Luis F
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« em: Dezembro 05, 2008, 12:12:24 » |
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Efeitos coloridos…luzes que se acendem…que piscam…bolas de mil cores, bonecos de neve, pai natais, enfim… chegámos finalmente a Dezembro, ena, ena…utilizando o estrangeirismo, diria YESS. Reina a magia no ar, felicidade no rosto das crianças, mais um Natal. Como é belo o momento… ou melhor, como poderia ser belo. E, por isso abro aqui um vasto parêntese, para escrever esta crónica. Natal nascimento de Jesus, Natal reunião de famÃlias, Natal união entre os povos, entre as pessoas, Natal sim… com espÃrito, vida e sentimento… sim, isso é Natal. Mas ao olhar para o corre, corre diário, para o que se passa actualmente, deixo a pergunta em estilo de reflexão: Será que nós vivemos esse Natal? Muito se vai escrever nos próximos dias, falar, um “blá, blá, blá†habitual (desculpem a expressão, mas de facto é sempre o mesmo todos os anos), vejamos: Olhamos para o lado e dizemos que as crianças não tem pão para comer, há ausência de brinquedos em muitos rostos, que choram sem brincar…, as desigualdades, as pessoas que dormem na rua, as famÃlias que vivem na miséria… muitas campanhas irão surgir, - Seja solidário para… ajude neste Natal… faça um gesto bonito… lá está o costume desta quadra… muitas palavras se irão gastar falando de solidariedade, de facto a tinta corre, e, todos os anos… mas todos os anos mesmo, a história repete-se. Sejamos solidários sim… porque é necessário, eu dou… tu dás, todos damos… pelos menos assim deveria ser, mas passamos 365 dias depois a olhar para o lado. Aliás, poderia dizer que afinal a história não se repete, porque andamos numa espiral descendente onde, ano para ano, o efeito Natal desaparece. Aquele Natal onde o outro existe, onde as famÃlias se encontram, onde o dar uma mão é mais importante, que uma caixa decorada com um belo papel e um laço que brilha… mas, chegamos a esta época e agimos numa correria louca, parando à s vezes… porque temos necessidade em respirar, para dar lugar a um rol de lamentações e de choros, que 365 dias do ano nos esquecemos de compensar... isto sem falar nas atitudes que se possuem, invadindo os grandes centros, numa loucura, como se o mundo acabasse… e os sorrisos no cumprimento das pessoas, raros são vistos nos tempos que correm. Corre-se, grita-se, acotovela-se… enchem-se as grandes lojas, gasta-se o que não se tem, age-se sem pensar, num pensamento que nos leva a não agir… e assim vivemos este mês, com um gorro vermelho na cabeça, que até acende umas luzes catitas, com um toque de telemóvel engraçado imitando o velhote das barbas brancas no seu tradicional Ho, Ho, Ho, vestido à muito por uma marca de uma bebida. Do presépio reza as figuras, que adornam o rodapé da árvore ou de uma montra de uma loja qualquer… olha aquele menino nas palhinhas deitado é Jesus diz a mãe para o filho e assim começa e acaba a história… do espÃrito existe uma vaga memória, quando olhamos para o calendário e recordamos que afinal estamos em Dezembro… ainda é tempo para desejar ao próximo umas festas felizes, quando há possibilidade de fazer a festa, ou até mesmo de sorrir. Gente sem rosto caminha ofuscado pela magia de uma quadra… que já gerou valores esquecidos na memória deste povo... numa rua qualquer, alguém diz: dê-me um euro para matar a fome aos meus filhos. Enquanto se caminha de rosto fechado, deixando por vezes cair uma moedinha, porque parece bem, afinal é Natal. Diria mesmo… fabriquem uma lei, em tantas que saem todos os dias, para acabar com o Natal… mas, vendo bem as coisas, este já acabou à muito… por isso desejo uma feliz época de compras e já agora nos próximos 365 dias do ano, façam o verdadeiro Natal todos os dias.
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