vitor
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Olá amigos.
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« em: Fevereiro 02, 2009, 18:22:51 » |
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Como se fossem barcos e bagres a resvalar voluptuosamente o naufrágio desta insónia, acredita Pandora, ou olhos de pedra colados e sem ritmo, estacionados na falésia imaginada por entre cálices vazios e o brilho solitário do fim da noite, diante de quem se encolhe como lágrimas secas pelos dedos o sal delas marcando um carreiro dos olhos ao queixo, lado a lado da face moribunda sem raiva sem dó de si sem sono, vasculhando-se interiormente sem as amarras da nostalgia. À noite devia dormir-se, não é Pandora? Como um mar dentro desta casa a separar os estilhaços da solidão não deixes cair o navio, apenas para que não me incomode o estrondo, à pequenez do meu silêncio tantas vezes encoberto, como o navio descoberto ao longo deste quarto escondido nos escombros dum mar saciado sem vozes ripostem-se, sem um wc de vidros ou luz sem azáfamas, o retrato do olfacto a abarcar o grito nu das tua mãos vem, digo sempre que queiras e não venhas dum terraço baço um corpo de aço quem me dera sabes, que talvez não quisesse mais que um corpo sem ferros a ladearem-me esta vontade sem nome um orgasmo ácido nas tuas têmporas a amarem-me nesta solidão que carência de ti, neste cobertor sem nome o inchaço da minha fantasia que te busca aos repelões, penso, se me permites Pandora visto o horizonte de cores e decotes da tua imagem, os seios não sei o teu recheio também, sinto em vozes um gemer de ondas avulsas neste quarto o amor de telhas sobre o leito, estalam as madrugadas o ricochete não para e nós quem sabe verdade fazemos enquanto eu sonho, um amor sobre tantas ondas. Vem.
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