betimartins
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« em: Outubro 05, 2007, 16:13:29 » |
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Um conto da nossa alma
Um dia andando a vaguear pelo mundo eu perguntei a mim mesma que estava fazendo aqui perdida nesta imensa vastidão. Eis que me deparo com o meu Eu, espantada olhei absorvida pela curiosidade, perguntei! Que fazes aqui? O meu Eu me respondeu: Simples, a tua procura e não sabia para onde ir. E decidimos caminhar juntos para aprender e saber respostas a tanto ansiadas pela nossa alma. Caminhamos dias a fio, ate que encontramos um velhinho. Paramos e falamos com ele e ele perguntou que a sua busca e igual a nossa, permitem que vos acompanhem, logo concordamos mas o silêncio do caminho era longo, difÃcil de suportar. Cansados do silêncio paramos para alimentar o cansaço do corpo e da alma. Preparamos uma fogueira e colhemos frutas e também flores e ai colocamos, para distribuir pelo nosso amigo. Olhou para nos de olhos meigos e fortes e ai falou. Obrigado, Senhor, pelo alimentos que das e pelo silencio também pois ele alimenta a alma e o nosso interior. Pasmados olhamos e perguntamos o porque de tanto agradecimentos, olhou para nos e baixou a cabeça sem nada comentar. A noite veio e com ela os anseios e os medos, cada ruÃdo nos fazia tremer de frio e escuridão nos deixava com medo na alma, ele nada se importou deitou ao relento, fixando os seus olhos para o céu e ai meditou ate adormecer. Nos não dormimos pois o medo se tinha instalado, que nos doÃa o estômago, amanheceu e ele acordou, baixou a sua cabeça em forma singela de bom dia e levantou, dirigindo-se ao riacho mais próximo, fomos atrás dele cansados e derrotados pois não dormimos a noite toda e qual o me espanto ele entoou algo dos seus lábios, parecia cânticos e orações, cada vez que ele entoava o medo e cansaço partia ate que parou e olhou para nos e falou: Como querem se encontrarem se nem sabem ouvir a vossa alma, o vosso corpo, e tudo que nos, liga neste terreno espiritual, não são ouvidos. Eu sou o eco da solidão e também sou o monge da oração e nela encontrais todo o alimento para o corpo e alma, quando os seres, são tão egoÃsta que nem a si próprios se ouvem, lamentam e lamentam e nem param para ouvir....aqui irei vos contar uma historia: Um dia um monge estava demasiado irritado com tudo, ate com Deus e decidiu partir do seu mosteiro onde ele já tinha uma vida sofrida mas sem proveitos da alma. Ele caminhou vários dias a fio, passou fome e frio, falou com os animais e ate os ajudou, mas mesmo assim ele não encontrava a sua busca, caminhou e caminhou ate que encontrou uma vastidão grande cultivada, onde o trigo era abundante e terra fértil, cansado, parou, sentou num grande fardo de palha e ai adormeceu. Acordou com gritos, crianças correndo e ate se divertindo, elas deram com ele ali descansado e curiosas foram ter com ele, perguntando que fazes aqui?...ele respondeu meio alegre pois não sentia há muito o coração feliz, dizendo descansado. Elas então alegrem e felizes pediram que ele o acompanhasse pois a mãe estava a cozer pão e que ele podia comer, devia ter muita fome mesmo. Ele aceitou alegremente e caminhou quase saltando com elas, sentia uma leveza sem igual, uma alegria e um amor, tentou ser lógico e não conseguia, assim lá nos seus pensamentos eles chegaram a casa das lindas crianças. A mulher era uma camponesa forte robusta e de jeito meio severo e meio grosseiro, falou para ir lavar pois estava a precisar, as crianças desataram a rir de tal facto, ele meio tÃmido lá se foi lavar. Voltou para a mesa onde lá continha pão quentinho e café cujo aroma exaltava pela cozinha rústica mas muito asseada, comeu desalmadamente e pediu desculpas pelo facto, dizendo há dias a fio que não come estando a procura de algo. A mulher pasmada de ver um frade cujo entendimento e estudos eram bem superior perguntou: O que procura? Ele respondeu: eu procuro somente Deus e não consigo encontrar. Ela na sua forma grotesca respondeu: há e só isso, ele, esta aqui, encontrou meu senhor, ele, esta aqui. O frade meio parvo perguntou de novo: Esta aqui onde eu não o vejo em lado algum....Falou ele espantado com tal atrevimento da senhora. Ela com um sorriso nos lábios e olhar atrevido respondeu: Bem o senhor e um homem de letras, muito conhecedor de coisas que eu até desconheço mas quanto a sua pergunta ai o senhor me perdoe o meu atrevimento, tenho a sua resposta. Olhe para os meus os filhos são sua obra e olhe para mim também sou sua obra, faça o favor de vir aqui olhar a janela. Ele se deslocou com ela e olhou. Ela falou esta a ver estas lindas searas, vê como estão férteis e linda, em cada espiga e coloquei amor, plantei, reguei, tirei as ervas daninhas e até as colhi para fazer o pão para o meu sustento. Ela parou de falar e olhou com os olhos vidrados de lágrimas, dizendo: Que seria de mim sem o amor do nosso Pai, ele me deu tudo isto e eu não sou sua dona só estou de passagem mas enquanto estiver aqui preservarei seu nome e sua obra e esta e minha missão. O frade olhou e se sentiu o pior dos homens, vendo uma mulher ali falando de Deus com tanto amor e Finalmente ele encontrou, o que tanto queria...Deus. Despediu das crianças e voltou para a sua origem mas a sua lição ele aprendera. O velhinho que estava nos contando a historia não era mais nem menos que o frade que viveu essa mesma historia mas ele falou para nos algo: A vossa busca não esta aqui na terra e nem no céu e dentro de vos, ai esta a vossa busca, conhecer. Aprender a lidar com o vosso coração pois ele saberá onde esta Deus e o amor nada mais. Regressei a casa e deixei alma se encontrar comigo e deixei ela falar...falou dias a fio mas no final e aprendi que no encontro de nos próprios temos que saber ouvir, caminhar e falar com o nosso coração.
Beti Martins
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