SEMPRE ABRIL

[josé antonio]

Foi liberdade pura que nos entrou pulmões adentro e nos fez viver,
foi alegria que não sabíamos ter e nos iluminou,
foi o surgir do que tínhamos sem saber,
foi o teu parto querido de liberdade.

Rezo-te muitos Pais-Nossos
para que voltes a acontecer
e parir com mais coragem e mais força
o que já mataram do teu delicioso parto
em Abril ou noutro Abril qualquer.


20.02.2009 ( com esperança )

[Goreti Dias]

Sempre Abril! Ressuscitará quando os homens quiserem!

[josé antonio]

Olá Domingos da Mota,

Como já deve ter-se apercebido vivi intensamente o 25 de Abril e o 1 de Maio de 1974. Nas ruas, na empresa aonde me encontrava na altura com o patrão a deixar crescer a barba para se confundir com o proletariado e muitas outras histórias que vão perfeitamente de encontro ao que afirma.
Obviamente que continuo e cada vez mais entusiasta por um outro Abril noutro mês qualquer como tenho escrito, sem flores, mas com pão, justiça e força por parte de todos pra não a voltar a perder. E sermos realmente felizes e admiráveis para nós e para os vindouros.

Grande abraço

[vilde]

Para que Abril frutifique
não pode haver tubarões
a devorar as raízes nascentes
dos direitos sociais
e vampiros luzidios
a sugar o sol poente
dos direitos desiguais...

Há que criar outra mente
sem corrupção influente
de políticas arbitrais...

A vontade de Abril
tem que estar dentro de nós,
povo maduro.
 
vilde

[Carlos Rodrigues]

Ora cá está um poema a valer, não seria de esperar outra coisa vindo do amigo José António.

Por vezes as pessoas esqueçam o que as pessoas da geração de Abril lutaram e criaram para as gerações vindouras pena muitas vezes que esqueçamos esse 25 de Abril de 1974.

Valores como a igualdade, justiça, fraternidade, força união e convicção em nós próprios tem vindo a decair estando actualmente em níveis muito baixos, a cada vez por nossa culpa cada vez mais pisados por outros que se aproveitam de toda a situação para fazerem o que querem. Uns chamam mundialização, outros capitalismo eu simplesmente chamo um " fascismo" disfarçado.

Está na altura de parar e reflectir nesses valores do 25 de Abril e realmente renascer de novo tendo como base valores esquecidos mas mais importantes que o querer e o ter.

Deveremos olhar para dentro, reflectir e procurar sermos todos mais iguais combatendo diferenças, económicas, sociais e políticas. Um mundo mais igual e justo. 25 Abril Sempre.

[josé antonio]

Boa noite Vilde,
Não sei nem me interessa a sua idade, apenas o conteúdo do seu texto.
Sou pai de dois jovens e o melhor conselho que lhes posso dar é aproveitar as melhores oportunidades que se lhe ofereçam - preferencialmente fora deste Portugal corrupto, egoísta, sem moral nem respeito. Ainda esta tarde tive um diálogo com dois jovens no qual lhes confessei que o chavão da - geração rasca - só deveria ter sido atribuída e continuar a sê-lo aos empresários??? que não dão a oportunidade aos jovens para se iniciarem no mercado do trabalho e mostrarem o que valem e não, como já tive experiência pessoal de rasgarem os CV mais valorizados pelas escolas/universidades e se justificarem que esta " malta " compra as notas!
Adiante.
" Temos de ser um povo maduro " - sem dúvida - sem o sermos, nada seremos, Vilde.
Grande abraço pleno de coragem e esperança em dias melhores.


Olá Carlos Rodrigues,

O seu texto está carregado de verdade, pena é que jovens como você não tenham ainda apreendido o seu teor e a defesa prática dos seus valores no quotidiano. 
Pessoas que como eu, aos milhares viveram o 25 de Abril não somos heróis, de forma alguma, porque também fomos apanhados por ele com alguma... muita surpresa. Recordo que ouvi o primeiro comunicado do MFA dentro do autocarro a caminho do trabalho e vi através da janela do mesmo a primeira coluna de chaimites...
Como diz, está na altura, sempre esteve, mas por conveniência cobarde, vai sendo esquecida, de se fazer renascer os valores puros e inspiradores do 25 de Abril, seja em que mês vier a ser. É imperdoável deixar escapar gestores/administradores mentirosos e criminosos, empresários que pretendem usar o dinheiro alheio para engrossar as suas contas e despedir a - granel - e sem justificação quem necessita do salário para alimentar a família.
Carlos e em si encarno todos os jovens, - permita-me este abuso - Já não precisamos dum 25 de Abril de cravos, mas de pão e justiça para todos!
Perdoe-me o desabafo e grande abraço.

[Carlos Rodrigues]

Olá Carlos Rodrigues,

O seu texto está carregado de verdade, pena é que jovens como você não tenham ainda apreendido o seu teor e a defesa prática dos seus valores no quotidiano. 

Espero que cheguemos a tempo de apreender ou penso que depois vamos todos sofrer as consequências que já estão a bater a porta de cada um.

Pessoas que como eu, aos milhares viveram o 25 de Abril não somos heróis, de forma alguma, porque também fomos apanhados por ele com alguma... muita surpresa. Recordo que ouvi o primeiro comunicado do MFA dentro do autocarro a caminho do trabalho e vi através da janela do mesmo a primeira coluna de chaimites...
Como diz, está na altura, sempre esteve, mas por conveniência cobarde, vai sendo esquecida, de se fazer renascer os valores puros e inspiradores do 25 de Abril, seja em que mês vier a ser. É imperdoável deixar escapar
gestores/administradores mentirosos e criminosos, empresários que pretendem usar o dinheiro alheio para engrossar as suas contas e despedir a - granel - e sem justificação quem necessita do salário para alimentar a família.

Diz e bem que viu os primeiros chaimites e as primeiras colunas a saírem a rua, mas o povo é que fez a revolução, afinal esses soldados eram o povo. Hoje acredito que muitos teriam ficado fechados em casa acanhados e com medo, creio que o sucesso do 25 de Abril poderia não ter sido o mesmo se vocês tivessem feito o mesmo. Tiveram força de lutar de vencer e acima de tudo de mudar. Hoje cada um pensa para si e por si e não mais que isso, ficamos fechados sobre nosso próprio umbigo e temos medo de fazer alguma coisa, todos sabemos que as coisas não estão bem mas não há a união e a vontade de mudar que vocês tiveram e isso deixa-me por vezes triste. Será que já não temos a força de querer que os nossos pais e avós tiveram??

Carlos e em si encarno todos os jovens, - permita-me este abuso - Já não precisamos dum 25 de Abril de cravos, mas de pão e justiça para todos!
Perdoe-me o desabafo e grande abraço.

Acima de tudo e tal como eu disse igualdade de direitos iguais para todos nós.

[josé antonio]

Bom domingo Carlos Rodrigues

Se mo permite eu fico-me por uma boa dose de FRATERNIDADE  - que termine com a desgraça escandalosa desta sociedade que provoca que em apenas um mês o banco alimentar tenha recebido mais pedidos de auxílio que durante um ano inteiro!
É desta mudança vitoriosa para sempre que necessitamos e que chegue sem data marcada, porque ontem já foi tarde.

Abraço

[Vóny Ferreira]

Abril nasceu nos nossos peitos
logo que tomamos consciência do que era viver privado de liberdade.
Sabe, António. Sou do tempo, em que vibrava quando me chegava
às mãos (clandestinamente) os discos do Zeca Afonso, e os colocava
a tocar nos meus programas de rádio, até que um dia o chefe da estação
me perguntou. A menina Vóny não sabe que a musica do Zeca Afonso é proibida?
Na minha frontalidade dos 17 anos, respondia... atónita.
- Como assim? Mas isto não passa de poesia e da boa!!!
Claro que perdi a batalha. Nunca mais me foi permitida tal veleidade.
Quando veio a revolução toquei tantas vezes essas músicas, que agora
quando as vou buscar à minha memória me sinto com garras  de gritar.
- QUE VENHA UM NOVO 25 DE ABRIL RÁPIDO!...

Desculpe estas divagações, mas o seu poema fez-me sentir que algo tem
que mudar nas mentalidades e na postura democrática deste País.
Abraço, Vóny

[josé antonio]

Olá Vóny,
E eu sou do tempo em que estive duas horas no escuro da Rua do Heroísmo por ter publicado um poema ingénuamente bem intencionado...

Abraço