CAMPISTA CABRAL
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Escritor, poeta, documentarista e roteirista.
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« em: Novembro 01, 2018, 18:53:51 » |
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Este é o tempo dos idiotas!
E no tempo de idiotas, fala-se muita idiotice!
Fala-se da intervenção militar. Fala-se de tortura. Fala-se de armamento. Fala-se de apertar o melhor botão! Fala-se da bomba. Fala-se de guerra…
Sim. A ditadura existiu.
Sim. A ditadura matou vários brasileiros!
E é preciso dizer isso. E é preciso repetir isso quantas vezes forem necessárias, porque em um mundo de imbecialização, sempre haverá o idiota que simplesmente rasgará a história e dirá que nunca houve ditadura ou que as pessoas exageram…
Vão dizer que a violência era menor e que não havia tanta corrupção!
Mas também não havia a internet nem as redes sociais para bisbilhotarem tudo e todos!
A Odebrecht já começava a sua história nos anos 50!
Num mundo de Trumps aos montes, os idiotas estão sempre esperando a oportunidade para refazer a história e contar as coisas de um outro jeito!
Há algum tempo atrás, um desses idiotas disse que o holocausto nunca existiu, que tudo não passava de uma grande armação! A idiotice em questão passou a influenciar muita gente…
Na era da velocidade e da pouca criticidade, os idiotas dizem, sem fundamento e sem constrangimento, as suas grandes verdades.
A esquerda ataca a direita. A direita ataca a esquerda. O que era esquerda vira direita e vice-versa! O discurso de um parece com o discurso do outro. Há ditadores para um e há ditadores para o outro. Para ambos os lados as suas verdades. Para ambos os lados os seus salvadores. Para ambos os lados a sua parte da história: mentiras, mortes e mártires!
Mas a verdade mesmo é que vivemos um cenário de imensa barbárie, a maior barbárie, a ignorância!
Uma truculência verbal sem limites inunda a rede, uma gritaria cultural toma conta dos espaços, uma selvageria polÃtica desconstrói a pseudonação e uma economia cada vez mais feroz cria mais conflitos e dá o novo tom: a inversão!
Tempo de incertezas. Tempo de homens cortados. Tempo de poucos nomes. Tempo de constantes arrepios!
Tempo de artificiais belezas. Tempo de homens humilhados. Tempo de muitas fomes. Tempo de dias sombrios!
Este é o tempo em que qualquer bobagem é levada à sério.
Este é o tempo em que a arte, subjugada e ajoelhada, abre espaço para a dura produção.
Este é o tempo sem tempo para o coração.
O tempo do idiota, o tempo do falastrão!
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