Nação Valente
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outono
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« em: Abril 08, 2017, 17:05:09 » |
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As viroses já não são o que eram. Não respeitam idades, estatutos, cabelos brancos ou a falta deles, entre outros estatutos dos anciãos. Atacam qualquer um sem dó nem piedade. Nem qualquer inofensivo cota-diano, está livre da sua crueldade. Na parte que me toca puseram-me fora de combate por algum tempo, mas não me afastaram da observação da realidade. De entre os acontecimentos mediáticos que vieram à luz do dia chamou-me a atenção o discurso do senhor holandês chamado Dijsselbloem.
A afirmação do chefe do Eurogrupo, embora me cheire a filosofia de bordel, parece-me não ter saÃdo daquela cabeça ocupada apenas com balanços e balancetes. Não me admiraria se fosse encomenda de um tal Sclauble, esse sim personagem do lado negro da vida ,obcecado com os preguiçosos do sul. Seja como for, as suas palavras, mesmo que saÃdas de uma boca de aluguer, não deixam de merecer algumas considerações.
O tal senhor, que vou tratar por mister Dijsse, por comodidade expressiva, afirmou que a “gandulagem†do sul gasta, o que tem e o que não tem, em copos e mulheres. Talvez fruto de uma educação de princÃpios religiosos conservadores, vê ainda a mulher como a tentação que desviou o homem do bom caminho nos primórdios da criação. Isto conjugado com o efeito do álcool é, naquela cabeça condicionada, uma mistura explosiva. Daà a a aplicação de penitências aos sulistas vai o salto de uma pulga.
No entanto, a expressão de mister Dijsse, sendo apresentada numa linguagem conotativa , necessita de uma leitura mais fina . Assim, quando Dijsse se refere a copos concluÃmos que está a falar do seu conteúdo. Por exclusão de partes, deve estar a referir-se a bebidas alcóolicas, e possivelmente ao vinho,que é o que mais se bebe aqui por estas bandas. Aà começa a minha perplexidade, pois comprar vinho não é uma desperdÃcio mas antes, um investimento. Desde muito pequeno que aprendi que “beber vinho dava de comer a um milhão de portuguesesâ€. Se era assim no tempo da outra senhora, mais razão tem de ser agora quando a produção deste néctar que os deuses não dispensam, se fazer em todo o território. Parafraseando Fialho de Almeida , este é mesmo o PaÃs das Uvas. Portanto, o mister Dijsse, disse, mas disse mal. Sendo a experiência “madre de todas as cousas†(Duarte Pacheco) que venha até cá beber do bom tintol para provar as coisas boas da vida. Nunca é tarde para começar.
Já quanto à s mulheres a. expressão é ainda mais dúbia. Numa primeira impressão apresenta-se como dirigida aos homens, pois não é curial, e de uma forma geral, as mulheres gastarem dinheiro com outras mulheres, salvaguardando as devidas excepções. Com copos ainda vá que não vá, pois o bom gosto não distingue géneros. Partindo do princÃpio que os homens são o sujeito da acção e as mulheres mero objecto comprável, estamos no reino da secundarização do feminino, no mundo de mister Dijsse. Por outro lado, pode também extrair-se da sua fraseologia, que se refere a algumas e não a todas as mulheres. A ser assim, estarão apenas em causa despesas com mulheres que prestam serviços de terapias sexuais, o que coloca algumas reservas . Alguém está a ver um tuga que ganha o ordenado mÃnimo nacional, ou até um pouco mais, receber o vencimento e ir direitinho até um bordel para derreter a guita entre fronhas lençóis. Para além de não haver por cá bordéis como na terra do mister Dijsse, onde as damas até estão expostas publicamente, como se alimentava o “indÃgena†durante o resto do mês?
Na verdade ,o gastador do sul usa o pouco dinheiro que lhe sobra depois de ter contribuÃdo para pagar a falência de bancos, na bucha, incluindo, o o vinho.Sobre isso, o mister Dijsse nada disse. Limitou-se a fazer o verdadeiro discurso do filho da puta, uma farsa bufa que não vale dez mil reis de mel coado. Este “Dizedor†barato não passa de um grilo falante. Enfim, ao menos contribuiu para uma crónica do Cota-diano Off topic : ele que se converta à boa comida e ao vinho e vai ver que não se arrepende. Quanto à s mulheres não sei se as merece.
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