vitor
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Olá amigos.
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« em: Novembro 01, 2008, 23:36:10 » |
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O quente sórdido sobre a falésia amarelada, numa observação possÃvel apenas pelo que se sente, espalhar continuamente a vista e roga-la com a plenitude do sossego, numa visão real onde possam nutrir-se as pupilas atentas, onde a biológica razão da natureza nos encha com os sucessivos delÃrios até onde possamos entrar, sem que na realidade lá se esteja, nesse entretanto simplesmente, como quem precisa desse estado emocional onde na verdade se sinta vivencia-lo, para que nele consiga alienar-se ou desfrute da sua consciência, o que a vida dum dia até si as traz. Como quem acrescente à pele as sensações do tempo, a impedância dos instantes reflictam momentos sem regras. Apelos sorridentes, degolar assim o aperto cego, mesmo que a tecnologia inviabilize o vulnerável momento antigo, nos traga inteiros e faça valer os acrescentos da modernidade da vida. É saudade. Sim. Ou sentir de incipiente neblina, refractários ostracismos, o render da parada ou das convicções? Juntem-se as essências, sintam-se aglomeradas na subjectividade destas cantorias nómadas, como se fossem platónicos destinos. Teresa dizia, eu ouvia, e dela, ainda restam os últimos momentos, nesta gaveta aberta ao dia, ou que recomeço sem surdez? Escuto Teresa. As anémonas intempestivas refutam este caldo dissimétrico, como se fossemos restos infalÃveis, como se a cerimonia culminasse na decisão final dos nossos resquÃcios, mas não, há certamente caminho, haverá onde se possa refugiar o restinho de alma que a vida enxota, ate te chegares a mim, neste prédio do canto mais a sul do destino, que sonháramos. Lado a lado num andar cÃclico, como se marchar nos retornasse ao que for futuro, ou que se regresse para a frente de tantos ontens, tantos refutados e ambÃguos silêncios, encalacrados na resma sequiosa da voz que simboliza outro hino, o da nação que perdemos, da que descobrimos, esta calçada anónima de ruas sem fim ou pedaços de passeio engolidos pelo desejo que possuÃmos nos passos nele entalados, e vomitados, engolindo a fantasia que reste, bebe café Teresa, sei como gostas de uma pausa relutante nos teus intervalos de nada, ou paragens de tanto caminho num futuro ali cercado, nas paredes abertas que ocultam mais vontade e menos vaidade, sossega enquanto a pausa te alimenta o instante e sê parte desse instante, onde estás. A diáspora do instante, ainda nos requisitos do que tiver de ser, seja de facto o caminhar apenas e deles se retirem as sensações, o sóbrio sincero da vida. A tentativa de refuta-la, dissipa-la das entranhas do momento, da coexistência dos instantes percorridos na plenitude do momento, nas planÃcies da consciência, desbrava-la da realidade em que os passos se sintam, nada, nada que consiga verdadeiramente dispersa-los das vontades inconscientemente presentes, embora a noção permaneça, do café que nem sequer bebias, a recordação incide também por aÃ, além do restante tempo inventando espaço para que pudéssemos viver. Corro ainda instantes esses. Ou que na verdade os esqueça. Desfruto isoladamente, apêndices e vértices dessa inusitada vida, abusiva, inquieta, quase estranha relutância, póstumas vozes penduradas sobre as alquimias dos ventos antigos e ainda vivos. Sento-me na pendular ausência dos destinos fugazes. Da voz entreaberta na dor, que perdura então e porquê, quando verdadeiramente não existes já? Ou que me ensaie novos horizontes, ou que me mandem os desejos, amputadas vivencias amarguradas nas hostes verdes destes prados do meu silencio. Porque rés-do-chão desta cidade deambulam enfurecidos espaços perdidos, que azafama escurecida, TV rústica, sintonia absurda, ingiro do cálice funesto a bebida amarga de longos sonhos, delongas raras, ávidas partidas de dentro ao dormir, os seios amnésicos de quem foras, instantes difusos por que estiveras, lúdico devaneio num amor ao vento, tempos apenas e certamente, com que sinceridade levei até mim o que fora daÃ, todos os momentos apenas, entrelacemos as mãos como vénias e só, do que na realidade foi, encosto ao tempo a saÃda desses dias, desses caminhos de amargura junto a mares perdidos para sempre, encontrados silêncios e sequencias obvias, seguÃramos vestes diferentes. Sei Teresa, por quantas palavras se compuseram todos aqueles dias, todas as vezes que despoletávamos verdadeiras guerras interiores com uma finalidade apenas, Ganhar segundos ao nosso corpo. A um homem estupidamente só não se contraria, disse em tempos dona Rita, numa abrasiva conversa nesta mesma mesa, neste mesmo local, e claro, recordo cada palavra e com o mesmo silêncio, o valor guardado nas entranhas do movimento, sereno, entram e saem sólidos vultos, e só a metafÃsica me aquece. Que importa mais uma noite, mais uma ida ao fundo da minha verdade, dormindo apenas. Ou pela imensidão de horas, talvez, tivessem cobrado. Coisa como recordação. Ou a imputabilidade do futuro. Cravados côncavos raros e colados ao solo. Irem-se devagar constâncias, ainda assim, os momentos implantados na verdade inexistente de qualquer vida, por si a dentro a sua própria vida, ou das várias, sua vida numa multiplicidade obrigatória nestes processos ocos dos sentidos. Pelas costas a marcha compulsiva dos instantes, sendo-te nela o vicio dos motivos, cravados também à alma daquilo que sentires ser o sonho embarcado. Compões-te de vida efectiva, ainda assim, a vida não conspurca o sentimento, amar seria mais um estÃmulo do funesto.(...)
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