E ali na rua ainda se vêem os candeeiros, sozinhos, ao frio. Mesmo assim iluminam este mundo gélido nocturno. São bolas de cristal. A Lua espalhada pela superfície da Terra como se tivesse sido o intelecto humano que a despejasse do céu e a derramasse sobre o globo numa repetição espectral infinita... como um espelho dentro do espelho, tornando-se num túnel para os nossos olhos... uma vez que tudo o que se vê com maior clareza advém da sua luz. Embora o obscuro continue a conviver com tudo isto. todo este interior lunar. Tal como o negrume do céu sempre conviveu com o satélite natural terrestre. e pelo meio vejamos sempre estrelinhas a cintilar. pequenas luzes de esperança, a estrela do Norte... para nos guiarem. Ah mas sem a Lua não haveriam em tempos olhos para as bússolas ainda que já haja luz em todos os cantos, uma lâmpada não passa de um candeeiro, de um plágio da Lua, de pseudo-Luas, de . Nem sei se há Luar hoje. Vivam os candeeiros e as lâmpadas. Estou cego. Não respiro mas também não quero deixar respirar. Na escuridão da candeia meticulosa que deixa na rua o rasto de morte que me arrasta todas as noites para o meio da calçada assedentada das minhas garras psicóticas e assassinas. Nelas vejo pedaços de pessoas, gritando e ruindo sobre mim, como se as tivesse cortado, as tornasse em fanicos e salpicos de sangue. Definitivamente de grosso modo não é fácil entender-me, porque não escrevo ao sabor do álcool nem da insónia prisioneira. Escolhi. Odeio-te ruína de Aristóteles. Não vou encarnar, quanto muito caio no Inferno, bem no meio da forquilha do diabo, com os dentes espetados em mim, ininterruptamente, como se já tivesse furos na barriga para que conseguisse passar o meu tempo, o meu fim-do-tempo, estatelado numa aguçada espátula. Veridicamente, sem rodeios, estou selado, os meus olhos prostrados na fraqueza de uma vítima, sobre a marginal sombra que ora amplia ora cede detalhes do corpo numa escala corporal. Persigo-a, é uma alma, não olha para mim e é intocável. Puxo da minha faca de brilhar ao luar como a histórica do Escaravelho parte I e parte II, aquela em que um tipo cai de um alto andar e acorda para um programa que mudaria a sua vida. Alto andar e alto-comissário era o que eu observava, incapaz de o vindimar. Podar como se de uvas se tratasse e de seguida evitasse que se fizesse vinho. Que erro… neste casa seria do vinho se fazer uvas. Mas sim, o seu sangue se espalhava pelo chão. Levara um tiro certeiro, silencioso, quer dizer, isto comparado com o escorregar da faca enquanto o seu corpo era talhado. Quem o matara? Enquanto ouvia mentalmente esta pergunta, ouvia elaboradamente um sorriso maquiavélico e psicadélico que desmanchava os meus dentes num estalido pausado, eram as minhas cordas-vocais cómicas. Eu liquidara-o analogamente a um processo de dissecação ou ao método dos egípcios para vazar o cérebro das futuras múmias. Não tenho cura e agradeço a Deus, doutro modo não poderia continuar a talhar cadáveres e a converter os vivos nos mortos. Sou Deus, sou Hades, sou Belzebu, sou Tao, sou Brahman, sou Adão. Oh resta lá bem no canto do céu aquele espectador que só perde o programa uma semana de 28 em 28 dias. Bem o conheço desde pirralho, era eu a partir crânios com brandas pedras. Toda a minha vida o associara a um olho, a um olho branco, de cegueira, mas não… ele gostava do programa, depressa chamou mais compatriotas para assistiram em pleno terreno ao meu Show, depressa apareceram infinitos candeeiros… Alguns deles obtusos pelos ramos de árvores escuras, escuras como a noite de Lua Nova. Mas com 80 anos não reparo nisso. E acho a minha voz rouca e áspera de ouvir, que arranha a pele mais resistente à chacina. À minha chacina. Bem, voltando ao meu local, aonde via um ser a contorcer das linhas da sua vida se amarrarem demasiado e o asfixiarem, gerando um espectáculo de sangue que com o limiar da madrugada e o nascer-do-sol nada era mais que uma morte luminosa e lenta, de memorar as roupas filadas no molho de sangue que aderia como vómitos, vómitos para o senhor, por causa da sensação extremamente dolorosa. Tudo “side-effects” da camada invisível de receber o meu papel de campanha. Depois de o ver realmente a espernear e a findar a sua resistência, ajeito a gravata. Se fosse político estaria agora a divulgar a minha história. Mas não, não, não, vejo simplesmente a Lua, e sei algo que nenhum cientista sabe… as crateras negras da Lua, que conhecemos desde que cá caímos nada mais são do que o reflexo, o reflexo já em deja vuz de tanto assistir ao meu programa, deste meu lado negro, que teve um catastrófico impacto na topografia Lunar. Mas as cataratas, se a tempo, têm cura…
E os pandas não têm de ser extintos.
"Deixa-me contar esta história sadia mais uma vez."
[Photo]
E ali na rua ainda se vêem os candeeiros, sozinhos, ao frio. Mesmo assim iluminam este mundo gélido nocturno.
São bolas de cristal.
A Lua espalhada pela superfície da Terra como se tivesse sido o intelecto humano que a despejasse do céu e a derramasse sobre o globo numa repetição espectral infinita... como um espelho dentro do espelho, tornando-se num túnel para os nossos olhos... uma vez que tudo o que se vê com maior clareza advém da sua luz.
Embora o obscuro continue a conviver com tudo isto. todo este interior lunar. Tal como o negrume do céu sempre conviveu com o satélite natural terrestre.
e pelo meio vejamos sempre estrelinhas a cintilar. pequenas luzes de esperança, a estrela do Norte... para nos guiarem. Ah mas sem a Lua não haveriam em tempos olhos para as bússolas ainda que já haja luz em todos os cantos, uma lâmpada não passa de um candeeiro, de um plágio da Lua, de pseudo-Luas, de .
Nem sei se há Luar hoje.
Vivam os candeeiros e as lâmpadas.
Estou cego. Não respiro mas também não quero deixar respirar. Na escuridão da candeia meticulosa que deixa na rua o rasto de morte que me arrasta todas as noites para o meio da calçada assedentada das minhas garras psicóticas e assassinas. Nelas vejo pedaços de pessoas, gritando e ruindo sobre mim, como se as tivesse cortado, as tornasse em fanicos e salpicos de sangue. Definitivamente de grosso modo não é fácil entender-me, porque não escrevo ao sabor do álcool nem da insónia prisioneira. Escolhi. Odeio-te ruína de Aristóteles. Não vou encarnar, quanto muito caio no Inferno, bem no meio da forquilha do diabo, com os dentes espetados em mim, ininterruptamente, como se já tivesse furos na barriga para que conseguisse passar o meu tempo, o meu fim-do-tempo, estatelado numa aguçada espátula.
Veridicamente, sem rodeios, estou selado, os meus olhos prostrados na fraqueza de uma vítima, sobre a marginal sombra que ora amplia ora cede detalhes do corpo numa escala corporal. Persigo-a, é uma alma, não olha para mim e é intocável. Puxo da minha faca de brilhar ao luar como a histórica do Escaravelho parte I e parte II, aquela em que um tipo cai de um alto andar e acorda para um programa que mudaria a sua vida. Alto andar e alto-comissário era o que eu observava, incapaz de o vindimar. Podar como se de uvas se tratasse e de seguida evitasse que se fizesse vinho. Que erro… neste casa seria do vinho se fazer uvas.
Mas sim, o seu sangue se espalhava pelo chão. Levara um tiro certeiro, silencioso, quer dizer, isto comparado com o escorregar da faca enquanto o seu corpo era talhado.
Quem o matara? Enquanto ouvia mentalmente esta pergunta, ouvia elaboradamente um sorriso maquiavélico e psicadélico que desmanchava os meus dentes num estalido pausado, eram as minhas cordas-vocais cómicas.
Eu liquidara-o analogamente a um processo de dissecação ou ao método dos egípcios para vazar o cérebro das futuras múmias. Não tenho cura e agradeço a Deus, doutro modo não poderia continuar a talhar cadáveres e a converter os vivos nos mortos. Sou Deus, sou Hades, sou Belzebu, sou Tao, sou Brahman, sou Adão.
Oh resta lá bem no canto do céu aquele espectador que só perde o programa uma semana de 28 em 28 dias. Bem o conheço desde pirralho, era eu a partir crânios com brandas pedras. Toda a minha vida o associara a um olho, a um olho branco, de cegueira, mas não… ele gostava do programa, depressa chamou mais compatriotas para assistiram em pleno terreno ao meu Show, depressa apareceram infinitos candeeiros…
Alguns deles obtusos pelos ramos de árvores escuras, escuras como a noite de Lua Nova. Mas com 80 anos não reparo nisso. E acho a minha voz rouca e áspera de ouvir, que arranha a pele mais resistente à chacina. À minha chacina.
Bem, voltando ao meu local, aonde via um ser a contorcer das linhas da sua vida se amarrarem demasiado e o asfixiarem, gerando um espectáculo de sangue que com o limiar da madrugada e o nascer-do-sol nada era mais que uma morte luminosa e lenta, de memorar as roupas filadas no molho de sangue que aderia como vómitos, vómitos para o senhor, por causa da sensação extremamente dolorosa.
Tudo “side-effects” da camada invisível de receber o meu papel de campanha. Depois de o ver realmente a espernear e a findar a sua resistência, ajeito a gravata. Se fosse político estaria agora a divulgar a minha história. Mas não, não, não, vejo simplesmente a Lua, e sei algo que nenhum cientista sabe… as crateras negras da Lua, que conhecemos desde que cá caímos nada mais são do que o reflexo, o reflexo já em deja vuz de tanto assistir ao meu programa, deste meu lado negro, que teve um catastrófico impacto na topografia Lunar.
Mas as cataratas, se a tempo, têm cura…
E os pandas não têm de ser extintos."Deixa-me contar esta história sadia mais uma vez." .........
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