Figas de Saint Pierre de
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« em: Setembro 27, 2009, 09:19:28 » |
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A VELHICE Para trás ficou uma vida activa, produtiva, geradora e criadora! Vida que ganhou raÃzes e deu frutos. Para trás ficaram a adolescência, juventude, idade madura, amores, zangas, discussões e frustrações. Agora, a velhice é a visão sobre uma serena planÃcie, sobre um vasto oceano, visão sobre os mais longÃnquos horizontes que não se vêem, mas que se adivinham. É um tempo de reflexão e revelação por palavras; negativos dos factos do filme da vida. A velhice já não é mais o ter de andar, o ter de trabalhar, não. A velhice é só mais um tempo de, na vida, estar e esperar, de viver, tendo mais certezas do que falta acontecer. A velhice é uma cor que vai ficando desbotada. Foi-se a firmeza da cor da juventude. Muitos sóis, muitas águas passaram e sempre mais um pouco da força e do vigor levaram. A velhice não tem princÃpio definido, mas começa, talvez, quando alguém nos chama avô pela primeira vez. Aà sim, rapidamente vem a constatação que já não se pode correr correr e acompanhar o traquino do neto ou neta. Nas vinte quatro horas do dia começam a sobrar mais horas para a cadeira, porque o corpo, então, já um pouco cansado, aprecia mais o descanso de estar sentado. Já não sente nem tem tantas canseiras. É já tempo de largas conversas, muitas vezes repetidas; cenas do filme da vida, que são recordadas. A velhice tem a ciência de teleguiar a vida dos mais novos. São realizadores que não mais participam nos seus próprios filmes, mas sabem de belos cenários, contam belas histórias e ajudam, sim, oh! se não ajudam, os netos e os mais jovens a sonharem. De velho se torna a menino. Quantos sonhos que, na juventude, foram eternamente adiados e são agora perseguidos para se tornarem numa realidade concreta? Chamam-lhe “hobbiesâ€, mas entretêm ricos e pobres. Na velhice, além do corpo, é importante alimentar o espÃrito, e todos as antecedentes idades sabem que a velhice é uma experiente crÃtica e sabedora de muitas verdades. A velhice não é um tolice! É um sótão onde se guardam lembranças de pensamentos e brincadeiras de infância e de juventude. Na velhice quase que não se fazem mais asneiras e ganham-se virtudes. Já não se corre na pista da estrada da vida, mas sim pela sua berma. A velhice sabe que quem corre pela pista da vida chega sempre ao fim da corrida. Depois, vem o tempo de longas conversa, sem pressas. Afinal, a velhice não é uma chatice. ...................xxxxxxxxxxxxxxxxx............. ............................... Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
DR/SPA nº 15727
Gondomar-Portugal
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