CIDADE DO CAOS - OS MOLEQUES

[CAMPISTA CABRAL]

  Malandro. Trocado. Virado. Ele queima a vida aos poucos. Fuma. O outro queima aos montes. Fuma e ri. Sobem as vielas e o cheiro do esgoto é forte. Esgoto e morte. Saneamento básico ali? Brincadeira! Serve pra quê? Tu não sabe nada mermão! Malandro. Dois.
  A polícia persegue dois moleques. Correm. Correm que nem desgraça. São uns lazarentos de tão franzinos e como correm. Olhos pequenos, mas firmes e ferozes. Desejosos de matar. A subida cansa a polícia. O uniforme da PM já não cabe nos corpos despreparados e cheios de banha dos oficiais. Arfam. Dois.
  Moleques e polícia.
  Arfam...
  Mehor que não arfassem.
  Tiro solto. Perdeu! Perdeu!
  Dois moleques com fuzis nas mãos. Dois PMs estendidos no chão.
  Malandro. Trocado. O funk que se escuta lá do alto se mistura à risada dos moleques...

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Fortíssimas palavras, Cabral. Gostei imenso.

Abraços...

[marcopintoc]

Caro Campista Cabral,

Tenho seguido com agrado estes fragmentos da urbe Brasileira. Aguardo mais pedaços de caos. Os meus parabéns pela escrita forte
Abraço
Marco

[Eduarda]

E cada vez mais as cidades se tornam armas nas mãos das crianças.

Forte e dum realismo que estremece.

bjEduarda

[CAMPISTA CABRAL]

Oswaldo:

Palavras fortes porque o Rio nos oferece força e pólvora e lâminas!

Marco:

Obrigado pela leitura e pelo comentário. Estou disponibilizando mais bocados desta prosa explosiva!

Eduarda:

Esta realidade estremece e assombra a todos nós!

Abraços a todos!