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Autor Tópico: MARCHANTE DE INFINITOS (3)  (Lida 1450 vezes)
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vitor
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Olá amigos.


« em: Janeiro 07, 2009, 01:23:21 »

O quente sórdido sobre a falésia amarelada, numa observação possível apenas pelo que se sente, espalhar continuamente a vista e roga-la com a plenitude do sossego, numa visão real onde possam nutrir-se as pupilas atentas, onde a biológica razão da natureza nos encha com os sucessivos delírios até onde possamos entrar, sem que na realidade lá se esteja, nesse entretanto simplesmente, como quem precisa desse estado emocional onde na verdade se sinta vivencia-lo, para que nele consiga alienar-se ou desfrute da sua consciência, o que a vida dum dia até si as traz. Como quem acrescente à pele as sensações do tempo, a impedância dos instantes reflictam momentos sem regras. Apelos sorridentes, degolar assim o aperto cego, mesmo que a tecnologia inviabilize o vulnerável momento antigo, nos traga inteiros e faça valer os acrescentos da modernidade da vida. É saudade. Sim. Ou sentir de incipiente neblina, refractários ostracismos, o render da parada ou das convicções? Juntem-se as essências, sintam-se aglomeradas na subjectividade destas cantorias nómadas, como se fossem platónicos destinos. Teresa dizia, eu ouvia, e dela, ainda restam os últimos momentos, nesta gaveta aberta ao dia, ou que recomeço sem surdez? Escuto Teresa.
As anémonas intempestivas refutam este caldo dissimétrico, como se fossemos restos infalíveis, como se a cerimonia culminasse na decisão final dos nossos resquícios, mas não, há certamente caminho, haverá onde se possa refugiar o restinho de alma que a vida enxota, ate te chegares a mim, neste prédio do canto mais a sul do destino, que sonháramos. Lado a lado num andar cíclico, como se marchar nos retornasse ao que for futuro, ou que se regresse para a frente de tantos ontens, tantos refutados e ambíguos silêncios, encalacrados na resma sequiosa da voz que simboliza outro hino, o da nação que perdemos, da que descobrimos, esta calçada anónima de ruas sem fim ou pedaços de passeio engolidos pelo desejo que possuímos nos passos nele entalados, e vomitados, engolindo a fantasia que reste, bebe café Teresa, sei como gostas de uma pausa relutante nos teus intervalos de nada, ou paragens de tanto caminho num futuro ali cercado, nas paredes abertas que ocultam mais vontade e menos vaidade, sossega enquanto a pausa te alimenta o instante e sê parte desse instante, onde estás.
A diáspora do instante, ainda nos requisitos do que tiver de ser, seja de facto o caminhar apenas e deles se retirem as sensações, o sóbrio sincero da vida. A tentativa de refuta-la, dissipa-la das entranhas do momento, da coexistência dos instantes percorridos na plenitude do momento, nas planícies da consciência, desbrava-la da realidade em que os passos se sintam, nada, nada que consiga verdadeiramente dispersa-los das vontades inconscientemente presentes, embora a noção permaneça, do café que nem sequer bebias, a recordação incide também por aí, além do restante tempo inventando espaço para que pudéssemos viver. Corro ainda instantes esses. Ou que na verdade os esqueça. Desfruto isoladamente, apêndices e vértices dessa inusitada vida, abusiva, inquieta, quase estranha relutância, póstumas vozes penduradas sobre as alquimias dos ventos antigos e ainda vivos. Sento-me na pendular ausência dos destinos fugazes. Da voz entreaberta na dor, que perdura então e porquê, quando verdadeiramente não existes já? Ou que me ensaie novos horizontes, ou que me mandem os desejos, amputadas vivencias amarguradas nas hostes verdes destes prados do meu silencio. Porque rés-do-chão desta cidade deambulam enfurecidos espaços perdidos, que azafama escurecida, TV rústica, sintonia absurda, ingiro do cálice funesto a bebida amarga de longos sonhos, delongas raras, ávidas partidas de dentro ao dormir, os seios amnésicos de quem foras, instantes difusos por que estiveras, lúdico devaneio num amor ao vento, tempos apenas e certamente, com que sinceridade levei até mim o que fora daí, todos os momentos apenas, entrelacemos as mãos como vénias e só, do que na realidade foi, encosto ao tempo a saída desses dias, desses caminhos de amargura junto a mares perdidos para sempre, encontrados silêncios e sequencias obvias, seguíramos vestes diferentes. Sei Teresa, por quantas palavras se compuseram todos aqueles dias, todas as vezes que despoletávamos verdadeiras guerras interiores com uma finalidade apenas, Ganhar segundos ao nosso corpo. A um homem estupidamente só não se contraria, disse em tempos dona Rita, numa abrasiva conversa nesta mesma mesa, neste mesmo local, e claro, recordo cada palavra e com o mesmo silêncio, o valor guardado nas entranhas do movimento, sereno, entram e saem sólidos vultos, e só a metafísica me aquece. Que importa mais uma noite, mais uma ida ao fundo da minha verdade, dormindo apenas. Ou pela imensidão de horas, talvez, tivessem cobrado. Coisa como recordação. Ou a imputabilidade do futuro. Cravados côncavos raros e colados ao solo. Irem-se devagar constâncias, ainda assim, os momentos, implantados, na verdade inexistente de qualquer vida, por si a dentro a sua própria vida, ou das várias, sua vida numa multiplicidade obrigatória nestes processos ocos dos sentidos. Pelas costas a marcha compulsiva dos instantes, sendo-te nela o vicio dos motivos, cravados também à alma daquilo que sentires ser o sonho embarcado. Compões-te de vida efectiva, ainda assim, a vida não conspurca o sentimento, amar seria mais um estímulo do funesto.
De frente, o oásis concomitante de brilhos aos quadrados, uma constelação impregnada pelos lados do abismo, de ponta ao mar no sacudir espumoso das ondas, bamboleante, intensamente consegue-se ver ainda a parte de trás dum navio na crista perdida da onda, a voz, sacode o espaço do escuro e pela noite continua, como sonhara então ver dali o rosto impávido da estrela, diante um lençol, que seja, ou dum nome absorto e repleto duma beleza inacessível, só a fonética das palavras faziam reconhecer nela a memoria que poderia ter sido, como souberam alguns, um amor na relva de jardins do Olimpo.
Trás consigo as tradições, agarrado aos princípios familiares, sem reformas, mesmo que tudo se transformasse em três noites por dia, as risadas no pretório eram sempre comuns, havia ainda assim regras que pretendiam cumprir-se.
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Bom dia. Para todos um FigasAbraço
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Sejam bem vindos às escritas!
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Boa tarde!
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Bom Ano! Obrigada pela companhia!
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Entrei para desejar um novo ano carregado de inflação de coisas boas para todos
Novembro 10, 2022, 20:31:07
Partilhar é bom! Partilhem leituras, comentários e amizades. Faz bem à alma.
Novembro 10, 2022, 20:30:23
E, se não for pedir muito, deixem um incentivo aos autores!
Novembro 10, 2022, 20:29:22
Boas leituras!
Novembro 10, 2022, 20:29:08
Boa noite!
Setembro 05, 2022, 13:39:27
Brevemente, novidades por aqui!
Setembro 05, 2022, 13:38:48
Boa tarde
Outubro 14, 2021, 00:43:39
Obrigado, Administração, por avisar!
Setembro 14, 2021, 10:50:24
Bom dia. O site vai migrar para outra plataforma no dia 23 deste mês de setembro. Aconselha-se as pessoas a fazerem cópias de algum material que não tenham guardado em meios pessoais. Não está previsto perder-se nada, mas poderá acontecer. Obrigada.

Maio 10, 2021, 20:44:46
Boa noite feliz para todos
Maio 07, 2021, 15:30:47
Olá! Boas leituras e boas escritas!
Abril 12, 2021, 19:05:45
Boa noite a todos.
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Bom domingo para todos.
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Boa semana para todos.
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Boa tarde a todos.
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