Esqueci

[vaza pinheiro]

Esqueci-me de ser um céu infinito,
como alguém que nasceu
no seu labirinto.

Esqueci que os dias vieram mais cedo
ao leito vazio,
sem coros festivos
nem olhos de ver.

Esqueci a palavra
na tumba dos vícios
e no som arrogante
de novos princípios.

Esqueci como eram os rios sem fim
e os gritos de cinza,
levados pelo vento
ao espaço apertado
do meu desconforto.

Esqueci que o tempo é voz desigual
no tudo que é nada
e no nada resume
os passos perdidos
de muita saudade.

Assim retornei ao ventre rasgado
do poeta faminto
de bocas e risos,
que em verso deixou
as águas revoltas
da nau sem destino.

Esqueci tudo isso,
até o meu nome
e os sonhos restantes
de frios ausentes.

Lembrei-me apenas que o outono vestira
com grande amizade,
a grata emoção:
esculpida a cinzel
na palma da mão.

vaza pinheiro

(In: Dispersos Emocionais)

[vilde]

Esqueceste que a vida
te diz que estás vivo,
vem nutrir a esperança
e renovar-lhe o sentido!

Um belo poema!
Vilde

[Goreti Dias]

De esquecimento em esquecimento se fazem os tempos que enformam a vida e a poesia também.
Abraço

[eduardo roseira]

Caro Poeta e amigo,

mais um belo poema.
Eu não "esqueci" a sua colaboração no "lavra...Boletim de Poesia", com boa poesia.
Há um poema seu, que se ainda não o colocou aqui no "EscritArtes", peço-lhe para o fazer,
é um dos poemas que eu tenho dito "mais", por ser em meu entender um belo hino à "mulher",
tem por titúlo: "MULHER MAIS".

Um abraço,

eroseira

[vaza pinheiro]

Amigo Eduardo Roseira, assim farei. Quando o escrevi dediquei-o a todas as mulheres, em particular, a uma querida amiga nortenha.
Um abraço

[VFS]

ao ler este poemas, não sinto esquecimento mas amor

VFS