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Autor Tópico: Esperança - II  (Lida 3090 vezes)
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Alice Santos
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De mãos dadas pela poesia.


« em: Outubro 29, 2008, 13:42:15 »

Acordou bem disposta. Saiu decidida a não pensar mais em Diogo. Era difícil. Não resistiu muito tempo. A meio da manhã ligou o Messenger. Nada. Espreitou o hi5. A mesma coisa. Ficou triste. Para piorar as coisas reparou que esquecera o telemóvel. Teria ligado? Não podia continuar com aqueles pensamentos. Tinha que o esquecer. O dia acabou como começou. A pensar em Diogo. Já nem devia lembrar-se dela. Foi apenas uma tarde bem passada. Paciência. Ao chegar a casa correu para o telemóvel. Sem bateria. Que mais iria acontecer. Pô-lo a carregar. Tinha inúmeras chamadas não atendidas e várias mensagens. Todas dele. O seu coração pulou de alegria. A primeira foi recebida bem cedo. Dizia que tinha sonhado com ela, que estava feliz e que sentia a sua falta. Noutra explicava porque não estava online nem enviara mensagens para o hi5. Estava sem rede no escritório. Então estava tudo explicado. Afinal pensava nela. O problema era da net. Nas seguintes já demonstrava preocupação por não a conseguir contactar e que, assim, que chegasse a casa ligaria o msn.
Ligou o computador. Ainda não estava online. Foi tratar da sua vida. De vez em quando espreitava ansiosa.
Já tarde, ele apareceu.
-Amor que aconteceu? Estava tão preocupado. Estás bem? Algum problema com os teus filhos?
- Está tudo bem…
- Ainda bem. Não disseste nada durante o dia…
- Esqueci o telemóvel.
- Ah bom! Que alívio, estava a ficar com uma dor no coração. Pensei que já não querias falar comigo.
- Que exagero. Só agora vi as sms.
- Não tive net todo o dia… um dia sem te falar custa tanto.
- És muito exagerado.
- Não sou. Não tinha dado conta o quanto tu és importante para mim.
- Ai sim?
- Estou a falar a sério… vá lá… não te rias.
- Não estou a rir. Só não acredito.
- Porquê?
- Mal nos conhecemos.
- Achas? Vamos jantar amanhã?
- Não posso.
- Amanhã é sexta... sábado não se trabalha…
- TU não trabalhas. Eu tenho casa e 2 filhos…
- O maior toma conta do pequeno. Já não é assim tão pequeno…
- Estás a dizer que estou velha?
- Não é isso. Sabes que não queria dizer isso. Vá…aceita o meu pedido.
- Já volto.
Foi apenas uma pausa estratégica. Não sabia que fazer. Queria aceitar mas… que diria aos filhos?
- Então? Estás aí? Insistia Diogo.
Aproveitou para falar com Bruno, o mais velho. Perguntou se podia ficar com o irmão no dia seguinte e, como ele disse que não tinha nada combinado com os amigos… decidiu aceitar. Disse apenas que ia jantar fora e chegaria tarde. Bruno devolveu-lhe um sorriso cúmplice e ela corou.
À hora marcada Diogo foi buscá-la ao metro. De rosa na mão e um sorriso luminoso elogiou-a carinhosamente. O restaurante era simples mas acolhedor. Ao fundo, um pianista dava cor ao ambiente com melodias românticas.
Durante o jantar pouco falaram. Os olhares trocados pareciam dizer tudo quanto os lábios não conseguiam pronunciar. De vez em quando Diogo pegava na mão de Esperança e beijava-a com ternura.
Decidiram ir dançar um pouco a uma discoteca com música ao vivo. Diogo pediu que tocassem When a men loves a women dedicada a Esperança. Foi um momento único, inesquecível. Sentia-se feliz. Não sabia se era do vinho se da falta de hábito. Estava feliz e isso bastava. Entraram no carro e ele puxou-a para si e beijou-a apaixonadamente. Tentou afastar-se mas a vontade era pouca e deixou fluir os sentimentos. Os passos dos transeuntes cortaram a magia do momento. Que loucura… e se fosse a polícia? Diogo perguntou onde iam mas Esperança só queria ir para casa. Por favor… amanhã é sábado… vamos até à beira mar. Pediu com doçura. Antes que tivesse tempo de responder arrancou. Só pararam junto ao rio. Não sabia onde estava. Apenas sabia que era o rio porque via o brilho da lua cheia na água e ouvia o murmurar das ondas. A noite estava particularmente quente. Ficaram abraçados a ouvir música, enquanto lá fora, as ondas envolviam suavemente as poucas rochas e a lua fazia com que a espuma parecesse renda que cobria a areia fina. Suas mãos tocavam-se meigamente. Seus lábios trocavam carícias e sussurravam palavras de ternura. Aos poucos o desejo foi crescendo e Esperança deu um salto gritando: Não. Não podemos. E apertou a blusa o mais rápido possível enquanto Diogo fazia o mesmo e se desfazia em desculpas.
- Perdoa-me, não consegui controlar-me. Desculpa ter-te exposto assim.
- A culpa foi minha. Não devia ter vindo. Balbuciava ela.
Diogo só conseguia dizer:
- Olha para nós. Dois adultos que se amam e sem casa para poderem usufruir do amor que sentem.
- Deixa o amor fora disso. Respondeu Esperança.
- Se não é amor então o que é?
Não respondeu. Não sabia o que era.
- Se a minha casa não fosse tão longe e tu não tivesses que regressar à tua… vamos para um hotel. Sugeriu.
- Estás doido?
- Quando chegarmos se ainda quiseres entramos, caso não queiras vamos embora. Juro que não forço nada. Por favor amor. Vamos tentar ser felizes.
- …mas…
Calou-a com um beijo e dirigiram-se a um hotel. Estava nervosa. Apercebendo-se, Diogo, deu-lhe a mão e entraram como se fossem um casal de verdade. Devia estar a voltar para casa e estava ali. Sempre perspicaz, sentiu a dúvida que a assolava e perguntou-lhe se queria ir embora. Não conseguiu responder. Aproximando-se abraçou-a, beijou-a e lentamente, arrastou-a até à cama onde se sentaram e lhe disse que podiam ficar apenas abraçados se ela assim o quisesse.
Ficaram assim algum tempo, então, Diogo descalçou-a e ela recostou-se mais confortavelmente. Sentou-se a seu lado. Seus lábios procuraram os dela com suavidade, a princípio, para depois se tornarem mais exigentes. Sem oferecer resistência Esperança deixou que lhe desabotoasse a blusa enquanto ela procurava o peito de Diogo e o cobria de beijos. As mãos de ambos descobriam cada milímetro do corpo do outro. Entrelaçados, seus corpos fundiam-se. Eram um só corpo. Suados mas felizes ficaram juntinhos trocando carícias como se quisessem perpetuar aquele instante. Adormeceram aninhados um no outro.
Às seis da manhã chegou a casa. Espreitou o quarto dos filhos e foi dormir.
Eram dez quando Bruno bateu à porta com o pequeno-almoço num tabuleiro.
- Já ía tomar convosco…
- Apeteceu-me fazer um miminho à minha mãe… não posso?!...
- Claro. O melhor é aproveitar. Acordei-te quando cheguei?
- Não…podes ficar descansada. Não vi as horas a que a menina chegou. Hoje é sábado e vou chegar à mesma hora que tu… Brincou
- Então vens às duas…
- Pois… pois… está bem… se tu o dizes…
O telemóvel tocou. Bruno saiu do quarto sorrindo para a mãe.
Nunca disse a que horas chegou mas tem a certeza que o filho sabe.
Foi atender.
« Última modificação: Outubro 30, 2008, 12:59:26 por alicepps » Registado
RosaMaria
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« Responder #1 em: Outubro 29, 2008, 15:20:21 »

Temos romance.....a Esperança está mesmo apaixonada!!!! já estou à espera da terceira parte. ah O Bruno é mesmo um querido!!!!
jinhos
Rosamaria
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Alice Santos
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De mãos dadas pela poesia.


« Responder #2 em: Outubro 29, 2008, 16:01:29 »

Quem quer filhos bons... arranja-os.
Quanto à paixão de Esperança logo se vê. Ainda não decidi. E como sou eu que decido...
Vais ter que esperar. :yahoo:
beijinhos
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Goreti Dias
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« Responder #3 em: Outubro 29, 2008, 18:12:16 »

Que filho maravilhoso, que desconhecido tão honesto... Hum... parece tudo certinho de mais! Mas sabe bem ler! E está bem escrito!
Bj
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Goretidias

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Alice Duarte
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« Responder #4 em: Novembro 03, 2008, 11:05:24 »

Li os dois textos. Parece tudo muito certo para ser verdade... Grin Ou serei só eu que sou pessimista?

Beijinhos
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Alice Santos
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De mãos dadas pela poesia.


« Responder #5 em: Novembro 03, 2008, 13:59:25 »

Parece que as coisas estão a mudar... logo vemos.
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damasco
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Frase é uma palavra. Palavra não é uma frase.


« Responder #6 em: Novembro 03, 2008, 16:09:59 »

Está tudo a correr muitíssimo bem... excessivamente bem. Como a Alice: serei eu o pessimista? Cheesy
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Bom dia. Para todos um FigasAbraço
Agosto 14, 2023, 16:53:06
Sejam bem vindos às escritas!
Agosto 14, 2023, 16:52:48
Boa tarde!
Janeiro 01, 2023, 20:15:54
Bom Ano! Obrigada pela companhia!
Dezembro 30, 2022, 19:42:00
Entrei para desejar um novo ano carregado de inflação de coisas boas para todos
Novembro 10, 2022, 20:31:07
Partilhar é bom! Partilhem leituras, comentários e amizades. Faz bem à alma.
Novembro 10, 2022, 20:30:23
E, se não for pedir muito, deixem um incentivo aos autores!
Novembro 10, 2022, 20:29:22
Boas leituras!
Novembro 10, 2022, 20:29:08
Boa noite!
Setembro 05, 2022, 13:39:27
Brevemente, novidades por aqui!
Setembro 05, 2022, 13:38:48
Boa tarde
Outubro 14, 2021, 00:43:39
Obrigado, Administração, por avisar!
Setembro 14, 2021, 10:50:24
Bom dia. O site vai migrar para outra plataforma no dia 23 deste mês de setembro. Aconselha-se as pessoas a fazerem cópias de algum material que não tenham guardado em meios pessoais. Não está previsto perder-se nada, mas poderá acontecer. Obrigada.

Maio 10, 2021, 20:44:46
Boa noite feliz para todos
Maio 07, 2021, 15:30:47
Olá! Boas leituras e boas escritas!
Abril 12, 2021, 19:05:45
Boa noite a todos.
Abril 04, 2021, 17:43:19
Bom domingo para todos.
Março 29, 2021, 18:06:30
Boa semana para todos.
Março 27, 2021, 16:58:55
Boa tarde a todos.
Março 25, 2021, 20:24:17
Boia noite para todos.
Março 22, 2021, 20:50:10
Boa noite feliz para todos.
Março 17, 2021, 15:04:15
Boa tarde a todos.
Março 16, 2021, 12:35:25
Olá para todos!
Março 13, 2021, 17:52:36
Olá para todos!
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Boa feliz noite para todos.
Março 05, 2021, 20:17:07
Bom fim de semana para todos
Março 04, 2021, 20:58:41
Boa quinta para todos.
Março 03, 2021, 19:28:19
Boa noite para todos.
Março 02, 2021, 20:10:50
Boa noite feliz para todos.
Fevereiro 28, 2021, 17:12:44
Bom domingo para todos.
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