Tim_booth
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« em: Setembro 03, 2008, 23:30:53 » |
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Podia escrever-te mil poemas de amor, encantar-te com mil palavras bonitas, dizer-te simplesmente mil vezes que te amo. Há muitas coisas que as palavras me permitem fazer-te, há muitas coisas com que o meu talento deixa encantar-te. Podia fazer isso tudo, queria fazer isso tudo. Queria fazer isso tudo e muito mais. Queria correr o mundo atrás de ti, ou antes, ao teu lado. Queria guardar todos os teus sorrisos num sÃtio qualquer, porque todos os teus sorrisos são únicos e cada um deles é único como tu és única. Queria guardar dentro de mim as lágrimas que choras, para que não tivesses de chorar mais, deixava-as aqui dentro de mim, tratava eu delas, como acabo por tratar quando choras, mas assim não precisavas de as chorar. Mesmo que fiques linda com água nos olhos, linda, a chorar, com água nos olhos. Queria levar-te nos meus braços, voar magicamente, contigo nos meus braços, voar para longe, para um sÃtio onde pudéssemos ficar só os dois, escondidos, abraçados, só os dois, num sÃtio longÃnquo, bonito, ou em qualquer lugar porque todos os sÃtios são bonitos se estivermos lá os dois, escondidos, abraçados, só os dois. Queria ser um escudo, cobrir-te de alto a baixo, proteger-te permanentemente contra tudo e todos, um escudo fÃsico e emocional, mais do que um escudo, uma bolha, uma bolha capaz de deixar entrar tudo o que de bom houvesse no mundo e deixasse ficar tudo o que de mau existisse, acabava por não entrar nada porque o melhor de tudo estava já dentro da bolha, dentro de mim, tu. Queria ser o tempo que passa, queria passar contigo o mundo até ao fim dos teus dias, ser tempo que contas, tempo a quem dizes todos os dias porque passas tão depressa? E nessas alturas, eu tempo, abrandava, sentia o perfume dos teus cabelos, sentia o cheiro doce da tua pele, sentia a tua presença e não me deixava, a mim, tempo, avançar mais porque queria que o tempo parasse e ficássemos ali os dois eternamente. Queria fazer tanta coisa, mas tudo o que consigo fazer são palavras, palavras bonitas, frases mal construÃdas de palavras bonitas, que não chegam para substituir, não chegam para sequer aproximar daquela palavra que alguém um dia inventou, que alguém disse um dia pela primeira vez e que eu agora sinto, e que tu agora sentes, a palavra em que ambos estamos a pensar agora.
Escrito para S., inspirado por S., dedicado a S..
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