CONSIDERAÇÃO SOBRE O POEMA

[CAMPISTA CABRAL]

O poema não fede nem cheira já disse um poeta certa vez...
O poema não avança e não retrocede o caminho das palavras
O poema é tudo o que se queria que fosse: nada!
O poema é a miséria empilhando misérias e mais misérias em terras de sol
O poema é um esqueleto, um resto, um tronco oco
O poema é um beco, uma casa abandonada, uma escura estrada
O poema é o labirinto do labirinto, tendo ao centro, o corpo do minotauro
O poema é som é eco é vibração de cordas e é silêncio e o silêncio basta!
O poema é uma corda que balança à espera de um pescoço
O poema é uma lata de lixo, cheia ou vazia, um lixo...
O poema é o instante em que dois corpos amantes caem extenuados de amor
O poema não fede nem cheira já disse um poeta certa vez...
Mas todos os poetas o perseguem
E todos os homens o proclamam
E todas as mulheres dele se enamoram e se encantam
Para a vida ter um pouco mais de sentido

[carlossoares]

Campista,

vale sempre a pena reflectir sobre o ser do poema e da poesia e da linguagem e da estética e da arte... Até os cientistas têm muito a aprender com essas reflexões e a ciência vai ter que olhar de frente, sem desdém, nem sobranceria, estes modos de abordagem e de conhecimento da realidade e dos próprios processos de conhecimento.
Um abraço

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

O poema é simplesmente o extrato máximo das palavras.

[CAMPISTA CABRAL]

Olá Carlos e Oswaldo:

Falar sobre o fazer poético, antes de tudo, é uma necessidade! O trabalho da poesia, o pensar, o escrever, o apagar e tornar a escrever, o refazer contínuo das coisas. O ofício é este: fazer e refazer, fazer e refazer!

Um grande abraço!!