SOBREVIVO SANGRANDO A MAIS UM JANTAR

[Karla Bardanza]

 

                                                                    
E me dói...
Sento à beira de mim
E
Apenas deixo o sangue escorrer.
Gotas em fileira:
Desde o passado e que não vai
Acabar na próxima segunda-feira.
Ensaio uma breve alegria, atuo...
Mas uma poesia me arranca a pele e o
Coração...Com minhas tristes mãos rezo
O terço da agonia...Ladainha quase sagrada
Dentro de minha sóbria escuridão...

A dor me fita...
Olhos sem além, uma só perspectiva,
Uma só voz que não sabe mais falar...
E já não sei quase o que me difere da
Dor e se isso já é prazer ou até amor.

Apenas dói
O que não posso ousar...
Apenas dói
Isto que foi e não mais é...
E enquanto me acostumo
Com o sangue derramado,
Meu coração se perde tão calado

E cai espatifado aos teus pés
Que já foram embora antes da
Minha permissão, antes mesmo
De sumirem as marcas no colchão.

E enquanto o amor solidifica no ar,
Sobrevivo sangrando a mais um jantar
Comigo mesma, sem saber a que
Horas você vai chegar.

Karla Bardanza



               

[josé antonio]

Olá Karla,

Jantares e almoços e... agradeço a partilha de mais um poema pleno!
Abraço

[Goreti Dias]

Assim a sobrevivência se torna difícil. Mas o poema é muito bom!
Beijo

[Nanda]

Karlinha,
Tua alma emana muita beleza que colocas suavemente nas palavras com que nos encantas.
Beijinhos na alma
Nanda

[vilde]

Um bonito poema, de boas recordações...que estão amarguradas pela ausência...
Bj
vilde

[Karla Bardanza]

Obrigada José Antonio,Goretidias,Nanda e Vilde por cada caoomentário.Cada palavra escrita aqui engrandece o meu poema.Beijo

Karla Bardanza

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Um primor de poema, Karla.
Gostei imenso. Aos poucos lerei os outros.
Parabéns!

Muito prazer em conhecê-la.

O brasileiro Oswaldo Eurico Rodrigues

[Karla Bardanza]

Olá Oswaldo!

Aqui uma brasileira também.Obrigada pelas palavras.

Afeto

Karla Bardanza