendemos muitas coisas, mas não nos livramos das doenças, da velhice e da morte. E essa questão angustia aos orientais.
Aprendem vendo, aprendem meditando calmamente, na loucura que é a vida. Tirando momentos para sentir que fazemos parte integrante do mundo inteiro. Que o ar que você expira,será também inspirado por chim, subsequentemente. E o impacto o valor e as consequências disso tudo ainda é ignorado e não sentido por nós todos, quase todos. Existem momentos de lampejo na literatura que Eça lembrou num conto particularmente belo.
São problemas que ainda não passam com a gravidade devida pela mente do Ocidente. A nossa civilização ainda está ou é carente por acumular coisas.
Fernando Pessoa também se viu preso nessa contradição entre o saber e o sentir e disse uma frase miraculosamente bela, a respeito:
"O mundo exterior existe como um actor num palco: está lá mas é outra coisa." in Livro do desassossego, através de Bernardo Soares.

Assim para você se convencer ou não do valor desse livro, tente se livrar dessa maneira de ver as coisas, veja você mesmo como um ser integrante do mundo inteiro, e que por mais que se faça, ainda existirá a doença, a velhice e a morte, portanto, a solução não está no saber, está em encontrar um caminho para que você passe e bem por esse período chamado vida, entre dois momentos do não existir, o antes e o depois. E é assim que me vi convencido, por não conseguir definir precisamente o que é uma flor, muito menos conseguir explicar o que é eletricidade. Por mais sábio que seja o homem, a ele não está dada a graça de saber, só de sentir.
Ah, lembro-me ainda de um argentino genial chamado Borges, que poderá ilustrar nossa discussão num conto chamado 'Formas de uma lenda" e em "Aleph". Tudo poderá ficar mais claro, ou mais obscuro. Depende de nós mesmos.
Peço desculpas por me estender dessa forma.
Um grande abraço e felicito-o por levantar uma conversa tão intrigante e de forma tão honesta.



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« Responder #4 em: Setembro 02, 2008, 13:12:08 »

É verdade Djabal, que talvez a chave para a compreensão de Siddhartha esteja na visão claramente oriental com que o livro é escrito. Talvez apenas lendo com uma mesma visão oriental se consiga atingir a plenitude daquilo que nos é transmitido por Hesse. Por outro lado, lembro-me que Hesse é alemão e que, provavelmente ao escrever, tentou fazê-lo de maneira a ser um livro multi cultural, acessível a todos os povos já que ele mesmo é uma mistura de Oriente e Ocidente (viveu alguns anos na Ãndia, durante a infância). Ainda do mesmo lado, lembramo-nos que estamos na chamada "aldeia global", já não é tão difícil assim entender as culturas que nos são distantes pelo simples facto de que não são tão distantes assim, só desta maneira somos capazes de entender, pelo menos, os conceitos básicos de budismo e hinduísmo que Hesse fala ao longo do livro.
Admito, no entanto, que mesmo tendo um conhecimento completo da cultura oriental, nem assim a somos capazes de experienciar e limitamo-nos a observá-la da nossa esfera ocidental, talvez até a julgá-la sob os nossos parâmetros ocidentais, o que, tal como o Djabal disse, pode contribuir para uma sub-apreciação da obra.

Grato pela sua resposta Djabal, não tenha medo de se alongar. As discussões querem-se alongadas, racionais e interessantes.

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« Responder #5 em: Setembro 02, 2008, 13:42:31 »

Mais uma contribuição, agora poética e portuguesa, para a nossa 'discussão' a respeito:
"Lição de Buda

Não creias em nada
Não creias em nada seja qual for o livro
Que tenhas lido a pedra
Onde esteja gravado
Não creias em nada seja quem for
Que te tenha dito
Não creias em nada
Ainda que eu próprio o tenha dito
Não creias em nada
A não ser que a tua mente a tua razão
Em vazio desfeita
Tenha dissolvido o sim e o não
Não creias em nada
Sequer no vaso onde se fundem a noite
As estrelas e as águas do mar
Que nada são nada sabem
Porque não há nada
Que se possa segurar.

Casimiro de Brito"

Acabo de conhecer essa poesia publicada na revista Poesia Sempre, n.26 editada pela Biblioteca Nacional.

Outro grande abraço.

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« Responder #6 em: Setembro 02, 2008, 19:31:25 »

Djabal, esta Lição de Buda vem ainda dar mais argumentos a ambos os lados da barricada...

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Não creias em nada seja quem for
Que te tenha dito

Laura, as discussões querem-se animadas! Vamos lá ver se mais gente se junta à nossa conversa...
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« Responder #7 em: Setembro 02, 2008, 19:36:31 »

E se sentíssemos o livro de Hesse em primeira instância e só de seguida tentássemos perceber e intelectualizar o tema tratado?
Dar, por vezes, o primado às sensações, não deve trazer mal maior ao mundo!
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Pensar amar-te, é ter o acto na palavra e o coração no corpo inteiro.
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« Responder #8 em: Setembro 02, 2008, 19:38:50 »

E se sentíssemos o livro de Hesse em primeira instância e só de seguida tentássemos perceber e intelectualizar o tema tratado?
Dar, por vezes, o primado às sensações, não deve trazer mal maior ao mundo!
Um dos problemas com este livro para mim foi precisamente esse: ele não me fez sentir nada. Não consegui sentir nada. Talvez por isso tenha intelectualizado tanto o assunto, à procura da sensação que certamente Hesse lá deixou. Mas, mais uma vez reafirmo que foi uma leitura forçada...
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« Responder #9 em: Setembro 02, 2008, 19:50:11 »

Sim, ele dá argumento para ambos. Lembre-se que o ideal oriental é sentir. Não intelectualizar. Eu mesmo confesso que tive grandes dificuldades para entender (creio que ainda não o consegui) como sentir sem um aprendizado escrito.
Fiquei com o seguinte: vendo o mestre, ouvindo histórias que façam com que você 'desperte' para um sentido mais amplo daquilo que é explicado.
As histórias dos mestres taoístas são famosas por despertar o  interior do ouvinte para sentidos mais amplos, comparados com a simples leitura de um texto.
E talvez o motivo seja esse: os olhos vêem simultaneamente: ao passo que o  transcrito é sucessivo, porque a linguagem o é.
Aceito o seu desafio, e aguardemos os nossos amigos. Que eles também entrem a conversar.
Um grande abraço.
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« Responder #10 em: Setembro 02, 2008, 20:04:15 »

Fácil foi a sua leitura

Esquecendo a mensagem, ajudaste-me a encontrar aqui uma falha na escrita de Hesse. Não senti minimamente a dificuldade da vida de Siddhartha. Ele queria aprender com os Samanas, aprendia. Quis viver com o povo das crianças, viveu. Quis ser mercador e tornou-se rico, percebes o que quero dizer? A dificuldade da vida de Siddhartha não passou, pelo menos não a mim.

Quanto ao "O Fio da Navalha", tenho de confessar que nunca ouvi falar no livro - que tal uma critica aqui para este espaço?

Citar
Quanto ao amor universal, é para mim algo de absolutamente indiscutível. Não posso apresentar-te provas. Só quando largares os bits e bytes de vez...

Anseio pelo dia... Smiley

Djabal, tem razão quando diz que a aprendizagem tem de ser mista. Concordo que apenas os textos não chegam para aprendermos e que sozinhos dificilmente conseguimos tudo. Este livro tem esse condão: de despertar as pessoas para discussões, tanto à volta do próprio livro como das questões maiores de que ele fala...

Vamos, vamos! Mais opiniões, mais!

Cheers
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« Responder #11 em: Setembro 02, 2008, 20:12:29 »

E achas que é fácil, seguir o coração? Claro que não sentiste...
Não é fácil seguir o coração, mas a vida dele foi desde o seu nascimento preparada para a busca do conhecimento, ele ia-se tornar num Brâmane...
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« Responder #12 em: Setembro 06, 2008, 20:05:26 »

Laura,
você disse tudo! Venho acompanhando a discussão e, creio, só agora veio à luz sua essência...
Respondam-me: é fácil seguir o coração?
Quando aprendermops a fazer isso, teremos aprendido...sem necessidade de intelectualizar; ela estará dispensda!
beijo,
Guacira.
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« Responder #13 em: Setembro 06, 2008, 20:13:48 »

Posso ainda atirar mais achas para a fogueira: o que é seguir o coração? Fazer tudo o que nos apetece? Fazer tudo para sermos felizes? Sem olhar a meios? Se o destino do nosso coração se atravessar em obstáculos humanos, o que fazer? Como se define, então, o que é seguir o coração?

Só estou a manter o tópico activo Cheesy

Cheers
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« Responder #14 em: Setembro 06, 2008, 23:20:02 »

Você está sendo MAAUUU!!

Não creio...fazer o que nos apetece seria seguir a cabeça e/ou os instintos, as vontades...quando entendo algo com o coração, entro numa dimensão mais ligada à sensibilidade e à espiritualidade.
Assim me posicionaria quanto a seguir; ouvir o coração, sem ser piegas. Dessa forma, se o escutamso não nos deparamos com nossas humanidades como obstáculo, mas como aprendizado.
Guacira.

   
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Olá! Boas leituras e boas escritas!
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