FADO NOSSO...NOSSO FADO...(Em memória do Poeta Fernando Pinto Ribeiro)

[eduardo roseira]

      ao Fernando Pinto Ribeiro
fado nosso…
nosso fado…
triste sina
deste canto.
por vezes alegria
sorriso
encanto,
outras ironia
castigo
e pranto.

fado nosso…
nosso fado…
triste sina
com desdém.
dores alheias
muito nossas
nossas teias
sem ninguém.

fado nosso…
nosso fado…
triste sina
deste canto.
que cantando
destino
e morte
vai rimando
pena
com sorte.

fado nosso…
nosso fado…
triste rima
mar vazio.
vida que canto
e choro
mesmo até
quando me rio.

eduardo roseira
In:"o sorriso de deus", livro que pode ser lido no blog:
osorrisodedeus.blogspot.com

Nota do autor: Hoje, dia em que faço 58 anos, ao jantar, vendo o noticiário da RTP1, recebo em rodapé esta notícia: "Morreu o Poeta Fernando Pinto Ribeiro, 80 anos"...
A ele Poeta, Amigo e Mestre, o meu profundo reconhecimento por tudo o que me ensinou, especialmente pelo contibuto na divulgação do "lavra...Boletim de Poesia" em Lisboa e Madeira, assim como pela colaboração dada em todas as realizações, desde as que teve no Boletim, como em todas as colectâneas (3) e outras publicações sob a chancela do "lavra...".
Que fique em Paz.
(dentro de dias publicarei mais dados sobre o Poeta Fernando Pinto Ribeiro, no meu blog: ecosdomeupatio.blogspot.com)

[Vóny Ferreira]

Quando um poeta morre, as flores arrancadas
deveriam brotar de novo da terra. Quando um amigo nosso
morre, as lágrimas escondidas deveriam trazê-lo de novo
à vida. Mas não é assim a realidade.
Meu caro poeta, que a sua mágoa seja apenas um momento
passageiro. Os poetas nunca morrem, nem os amigos, porque
é a nossa memória que os perpetua!
A minha solidariedade para si e um beijo
Vóny Ferreira

[VFS]

MEDITAÇÃO SOBRE A MORTE (III)


O Eu
e o meu Eu,
findam com a morte.

Deles,
apenas fica a lembrança
que por si também é efémera.

Se os outros não recordarem,
até o reconhecimento do meu Eu,
cessará!

Caro Eduardo Roseira,
tomo a liberdade de colocar aqui um dos meus poemas, publicado no livro Metafísica [Poética], pois a sua homenagem é comovente.

enquanto for recordado, o Fernando não será esquecido

VFS

[vilde]

Poeta Roseira, venho comunicar-lhe que estive ontem no velório, na Basílica da Estrela.
Tal como Ulisses Duarte, Fernando Pinto Ribeiro fazia parte da Tertúlia Rio de Prata, onde tive o previlégio de conviver com eles.
Compareceram os amigos e a família. O Fernando era um homem bastante solitário e um poeta exigente e perfeccionista, cujos poemas seria importante dar a conhecer.
Há poetas que não morrem, se a sua obra for divulgada...
Um abraço
Mavilde

[eduardo roseira]

Caros Poetas,

DM - Mais uma grande perda, resta-nos lembrá-lo, para que a sua história não termine num simples rodapé das noticias televisivas. Obrigado pelas sua palavras.

VÓNI FERREIRA - Mais uma vez, um Bem-Haja pelas suas palavras.

VFS - Agradeço a sua "Meditação sobre a morte"(III). É como diz: "enquanto for recordado, o Fernando não será esquecido.

VILDE - Via e-mail, solicitei ao J Leitão Baptista, para me representar nas cerimónias fúnebres. Também eu tive o previlégio de conviver e aprender não só com o Fernando, como com o próprio Ulisses Duarte, que foi quem mo apresentou. Aliás, ambos foram os pricipais divulgadores do "lavra...Boletim de Poesia", em Lisboa.
Concordo plenamente consigo quando diz: "Há poetas que não morrem, se a sua obra for divulgada...".
E é pegando nas suas palavras, que reforço a minha vontade e, porque não dizer, "divída de gratidão", daí que dentro de dias irei colocar em blog toda a colaboração que ele prestou ao "lavra...Boletim de Poesia" e outras mais que entretanto for recolhendo, em "Tributo a Fernando Pinto Ribeiro"

Abraços,

eroseira

[eduardo roseira]

Cara Poeta ConceiçãoB,

Agradeço a sua solidariedade e concordo com as suas palavras, contudo mesmo aceitando que a morte é inevitável e faz parte do percurso, é sempre difícil de aceitar a perda.

Um abraço fraterno,

eroseira

[Goreti Dias]

O percurso inevitável. A homenagem merecida num bom poema! E fique a obra!
Abraço