DionÃsio Dinis
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« em: Setembro 19, 2007, 21:05:20 » |
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Rumo em silêncios recortados, intermitentes
rumores vagos, som reflexo, ausências insinuadas.
Ciência exacta, aplicadas matemáticas sem lúdicos brincares,
aturado génio, vacuidades em insonoros actos,
arautos amarelos em notÃcia calada,
Negra.
Em asfixia amnésica palavra azul,
cÃrculo cromático, circulo em breu perdido,
em afonias padecente, palavra quase nascida, indizÃvel câmara escura,
revelação adiada da boca interdita,
a boca de dentes cerrados, dilacerantes,
a palavra na boca, silêncios!
O tempo mudo mede na areia
a espera ansiada do leve murmúrio, sÃlica cristal,
reflector solar, contador dos tempos sem voz, os tempos ainda por anunciar, inomináveis
e insonoros.
TÃmpanos estoirando, clepsidra, tempo atómico, medida . grão a grão de todas praias, a palavra urgente! Revelação, . a espera!
Na demora da palavra por nascer
em sons primordiais, o cérebro vai tecendo
preciosa filigrana dourada ao sol,
a boca ansiando o sinal, , áureos elos unindo binómios,
a boca refém da cerebral vontade
voz suspensa em demorados lábios,
ouvidos ensurdecendo na improvável dádiva,
enlouquecendo, minguantes,
nas ganas do providencial acústico alimento.
.De fora de nós, do supremo dos seres,
descendente ela virá, inicial, percursora de claridades,
em sons transmutada,
eminentemente bela,
necessariamente única,
significante absoluta de todas as babilónias.
Na boca, os lábios, a palavra.
Trindade!
A voz éter propagação,
fonética livre revelada,
plena de todos os espaços
e de todas as medidas do tempo,
feita instantânea e única permissão.
Momento feérico no caminho do silêncio,
dos lugares dos tempos obscuros,
em caminho do espaço infinito,
feito de telepáticas comunicações.
E deixamos os sons duramente conquistados,
partimos livres, rumo a sublimes silêncios,
feitos de visuais entendimentos e emoções,
Almejada paz celestial por fim detida,
em nós por dentro de nós, incorpórea essência dos céus,
humanas ambições aplacadas,
constantes e intranquilas buscas,
incondicionais e fÃsicos anseios,
o ter e já nada desejar,
insanável contradição humana.
Vagueiam silêncios melódicos, silêncios consonantes na
percepção da almejada palavra,
o ruÃdo cambiado em comunicação telepática, alquimia suprema!
A voz persiste feita inaudÃvel, edificado som
na arquitectura divina dos vazios siderais.
DionÃsio Dinis
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