Who wants to live forever?

[AnaMar]

A saudade
desassossega a memória
das tardes de Maio
em que as noites se inventavam
para que as madrugadas tardassem.

Quando
os livros tinham a meio
sonetos acidentais
jantares em Alcântara
o caderno em branco
poema nos teus lábios beijo de cinema
e
estavas sempre comigo
num abraço
mesmo quando os girassóis exigiam a tua atenção
e
eu clamava o calor dos corpos
serenados em uníssono
assim
o pé pousado
nas escadas de namorados
sentindo o frio
à noite
na cidade dos estudantes
na metade que os todos os anos têm
em (A)gosto
de anéis
que na incerteza vão de prata a ouro.

Também não sei porque partes. Só sei que espero por ti.

Ainda sinto as letras
que me desenhaste nas costas
enquanto
vibrava intensa
num texto a duas mãos
com palavras que já não sei.

Então
a paz que tu precisas
e a agitação
sem a qual
eu não sei viver.

Numa despedida sem adeus.

[Goreti Dias]

"Ainda sinto as letras
que me desenhaste nas costas
enquanto
vibrava intensa
num texto a duas mãos
com palavras que já não sei."

Uma bela estrofe num belo poema!

[António Lóio]

Anamar
"We don't have the power but we never say never"
Abraço
Tom

[Tino Saganho]

Olá AnaMar!
Benvinda ao seio de gente boa e fraternal!

" A saudade desassossega a memória" e, permita-me: o corpo, a alma e muito mais...

Bonito poema o seu! Tino Saganho

[josé antonio]

Olá AnaMar,
First of all and honestly, I don't!- depois já escrevi bastantes palavras em costas femininas e nada nem ninguém me impede de apreciar um belo poema como este!
Parabéns.
José António

[Zélia]

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...despedidas sem adeus são as piores!

Ficamos sempre entre a presença e ausência do que não se sabe se é ou não...


Seu poema é muito bonito!


Beijos de luz e o meu carinho...

Zélia (Mundo Azul)

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