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Autor Tópico: Um conto que não é meu - mas dá gosto divulgar  (Lida 5369 vezes)
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Goreti Dias
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« em: Fevereiro 03, 2009, 13:20:30 »


A história de Cristina

 

 

 

Cristina é uma menina insignificante e apagada. Faz lembrar margaridas na berma do caminho, calcadas por quem passa – diz-me a Sr.ª Anders, de quem ouvi esta história.

– A Cris já tem seis anos e tem de ir para a escola – diz a mãe.

Mas a delegada de saúde disse que a Cris ainda tinha de ficar mais um ano em casa, a brincar. Cris gatinha para debaixo da mesa, para junto de Nenna, a irmã de quatro anos, e aí brincam as duas. Cris é a Cris, e Nenna faz de mãe.

– Tens de ir para a escola! – diz a mãe. E só de pensar que Cris não pode ir para a escola, bebe imediatamente uns goles da garrafa.

 

Um ano passa depressa. Cris já tem sete anos.

– Agora somos obrigados a aceitá-la – diz-lhe a delegada de saúde.

Cris vai então para a classe do Sr. Pusback, que é muito engraçado e de quem as crianças gostam muito. Um ano depois, na ficha de avaliação vem registado que Cris fez um primeiro ano satisfatório e que, por isso, passa de ano. Vai agora para a segunda classe, e Nenna entra para a primeira. Passado meio ano, o professor informa o director que Cris não consegue ler.

Cris vai fazer nove anos. E quem tem nove anos e não sabe ler, tem de ir para uma escola de crianças com problemas de aprendizagem. Uma senhora que Cris não conhece vem à escola, fica sozinha com ela numa sala, faz-lhe muitas perguntas, manda Cris fazer diversas coisas, trabalhar com pequenas peças de madeira, observar imagens, desenhar linhas, pintar. Durante a manhã inteira, das oito às doze horas. A senhora faz um intervalo para fumar e Cris tem autorização para ir ao quarto de banho e comer o pão com manteiga, mas Cris não trouxe pão para comer.

Dias depois, chega uma carta com o carimbo do ministério.

– És tão palerma! – grita-lhe a mãe. Cris apanha um par de estalos que a atiram ao chão. Gatinha imediatamente com Nenna para debaixo da mesa. E brincam. Cris é Cris, e Nenna faz de senhora desconhecida que foi à escola e fuma.

Tempo depois, saem as avaliações. Nenna passa de ano, mas Cris não.

– Espera que já lhes digo! – exclamou a mãe. Cris não sabe por quem deve esperar. Pelo Sr. Pusbach, talvez? Para que ele lhe explique por que é que ela não conseguiu aprender a ler? Mas isso nem ele próprio sabe! Todas as outras crianças aprenderam a ler… Ou será que deve esperar pela senhora desconhecida? Para que lhe diga como conseguiu descobrir, das oito às doze horas, que Cris tinha pouca inteligência para frequentar uma escola normal. Calculou-lhe um QI de 54, o que está no limiar da imbecilidade.

Nenhum adulto consegue falar com alguém tão palerma, por isso Cris fica sem saber o que vinha na carta que o ministério enviou: que os pais demoraram demasiado tempo a enviar a autorização, que a escola do ensino especial já está cheia, e que por isso Cris tem de ir para uma escola para crianças com atrasos mentais.

No último dia de férias, chega, pela terceira vez, uma carta do ministério, onde é dito novamente que, uma vez que os pais demoraram a conceder a autorização, Cris já não pode ir à escola durante o próximo ano (suspensão da obrigatoriedade escolar, de acordo com o artigo 14 do regulamento escolar).

– Estão malucos! – grita a mãe, e o pai bebe logo de enfiada três copos de aguardente. Depois atira o copo contra a parede, e Cris tem de varrer os vidros.

– A partir de hoje vão as duas para a segunda classe, para a Sr.ª Anders, e sentam-se uma ao lado da outra, percebido? – disse a mãe na manhã seguinte.

Cris e Nenna vão para o autocarro escolar enquanto a mãe se lança para a bicicleta e voa para a escola. Quer dizer das boas ao director.

Mas o director está doente. A substituí-lo está a Sra. Anders, que até fica tonta com tantas leis e parágrafos. Diz também que a situação em que Cris se encontra foi provocada pela mãe. O que é que tem contra a escola de ensino especial da vila vizinha? Só se ouve falar bem daquela escola. Sim, sim, os edifícios são bonitos, diz a Sr. Blattsch, mãe de Cris… Já lá foi de bicicleta.

A campainha toca.

– Tenho de ir para as aulas – diz a Sr.ª Anders, que ainda acompanha a Sr.ª Blattsch pelo corredor e depois se dirige para a sala de aula. E o que vê? Cris e Nenna sentadas ao lado uma da outra, como se fossem uma só.

A Sr.ª Anders vai a correr ao recreio, mas já não vê a Sr.ª Blattsch, que saiu dali à velocidade do vento.

– Que descarada! – vocifera a Sr.ª Anders. – Deixar-me assim uma prenda destas, como se a minha turma não estivesse já suficientemente cheia. Não pense ela que a vou deixar fazer o que quer! A Cris que pegue na sacola e que vá para casa. Se o autocarro já tiver partido, que vá a pé.

A Sr.ª Anders volta a correr para a sala mas vê os olhos claros de Cris e o medo bem no fundo deles, e resolve não dizer nada. Pelo meio-dia, dez minutos antes de tocar, senta-se à secretária e escreve:

 

Cara Sr.ª Blattsch

Daqui em diante, deixe ficar a Cris em casa, tal como determinado pelo ministério.

O que é que a Cris vai fazer, se tiver de ficar em casa? – pergunta uma voz. Uma voz tímida e baixa. A Sr.ª Anders parece conhecê-la, já a ouviu mais vezes… – Vai brincar com garrafas vazias de aguardente? E as pessoas da aldeia, o que dirão? “Uma palerma. É tão burra, que nem a querem na escola!” Mas porque é que estás a escrever? Não lhe basta já a carta do Ministério? Ainda tens tu de te fazer importante?

Nunca na vida! Quem é que pensa numa coisa dessas?

Eu!

Eu? Quem és tu?

Prefiro antes dizer-te quem não sou. Bem, não sou essa pessoa que aceita todas as ordens do ministério. Há muito, muito tempo, antes de te tornares uma funcionária do estado, também foste uma menina indefesa e insignificante como a Cris…

Eu fui como a Cris? Nunca, podes ter a certeza. Nunca!

Não precisas de ter medo que as crianças ouçam o que te digo. Para elas sou completamente invisível e inaudível. Claro que eras uma criança esperta, se não, não tinhas chegado a professora. Mas talvez te lembres ainda daquela pequena, a segunda a contar do fim, quando se tinham de colocar por ordem de tamanho. E nas aulas de ginástica tinham de se pôr por ordem…

…lembro-me, de facto…

E quem era aquela menina esquisita e fraquinha, que na escola não se atrevia a chegar junto do professor com o lápis da lousa partido…?

…também me lembro disso…

E quem é que era tão imbecil, desculpa a palavra, que não conseguia perceber que três mais três e quatro mais cinco pedem números determinados, e não uns algarismos quaisquer à escolha?...

Deixa-me rir! Era eu!

Era eu! Era eu! Era eu! Há tanto tempo que desejo que te lembres de mim e me chames pelo nome.

Oh, já está a tocar! Não posso dar à Cris a carta para entregar à mãe. Ainda não a acabei…

Rasga-a, por favor! Não é bom escrever cartas que não sirvam para o bem das crianças. Gostarias de ter levado uma carta dessas à tua mãe? Um professor não tem de ser só inteligente, garanto-te. A inteligência não chega. Também precisa de saber sentir o que sentia quando era criança…

* *

Olá! Hoje já é o quinto dia de aulas depois das férias, se não estou em erro.

Sabes o que é a imbecilidade? Fazes ideia do que é…

E tu, fazes?

Vou mostrar-te, presta atenção!

– Cris, ora lê o que está escrito no quadro.



– Vou ler-te em voz alta: mamã. Mmmmmaaaammmmãããã. Que sons é que ouves?



Pobre idiota! Tem a idiotice estampada na cara.

Ela pensa que vai apanhar já um estalo da mamã. Apaga a palavra mamã, Maria! Usa uma palavra de que todas as crianças gostam.

Sabes alguma?

Rir.

– Cris, olha. Vou apagar mamã e vou escrever uma palavra nova: rir. Tu gostas de rir, não gostas? Rrrrir. Que sons é que ouves?



– Vou escrever outra palavra: fazer. Fazer rir. Soa bem, não soa? Ora diz lá tu.



– Vou escrever outra palavra: desenhar. Também gostas de ddeeseenhnhaarrr! Ouves os sons?

Ergueu os cantos da boca dois milímetros. Isto não é um sucesso? Deixa-a desenhar.

– Agora podes fazer um desenho bonito, Cris.

 

Ainda me lembro de quando aprendi a ler. Quando pela primeira vez dei conta de que não só ouvia mas também via as letras das palavras. Fiquei tão feliz! Profundamente admirada com essa descoberta! Tive o sonho mais bonito de todos os meus muitos sonhos. O meu amigo Itze e eu navegávamos pelo céu num navio de nuvens e ouvíamo-las todas cantar… O que é que a Cris está a pintar? … Uma mesa, dois bancos por baixo, o risco da boca é redondo nas duas crianças; quer dizer que estão a rir. E também copiou uma palavra do quadro: rir. Como é que a Nenna aprendeu a ler?

Por acaso foi normalmente. Só que tomei mais cuidado no início, porque já sabia o que se passava em casa.

Tomar cuidado? Será que aprender a ler pode ser perigoso?

Se se perde a ligação, sim.

Se calhar a Cris também perdeu a ligação.

Com a Cris é mesmo falta de esperteza, acabaste agora de ver com os teus próprios olhos.

Talvez seja “ligação” e burrice. Quem está sempre a apanhar estalos facilmente apanha uma má ligação, mas será que também tem de apanhar a burrice da leitura? Deixa-a brincar debaixo da mesa com a Nenna ao jogo do “Vamos ouvir as letras”. Nenna gosta da Cris e a Cris da Nenna. Aprende-se bem com alguém de quem se gosta. Deixa-me falar com a Nenna.

 

* *

“A mãe diz-me que não devo gastar tanto papel, porque o papel custa dinheiro. A Nenna tirou um bloco do balcão da loja para mim. É publicidade, e nisso podemos pegar, diz a Nenna. Faço desenhos pequeninos. Hoje vamos brincar a uma coisa nova, disse a Nenna. Hoje sou o bichinho do ouvido. Quando esse bichinho limpa as orelhas a alguém, essa pessoa consegue ouvir as letras das palavras.”

– Limpopo, limpopo, limpopo-te as orelhas. Ouves o p em limppo?

– Sim, ouço o p em limppo.

– E a Sr.ª Anders é boa. Não precisas de ter medo dela. Ouves o m em mmedo?

– Sim, ouço o m em mmedo.

– Portanto, não precisas de ter medo nenhum da Sr.ª Anders. Se errares, ela não se vai rir de ti. E os outros meninos também não se riem de ti, porque isso não é justo. Só o Ergon é que às vezes se ri, porque ouve mal. Mas depois também ouve da Sr.ª Anders.

– Com o Pusback riam-se sempre muito.

 – Mas isso já passou – diz Nenna. – E como tu fazes uns desenhos tão bonitos, agora vou desenhar-te como se faz um p. Agora já consegues as duas coisas: ouvir e desenhar o p. Vamos brincar a sério às escolinhas. Se ouvires o que eu ouço em ppino, se ouvires sem ajuda, então és uma menina esperta.

– Pino, pino, P! P! Eu sou esperta!

* *

Quando foi a última vez que te ocupaste dela? Há quatro ou há cinco dias?

Tenho trinta e duas crianças na turma sem contar com a Cris. – disse Maria Anders. – São trinta e duas crianças com as quais tenho de me ocupar, o que, por si só, já é muito trabalho e às vezes bem difícil de levar a cabo, acredita. Não me sinto responsável pela Cris. Não estudei idiotice.

Foi por isso que pedimos ajuda à Nenna.

Pedir ajuda? Mas que palavra tão forte para este caso. Permitimos que Cris viesse para a escola. Ela porta-se bem, não perturba as aulas. Faz sarrabiscos e desenha. Sempre está melhor aqui do que se estivesse sentada em casa. Faço mais do que o que me é autorizado pelo ministério.

Não poderias ocupar-te dela só mais um pouco?

Mas como? Eu faço perguntas, ela não responde. Torno a perguntar, ponho-lhe a resposta na boca, por assim dizer. Ela continua sem responder. Quantas vezes tenho de repetir isto? Eu tenho de ver resultados, se não, um professor também não se sente motivado. E também não quero perder o meu tempo.

Será que cada funcionário público tem de se esquecer do que sentiu em criança?

Andas constantemente a lembrar-mo.

A Cris já cá está há dez dias. Em dez dias ainda não te disse uma palavra, mas o lápis dela fala com o papel. Vai até lá e dá uma olhadela.

 

Não vejo nada de interesse nos gatafunhos dela.

A última vez que olhaste para eles foi há cinco dias. Por favor, vai até lá outra vez…

 

PINO     PATO

 

Os cantos da boca de Cris estão virados para cima. Quase sorri. Aponta com o lápis primeiro para uma palavra, depois para a outra. Os lábios abrem uma fresta.

Quer dizer-te alguma coisa, Maria. Depressa, baixa-te para perceberes…

Cris fala tão baixinho que nem na mesa do lado a ouvem.

– Se trocar este por este – diz ela batendo primeiro no A, depois no I – fica pano.

Mas isso é óptimo! É mesmo bom! Ela percebeu como funciona…

 

Se eu não tivesse vivido isto, disse mais tarde Maria Anders, acharia a história impossível. Uma coisa impossível como esta é o melhor que pode acontecer a um professor. Não se consegue esquecer, pensa-se e volta-se a pensar. Uma pessoa nunca se cansa de reflectir nesta história, acho eu. Na altura, falei abertamente com a Cris e com a Nenna. Expliquei-lhes qual era o problema dela, mas que ia conseguir aprender. Todas as manhãs, eu estudava uns minutos com ela, e Nenna fazia o mesmo à tarde. Foi simplesmente espantoso como Cris conseguiu aprender. Passados poucos meses já conseguia ler sozinha textos desconhecidos. Então, peguei no telefone, contactei o ministério e informei que tinha agido contra as ordens, e expliquei porquê. Disse ainda que a Cris agora já sabia ler, que aprendera com a ajuda da irmã. Meio ano mais tarde, a colega vo
ltou a vir fazer um teste de inteligência e redigiu uma carta onde escreveu: “Cris desenvolveu uma boa técnica de leitura mas não entende nada do que lê.” Bem, este é o problema da ligação. Quando Cris sente que está a ser controlada, não abre a boca. Nem mesmo hoje. E já está com Nenna no quinto ano.

 

 

Irmela Wendt

Jutta Modler (org.)

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Goretidias

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RosaMaria
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« Responder #1 em: Fevereiro 03, 2009, 15:25:50 »

Dá que pensar esta história da Cris.
....
jinhos
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Nas asas do sonho, escrevo...


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« Responder #2 em: Fevereiro 05, 2009, 14:05:33 »

Um bom conto... ainda bem que partilhaste esta pérola com o site

Luis
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« Responder #3 em: Fevereiro 05, 2009, 17:02:20 »

Existe um inglês (Ken Robinson) que aborda uma situação parecida, com resultados semelhantes. E mais, dá algumas sugestões para a solução dessas questões tão aflitivas. Obrigado por compartilhar.
Incluo o endereço elêtronico para quem quiser ver: <a href="http://www.youtube.com/v/yFi1mKnvs2w&rel=1" target="_blank">http://www.youtube.com/v/yFi1mKnvs2w&rel=1</a>
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Goreti Dias
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« Responder #4 em: Fevereiro 05, 2009, 19:01:30 »

Um tanto diferente, mas interessante de ouvir.
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Djabal
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« Responder #5 em: Fevereiro 05, 2009, 19:10:01 »

O aspecto que mais prendeu a minha atenção no conto, além da qualidade literária, foi o processo pedagógico. Único e dotado de paciência e cuidado diferente.
E por isso veio-me à mente a escola moderna e essa pequena tirada bem humorada do inglês para completar o sentido, ou ampliá-lo. Reitero meus cumprimentos. Felicidades.
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Goreti Dias
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« Responder #6 em: Fevereiro 05, 2009, 19:45:31 »

Eu é que agradeço!
Abraço
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« Responder #7 em: Fevereiro 06, 2009, 22:41:12 »

O conto cativa-nos pela imprevisibilidade no decorrer
do mesmo e depois não menos importante pelo aspecto
pedagógico que é sempre de realçar.
Um abraço. Textos deste enriquecem sempre quem os lê!
Vóny Ferreira
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um eu saberei
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« Responder #8 em: Fevereiro 09, 2009, 19:54:22 »

Adorei esta história. Mesmo que o final fosse outro seria sempre uma boa historia


Um prazer estar aqui


Obrigada

Bjs
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Dolores Marques

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« Responder #9 em: Fevereiro 09, 2009, 21:27:14 »

Uma história que me prendeu a atenção do princípio ao fim.
Sim, fez-me recuar muitos anos na minha vida e voltar àquela carteira da escola primária...
Sim, era sempre a mesma carteira, ano após ano, a da frente(por causa da minha maldita miopia), precisamente a que eu não queria, por ser tão tímida e me querer invisível...
E o quadro ali tão perto!

Adorei a história e poderia dizer-se tanto sobre ela...

Beijo
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« Responder #10 em: Fevereiro 10, 2009, 00:33:36 »

"Cris é a Cris, e Nenna faz de mãe." À falta de outra, há que arranjar substitutas. Para a Cris aprender faltava-lhe a vinculação essencial; uma vinculação que estava a tentar (re)criar com Nenna. Sem vínculos fortes, não há aprendizagem que resulte, nem inteligência, enquanto produto/processo da exploração do mundo, que se instale. Não era uma perturbação de aprendizagem por défice cognitivo, mas por perturbação emocional, como são quase sempre, aliás. Há extensa literatura sobre o assunto. O erro primordial nas instituições de ensino e não só, digo eu, continua a ser a sobrevalorização que se dá à inteligência em detrimento de factores emocionais e relacionais.
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Goreti Dias
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« Responder #11 em: Fevereiro 10, 2009, 09:09:34 »

Obrigada por lerem. Prometo deixar mais por  aqui. O tempo que dediquei aos jovens com deficiência fizeram-me ver o mundo por outro prisma. Não sei se o mais correcto, isso nunca sabemos, mas diferente. Na maioria das vezes nós é que somos incapazes de perceber as capacidades deles, preocupados que estamos em catalogar as dificuldades.
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E, se não for pedir muito, deixem um incentivo aos autores!
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Boas leituras!
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Boa noite!
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Brevemente, novidades por aqui!
Setembro 05, 2022, 13:38:48
Boa tarde
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Obrigado, Administração, por avisar!
Setembro 14, 2021, 10:50:24
Bom dia. O site vai migrar para outra plataforma no dia 23 deste mês de setembro. Aconselha-se as pessoas a fazerem cópias de algum material que não tenham guardado em meios pessoais. Não está previsto perder-se nada, mas poderá acontecer. Obrigada.

Maio 10, 2021, 20:44:46
Boa noite feliz para todos
Maio 07, 2021, 15:30:47
Olá! Boas leituras e boas escritas!
Abril 12, 2021, 19:05:45
Boa noite a todos.
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Bom domingo para todos.
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Boa semana para todos.
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Boa tarde a todos.
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Boia noite para todos.
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Boa noite feliz para todos.
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