Vê-me as falhas. Divisa-me. Conhece-me a sério. As minhas fendas vulcânicas, as malhas do rosto, a inteireza da semente das árvores. Sementes que dão barcos e marés. Vive o meu horror facial que me perfaz de uma só colher, num só recolher do frasco que dormiu numa qualquer mesa, de uma bendita Nossa Senhora. Valha-me as estantes, os livros, os comboios, os expressos, os cafés, os instantes. Valha-me a morte, louvado nosso senhor, que seja Deus e o EspÃrito Santo, de infecunda miséria de espÃrito que me amansa as camadas de entremeado que me cobrem como casacos de lã de ovelha, da sineta da guerra e do sangue mórbido. Do retrato de Jesus. De Santa Maria Nossa Senhora, excelentÃssima Santa. Do retrato de Jesus de Nazaré. De São José. De São Bento, de Santa Apolónia, do Alfa Pendular, do Ómega.
Vê-me as mortalhas de azeitonas frescas carrancudas, virtuosas carraças que me sugam até que de mim o pó não seja superior a uma réstia de geada em tempo de agricultura. Corrompe-me, desmoraliza-me, conquista uma cartada aà no café, arrasa-me, despedaça-me. Fica-me de coração nas mãos, um que seja minha pertença! De que eu dependa, pelo qual eu seja viciado! Não há comparação. Lobriga-me meu anjo. Macula as nuvens, mostra-me ao Universo, arrebata-me ao sulcar-me um taco de basebol nos meus ossos. Procura-me ideias, preferÃveis à s minhas.
Sente-me no paladar, tritura-me. Nossa Senhora, Avé Maria, São Jeremias, vinho Dão, ratificado patriarca, bailarino dançarino cordeiro adere com um sapateado ao teu rebanho.
Não me reconheças. Não me vejas. Esta turba herege, que blasfema a tua religião e rasga o cetim e as malhas fora do santuário de Fátima, que sou eu, as minhas fendas vulcânicas, sementes que dão barcos e marés, mortalhas de azeitonas frescas carrancudas, café, folhas fotográficas impressas a preto, a cruz envergada ao contrário, Cleópatra sem Aloé Vera, alguém sem amor, sem sonhos, um peadouro, um aviário, um frasco que dormiu numa qualquer mesa, de uma bendita Nossa Senhora, as estantes, os livros, os câmbios, os expressos, os Cafés, os amantes... Corrói-me, Corrompe-me, Esmaga-me, Interioriza-me, Sustenta-te da minha imaginação, Percebe-me, Atenta, Segue-me, conduzir-Te-ei às minhas fissuras, de um retrato secular morto num qualquer corredor de um qualquer museu Italiano, recôndito nas sombras dos subterrâneos, onde Botticelli e Colonna e Da Vinci enterraram a obsessão pela arte.
peço-Te, imploro-Te,
perco-Te...
Fim