Antonio
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« em: Outubro 14, 2007, 14:07:08 » |
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Ao longo da história, a mistura de raças tem sido uma constante, certamente com períodos ou regiões em que foi mais intensa do que noutros. Neste pequeno país no extremo sudoeste da Europa, e na sequência de invasões e ocupações mais ou menos prolongadas, cá estiveram os loiros celtas (parece que os primeiros a misturarem-se com os autóctones iberos), os fenícios, os gregos, os cartagineses, os romanos, os vândalos, os suevos, os alanos e, the last but not the least, os árabes. Se calhar outros por cá assentaram arraiais mas, como não sou expert na matéria, quem o for que me esclareça (muito obrigado, desde já). Em tempos posteriores, cá estiveram franceses e ingleses. Estes não foram muito numerosos mas eram de fina estirpe e deixaram marcas bem profundas que ainda hoje são notórias. Vem isto a propósito do que acontece actualmente em Portugal. Estamos perante uma fase de intensa imigração: chineses (macaístas e não macaístas), ucranianos, russos, romenos, angolanos, moçambicanos, guineenses, santomenses, cabo-verdianos e brasileiros são, se não esqueci nenhum povo com presença significativa, os mais representativos. E não esqueçamos que, entre os africanos, há etnias bem diferenciadas. Estamos portanto em condições de, por miscegenação (eu sei que é um palavrão, por isso tive o cuidado de consultar o pai dos burros, vulgo dicionário, para ter a certeza de como se escrevia), vermos no futuro surgir alterações físicas e temperamentais no português típico. Será desta que veremos o negro de cabeleira loira e o branco de carapinha de que falava o velho spot publicitário? Em contraponto, não quero deixar de referir o forte contributo que demos para o cruzamento de raças no exterior, nomeadamente no período das descobertas e da colonização, e posteriormente nas fases emigratórias do sec. XX. América do Norte, Brasil, Venezuela, Africa do Sul, França e Alemanha, sobretudo. E sempre nos demos bem a fazer cruzamentos. Não nos envergonhávamos disso. Não foi por acaso que o grande Jorge Amado disse que a maior criação dos portugueses ao longo da história tinha sido a mulata! (curioso...ele falou em mulata e não em mulato...será machismo?)
Nota: Não vou abordar agora a questão da mudança das características do português médio por efeito da nascente engenharia genética. Ainda é cedo para falar nisso. Mas que vai ser do caraças, lá isso vai!
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