A tropa

[Carlili]

Olá Antonio...
Interessante este texto, e comentários decorrentes. Estou curioso para saber como funciona  hoje o serviço militar, bem como é sua atual situação, referente a educação, disciplina, defesa territorial, e carreira. Notei que o texto extrapola o tema SMOP, que serve apenas de mote para abordar questões bem mais complexas e abrangentes sobre educação, cultura, sequelas socias e pscológicas na sociedade atual, bem como relacionamento pais, educadores e filhos, questões essas que ultrapassam fronteiras. Parabéns por este oportuno e lúcido texto! É apenas uma gota de água no oceano do descaso e comodidade, mas ainda assim um alerta.

Forte abraço.
Carlili

[Antonio]

Olá!
Obrigado pelo comentário.
Eu não sou militar: fui-o obrigatóriamente de Fevereiro de 1973 a Outubro de 1975.
Portanto não estou documentado sobre a situação actual das Forças Armadas salvo saber que o Serviço Militar agora é voluntário, quer para homens quer para mulheres.
É interessante que alguns textos que tenho colocado nesta rubrica de Ensaios tem motivado saudáveis discussões.
Mesmo outros que tenho no Contos ou nas Crónicas tem gerado o mesmo efeito.

Saudações

[Carlili]

Antonio, estarei lendo outros textos seus...  Tenho especial interesse em debater temas sociais em todos seus apectos... Políticos, educacionais, religiosos, culturais, sociológicos, etc. Em meu entender, vivenciamos  uma delicada e perigosa transição entre passado, presente e futuro, agravada pela crescente estagnação do poder público e lideranças sociais, isso tudo á nível mundial, com raras exceções. Acredito que a única esperança para a humanidade, reside na educação, no ensinamento e propagação do legado cultural ímpar que possui este planeta, cujos princípios morais implicitos, são diuturnamente soterrados pela anti-cultura, pelo descaso, pelo egoísmo e pela comodidade de toda uma geração. Sei que pode até parecer pretensão de minha parte, mas, estou certo que cabe aos intelectuais de todos os segmentos, lutar tenazmente para impedir que este vendaval de trevas destrua milênios de conhecimento, arte e liberdade, tão duramante conquistados. Estou ciente de minha insgnificancia diante da magnitude da tarefa... Todavia, grandes edificações iniciam sempre com o assentar do primeiro tijolo.

Saudações...

Carlili   

[Antonio]

Olá!
Eu não tenho qualquer intenção de mudar seja o que for!
Para isso ter-me-ía dedicado à política que é actividade que tem essa missão.
Também não pretendo discutir temas importantes para uma região, um país, um grupo social ou para a humanidade de forma sistemática, até porque não sou especialista em coisa nenhuma.
Pretendo, tão somente, quando estiver com vontade de o fazer, escrever sobre um determinado tema e, se daí resultar um pequeno mas interessante debate...tanto melhor!

Abraço

[Carlili]

Compreendo...  Desculpe por estender minha dissertação além dos objetivos de seu texto. Foi empolgação de momento... Acontece as vezes.

abraço.

[Antonio]

Sempre ao dispôr!

Abraço

[Inês]

Amigo Antonio

Polêmico, adequado ao debate saudável, teu texto faz refletir.
Quando o homem se lembrar que tem um coração e tratar gentilmente o mundo, a recíproca da paz será verdadeira.
Vivemos rudimentarmente num mundo de contradições impressionantes:
temos pavor e ao mesmo tempo verdadeiro frenesi para a guerra,
crendo que ela traz poder, vaidades, soluções. Ledo engano.
A nobre harmonia é o único tesouro que une povos em crescimento
isentos de solidão individual. Quanto mais cresce o mundo, mais se divorcia a grande família padecendo carências irreversíveis (a menos que se metamorfoseie conceitos vitais), de todo aspecto.

Quando as Nações Unidas surgiu, após os horrores da Segunda Guerra Mundial, seus dirigentes se reuniram para assinar a carta de intenções que deveria começar com o seguinte preâmbulo: “Desde que é na mente dos homens que a guerra se inicia, é na mente dos homens que a fortificação da paz deve ser erigida”.
Este mesmo sentimento é ecoado no primeiro verso do Dhammapada que declara: “Todos os estados (mentais) tem a mente como precursor, a mente é seu chefe, e são produzidos pela mente. Se uma pessoa fala ou age, com uma mente impura, o sofrimento o segue como a roda segue a pata do boi que puxa a carroça”.

A crença errônea de combater força com mais força tem levado a humanidade à vã corrida armamentista, de cujas guerras não restam vitoriosos nem vítimas - somente um cemitério.
A teoria de Buddha "O ódio não cessa pelo ódio, só pelo amor" tem de ser praticada  contra o antagonismo da má-vontade, que cria rebeldes arremessando-os uns contra os outros.
A paz viável e duradoura não não se faz somente através das orações e rituais; carece harmonia do homem com seus companheiros e com seu meio ambiente.  A paz arrancada pela força não é paz,  é o intervalo entre o conflito do desejo egoísta e as condições mundanas.
Sou radicalmente pela vida e acho que nada compensa matar ou morrer
denegrindo-se perante Deus e a própria consciência.
Felicidades, amigo.

[Antonio]

Minha querida amiga!
Relevo que o meu texto é sobre a tropa e não sobre a guerra.
Curiosamente vários comentadores associaram a tropa à guerra...
Quanto à guerra: não tenho a menor dúvida de que sempre existiu, existe e continuará a existir.
Tal só não aconteceria se o mundo fosse perfeito...mas não o é nem o será porque os Homens são e serão imperfeitos.
Antes da ONU existiu a Sociedade das Nações, criada após a 1ª guerra mundial, e existiram Cristo, Buda e Maomé...
E curiosamente muitas guerras foram feitas em nome das religiões que Cristo e Maomé fundaram.
E ainda o são!
E serão!
Inexorávelmente!

Beijo de paz

[Inês]

Muito gentil de tua parte voltar aqui para elucidar-me, amigo Antonio,
sobre esse tema polêmico interressante e duro, porquanto estamos diante da hipocrisisa de muitos que matam e se matam em nome de crenças criadas favor da vida. Afinal viemos ao mundo para aprender, pelo amor ou pela dor...
Outro beijo de paz a ti.

[Antonio]

Isto dava pano para muitas mangas...
Beijinhos