gdec2001
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« em: Novembro 27, 2013, 18:04:08 » |
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Quando publiquei o Sortilégio 1 -não numerado- não tencionava publicar a novela toda. Por isso não publiquei a sequência entre o 1 e o 2 -também não numerado- Publico-a agora e vai numerada 1-a .
Quando acordei hoje já o sol se entretinha com as folhas das minhas árvores. Outra vez... Como as colora; como as reanima! E elas arrebitam-se lampeiras e cantam-lhe os seus louvores. Esta sim, é a religião verdadeira. Entretive-me também um pouco no quintal, esgravatando aqui e ali, apanhando aqui um pedaço de telha e arrancando ali uma planta daninha. Ajeitando aqui uma pedra, limpando ali o meu pequeno lago com peixinhos vermelhos uns, brancos e de diversas cores, outros. Agitando as árvores mais pequenas para lhes fazer cair as folhas mortas. Meditando numa lembrança de nada e de todas as coisas agradáveis que vivi e de que não recordo o pormenor mas apenas que foram agradáveis. Vivendo preguiçosamente esta morte vida que tanto me encanta apesar de ser tão vilipendiada. Mas que se lixem os filósofos realistas, veristas, objectivistas e etc., exceptuando , é claro, aqueles que são realistas porque admitem a realidade do sonho e de todas as outras coisas...irreais mas que a gente vive de verdade. Quem me dera ficar assim, até ao fim de... tudo, afinal. A final. Mas temos de viver. Porquê, não sei. Nem na verdade para quê. Já sei, já sei que o meu discurso está cheio de contradições . Que raio!
O tempo continua a estar...bom, o que muito me preocupa. É que os agricultores não pensam da mesma maneira. Portugal é verdadeiramente um paÃs de fracas chuvas mas os agricultores não se conformam com isso e fazem as suas culturas como se houvesse de chover muito. Mas não chove, ou raramente chove o suficiente. E aà os agricultores choram e o governo ajuda-os. Insuficientemente, é certo, mas de maneira que eles pensam que vale a pena tentar mais uma vez. E a coisa repete-se, anos e anos a fio. Há, é claro, o vinho e creio que algumas frutas que produzem sempre, principalmente com tempo seco. Mas quem é que sabe quanto lhe custa a produção do vinho misturada, como geralmente se encontra, com a de outros produtos. De maneira que não se vende a preço conveniente, para poder vender-se mais. E também é verdade que o vinho não se pode vender muito barato pois que, beber mais do que a conta, faz mal — como sabe toda a gente — principalmente os que não bebem... Realmente o preço do vinho obedece a outros critérios que não os do custo da produção. De modo que o melhor era destinar todo o paÃs ao turismo, uma vez que é a “produção†para que é mais apropriado. Mas isto são banalidades. E talvez as coisas nem sejam bem assim. Desculpem e passemos adiante. Vejamos o nosso romance ou novela:
Gosto de passear junto ao rio mas, por vezes, tenho pensamentos desagradáveis.
Introdução ao romance ou novela...
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