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Autor Tópico: Crónicas de Um Mundo - Os Quatro Faróis (Cap. III)  (Lida 6183 vezes)
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JLMike
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« em: Dezembro 27, 2007, 23:33:43 »

Capitulo III

O Encontro

Liath chegou a casa de Euronymous eram Duas Meias Luas e Um Quarto de Sol, ou seja, uma das luas (a mais pequena) já se havia escondido do outro lado do mundo e apenas metade das outras duas era ainda visível no horizonte, acompanhadas por um quarto de sol tão fraco que ainda nem soltara um raio.
Embora pertencente a Yondîl, a casa de Euronymous ficava numa pequena colina do lado Norte da cidade. Para chegar lá, Liath teve que atravessar os portões escarlates da cidade (virados para Sul) e contornar todas as muralhas da cidade até chegar ao outro lado. Não fora um caminho difícil, pois bastava apenas manter as muralhas de madeira a uma curta distância para não se perder. Mas Liath sentiu-se cansado ao chegar ao topo da colina, com uma força invisível – ou imaginária, a pesar-lhe no braço esquerdo; o braço onde tinha o anel.
Esperou que passasse algum tempo; não queria parecer apressado ao apresentar-se demasiado cedo.
Chegou o Meio-Sol mas, mesmo assim, mal iluminava. Os olhos de Liath fixavam-se na porta de Euronymous, uma porta acastanhada e pouco esculpida. A maçaneta era de prata e Liath esperou até nela ver o brilhar do Sol, o primeiro raiar do Dia. Quando, finalmente, o Sol se dignou ao esforço de raiar, fê-lo, ainda assim, debilmente, e Liath apenas viu um pequeno vislumbre de luz dourada através da prata.
Aproximou-se da porta com o intuito de bater e anunciar a sua chegada mas, ao levantar a mão para bater, a porta foi aberta. Dela espreitaram dois grandes olhos negros meio cobertos por um cabelo despenteado, e também ele preto, que caía graciosamente para a frente ocultando-se parte da face.
- Quem sois? – perguntou a figura com voz ensonada. Levara uma mão à cara e esfregara os olhos, talvez para conseguir ver o seu visitante melhor.
- Sou Liath, filho de Isabelle, Rainha de Gorgondël. Tenho um encontro marcado com o Sr. Euronymous.
- Ah, és tu. – O rapaz nem se dignara a usar a segunda pessoa do plural ao dirigir-se a Liath. – Entra.
E abriu a porta.
Nesse mesmo instante Liath virou-lhe as costas, envergonhado.
- Cobre-te! Como ousas aparecer em roupas nocturnas diante de um príncipe? – Disparou Liath, ultrajado.
- Vestium Arum.
Ao proferir estas palavras o corpo do Magi ficou totalmente coberto por uma fatiota preta; a mesma fatiota que usara na noite anterior, quando Isabelle estivera presente.
Liath lá conseguiu virar a cara e olhar o Magi de frente. Ia já para perguntar por Euronymous mas o rapaz interrompeu-o:
- Acompanhas-me?
Liath, ainda embasbacado, tanto pelo uso de Magia na sua frente como pelo próprio Magi, acenou com a cabeça e seguiu-o. O Magi deu a volta à casa, sempre com Liath no seu encalço, e parou por detrás, onde, de um estranho aparelho afunilado e com uma tromba parecida à de um elefante, o Magi tirou água e lavou a cabeça, os seus meio-longos cabelos negros a cintilarem à luz dourada do Sol, que agora ganhava coragem e raiava com mais pujança.
- Posso saber o teu nome? – Inquiriu Liath, a voz ligeiramente mais levantada para que o Magi o pudesse ouvir enquanto massajava a cabeça com um estranho creme.
- Ethaniel – Respondeu-lhe o Magi enquanto pegava num balda com água e a jorrava pela cabeça, limpando-se.
- E posso saber porque tenho de presenciar este acto?
- Ora… – Disse Ethaniel – Porque vamos partir e eu ainda não estou despachado. Adormeci tarde. Evaporatte.
Ethaniel secou os ombros ligeiramente molhados da sua vestimenta. Depois apontou de volta em direcção à casa e ambos seguiram para lá.
- Euronymous… onde está ele? – Perguntou o Humano.
- Saiu. E não sei quando volta – Ethaniel fechou a porta atrás de si e encaminhou Liath para a sala de estar. – Senta-te. – Apontou para a poltrona de pele que estava no centro da divisão e depois sentou-se ele na cadeira de madeira tosca que ainda ali estava da noite anterior.
Olharam-se durante uns segundos, envolvidos num silêncio não constrangedor mas, de certa forma, incomodativo. O Sol brilhava por uma pequena janela lateral mas não iluminava quase nada. Desenhava, na parede oposta, um simples quadrado do luz parecido aos panos usados nos jogos de sombras das crianças.
- Deverei voltar para a pensão ou esperar por Euronymous? – Perguntou Liath.
- Nem uma coisa nem outra. – Respondeu Ethaniel. – Tu vens comigo.
Liath ia para tentar falar mas foi interrompido por Ethaniel que levantou um dedo e lhe repetiu o pedido. – Senta-te.
Liath assim o fez embora relutante. Sempre fora ele a dar as ordens, excepto quando Isabelle estava presente, e não gostou de ser calado pelo Magi.
Sentou-se na poltrona forrada de pele e deixou-se encostar para trás. As suas mãos subiram e percorreram o seu rosto. Depois levou-as até atrás da sua cabeça e aí cruzou os dedos. Ficou nessa posição, não tão de príncipe ou rei, mais de vassalo ou criado, durante um bocado, apenas mirando o Magi incessantemente até este falar.
- O meu pai teve de partir cedo – Afirmou o Magi – E deixou-me encarregue de te entregar esta carta. – Retirou um envelope creme de dentro da sua fatiota e passou-o a Liath – E depois partirei contigo para onde decidires ir.
- Para onde decidir ir? – Disse o Humano enquanto pegava e abria o envelope. Rasgou o selo sem cuidado e tirou de dentro do invólucro uma folha de pergaminho barato escrevinhada com umas letras finas e pomposas. – Que quereria ele dizer com isso? Como posso eu saber para onde me dirigir?
- Ele disse que saberias após leres a carta. – Disse o Magi apontando para o pergaminho.
Liath desdobrou o pergaminho e leu, em voz alta (pois pensou que, se viajariam juntos, Ethaniel tinha todo o direito de ouvir aquilo.).

Euronymous,
Três Luas Cheias de Uma Meia Noite,
Yondîl

Caro Liath, Príncipe de Gorgondël,
Cidade Una do nosso Mundo,

É com enorme tristeza que me ausento apenas a poucas horas do nosso previsto encontro, mas surgiram problemas em Ráchan e vi-me forçado a partir de surpresa.(1) Após resolvidos, espero também poder encontrar novas pistas para compreender melhor a lenda que te liga tanto a ti como ao meu filho, Ethaniel, ao destino do Mundo. Espero, pois claro, que, assim que todos estes problemas estejam resolvidos, nos possamos, finalmente, encontrar e discutir a vossa viagem mais pormenorizadamente. Até lá conto apenas com a forte amizade que espero que ambos venham a ter. Apenas essa ligação entre vós permitirá a salvação tanto dos Humanos como dos Magi’s.


Liath afastou os olhos do pergaminho e encaminhou-os para os de Ethaniel. Uns dourados e brilhantes, outros negros e sombrios, não existia melhor ligação possível. Depois voltou-se para a carta e continuou a ler.

Devido às habilidades de Ethaniel aconselho-vos a seguir para Fírmann, a Cidade do Leste. O que se passa lá não vos posso ainda dizer com todas as certezas. Digo-vos apenas que Ethaniel será uma grande ajuda.

E dou-vos um conselho e um aviso.

Sigam para Sul primeiro. Quando avistarem uma torre alta, bem lá no horizonte, virem para Leste e prossigam daí.(2) Em nenhuma circunstancia sigam directamente para Leste e tentem não caminhas nas Estradas Principais.

O meu aviso: de forma alguma deverão manter uma conversa, seja com Humano ou Magi, se nela for mencionado o nome Maulgrave. Não revelem quem são nem o que vão fazer. E, se por acaso se encontrarem com Maulgrave… desejo-vos sorte… muita sorte…(3)


- Maulgrave? Quem é Maulgrave? – Perguntou Liath ao Magi.
O Magi encolheu os ombros e abanou a cabeça. – Não sei. Só sei que, pelos vistos, vamos para Leste. Devias mudar de roupa. Dizem que o clima é muito quente no Leste, morrerias de calor com todo esse agasalho que vestes.
Liath reparou na sua roupa. Quase toda ela tinha uma forra por dentro, de pele quente e macia, que lhe tirava o frio. Mas que outra roupa tinha ele?
- Sou mais alto que tu mas acho que tenho ali alguma coisa mais leve que te sirva. – Disse Ethaniel como se lendo os pensamentos do Humano. – Vem comigo.
Saíram da sala de estar e seguiram o corredor até chegarem ao fundo, onde se encontravam três portas. Liath supôs que uma fosse para a cozinha e as outras duas os quartos. Ethaniel chegou-se perto da porta da direita. Não tinha qualquer fechadura. Ele levantou a mão direita e, com o dedo indicador, desenhou uma meia-lua no centro da porta. Ouviu-se um click e a porta abriu-se para dentro. Entraram ambos.
- Vejo que não és nada como a tua mãe. – Afirmou Ethaniel enquanto corria os cortinados e abria uma janela rectangular e comprida que cobria quase toda uma parede. – Ela teve um ataque quando fiz Magia em frente dela.
- Pois… - Disse Liath semicerrando os olhos quando sentiu o pesar do Sol que entrava de rompante no quarto. – Ela pode ser assim.
Sorriu e Ethaniel devolveu-lhe o sorriso.
Agora acostumado à luz forte do Sol, Liath conseguiu apreciar o quarto na totalidade. Era, muito possivelmente, o quarto mais belo que ele alguma vez vira. As paredes eram completamente negras e, em todas elas, estava incrustado um losango de vidro com um líquido púrpura dentro, que borbulhava de mansinho, agora, com o calor do Sol. A cama era grande e tanto os pés como a cabeceira estavam finamente esculpidos com figuras de anjos a tentarem levantar voo mas impedidos, pois estavam agrilhoados, com correntes verdadeiras, à cama. Os anjos eram da cor dos olhos de Liath, dourados, e as correntes eram de um púrpura ligeiramente mais escuro que o dos losangos. A colcha que cobria a cama era toda ela tecida com desenhos geométricos de cores escuras. A janela, reparava agora Liath, estava também ela esculpida. O parapeito da janela estava esculpido com mais anjos, alguns de pé, os seus braços estendidos ao céu num pedido mudo, outros de joelhos, talvez sem forças para súplicas. Mas todos eles estavam acorrentados ao parapeito pelas tais correntes púrpura.
As partes laterais da janela eram, cada uma, a escultura de uma grande Torre, e do topo da janela pendiam, agora afastados para os lados, uns cortinados negros com os mesmos desenhos da colcha.
Liath não conseguia conter o espanto; os seus olhos bem abertos tentavam absorver todo e qualquer centímetro daquela maravilhosa arquitectura. Sem querer, deixou-se ficar com a boca meio aberta. O Magi reparou.
- Pareces admirado com o meu quarto. – Disse Ethaniel arrancando Liath de um espanto sonhador.
Nunca pensei que fosse tão belo, tão artístico… – Disse Liath.
- E ainda não viste nada. – Continuou o Magi. – O Sol aquece o líquido púrpura dos losangos e, de noite, eles brilham e deixam o quarto envolto numa aura mística… As luas, por vezes até as três, põem-se no horizonte e desta janela consegue-se ver tudo. Não existe melhor vista em melhor ambiente. – Concluiu ele.
- Um ambiente digno de um Rei. – Afirmou Liath.
- Ou de um Príncipe.
Liath sobressaltou-se. O Magi havia-se aproximado dele demasiado e tocara-lhe ao de leve na mão. O Humano afastou-se dois passos e baixou o rosto.
- Não te preocupes, não te mordo. – Afirmou Ethaniel enquanto atravessava o quarto. Do outro lado da cama, na parede oposta à da janela, no chão, estavam uma pequena cómoda de duas gavetas. Ethaniel abriu a segunda gaveta e tirou lá de dentro uma camisola creme e umas calças de seda castanhas e largas. – Experimenta isto.
Liath ergueu o rosto. Estava escarlate de vergonha.
- Aqui?! – Perguntou, a sua voz rouca.
Ethaniel levantou-se e olhou para o Humano. – Sim, aqui. Eu saiu, tu vestes-te. Está bem assim?
Ethaniel sorriu por dentro, sabia que Liath estava envergonhado. Liath assentiu com a cabeça; não tinha forças para falar tal era a vergonha. O Magi saiu do quarto, ouviu-se o click da porta, e Liath respirou fundo.
Nunca se sentira assim tão inferiorizado perante ninguém. Como conseguia Ethaniel deter tanto poder sobre ele? Seria devido à Magia? Deveria ele tomar cuidado, tal como Isabelle, sua mãe, lhe dissera?

Liath despiu a sua roupa e vestiu a do Magi. Estava-lhe grande, mas não muito. Liath supôs que aquelas roupas já tivessem alguns anos e pertenceram a Ethaniel quando ele era mais novo.(4) A camisola ficava-lhe apenas um pouco comprida. De resto até parecia ter sido feito à medida do seu corpo, como uma segunda pele. As calças eram já por si largas e compridas. O Humano teve de dobrar o tecido e metê-lo para dentro das botas negras quando as calçou. Assim, as botas pareciam grandes copos de onde transbordava um liquido castanho espumoso. Dobrou a sua roupa em cima da cama de Ethaniel e depois dirigiu-se à porta.
- Podes entrar. – Disse.
Ouviu-se de novo um click e a porta abriu-se de novo para dentro. Ethaniel entrou sem olhar para Liath.
   
[CAPITULO AINDA NAO ACABADO]
« Última modificação: Dezembro 28, 2007, 22:47:40 por JLMike » Registado

Nunquam magnum ingenium sine mixtura dementea fuit...
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« Responder #1 em: Dezembro 28, 2007, 12:35:42 »

Gostei  Grin Está muito bom, digamos assim de passagem.
Só fiquei com uma pequena dúvida... quando li os outros capítulos tive a impressão de que os magi tinham uma estatura mais pequena e esguia de que os humanos. Achei estranho o facto das roupas do Ethaniel ficarem um pouco largas e compridas ao Liath. É por alguma razão em especial?

Já agora, no outro dia encontrei uma coisa que talvez te interesse:

http://www.saidadeemergencia.com/index.php?page=Articles.ArticleView&article_id=150&SSID=eqqa3biidseul9su91k4u610c2&SSID=eqqa3biidseul9su91k4u610c2

é um concurso literário sobre o género fantástico. Talvez já soubesses da existência ou talvez não estejas interessado, mas sinto que é meu dever informar-te, tendo em conta a qualidade dos teus "escritos"  Grin

Até "ao resto do capítulo"  Wink
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"...Voltará dançando, bela sendo,
Voltará criança pequena, correndo,
Voltará eterna sinfonia,
Voltará assim um dia."

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« Responder #2 em: Dezembro 28, 2007, 12:53:46 »

Obrigado Leto ^^ Não sabia de tal concurso =) depois, quando tiver tempo (hoje à noite, depois do Work) dou uma olhada.

Sim, estás certo. Os Magi são quase sempre de estatura mais baixa que os Humanos.

Ethaniel é um Magi "especial". Ele é filho de dois Humanos. É algo raro de acontecer, mas acontece. E, nesses casos, muitas das vezes, o Magi pode tornar-se alto, como um Humano.

Obrigado pela observação, assim fica aqui o esclarecimento.
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« Responder #3 em: Dezembro 28, 2007, 18:48:29 »

Vocês entram na ficção como se de realidade se tratasse... De facto, isso significa tão somente que a escrita é muito boa e a história é perfeitamente verosímil...
Um abraço
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« Responder #4 em: Dezembro 28, 2007, 22:55:03 »

(1) Esta partida repentina a Ráchan dá-se porque aparecera na Cidade do Oeste um estranho Ser que afirmava que derrubaria a Torre Santa dizendo que se não o fizesse o Mundo seria destruido. De momento, o pequeno corpo militar daquela cidade mantinha-o afastado mas seria necessária mais ajuda.
Euronymous, ele prórprio pertencente à Ordem dos Meditadores Áureos, foi chamado para assisti-los no que pudesse.

(2) A torre que Euronymous fala é, na verdade, a própria Torre da Terra, um dos Quatro Faróis. Euronymous decide-se por enviar Ethaniel e Liath para Leste, para a Torre do Fogo, devido à magia de Ethaniel; a sua magia é mais ligada à água, sendo ele, assim, um Adepto da Água, ou, como é chamado na Lingua Daqueles Que Sabiam, Aquaas Adeptum.

(3) O próprio Euronymous nem sabe o que diz com aquelas palavras. Nunca viu Maulgrave nem nunca conheceu alguém que o tenha visto. Apenas lera, num dos seus antiquissimos livros, que ele apareceria quando o mundo estivesse em declinio, tal como outros três Seres miticos, e que, os quatro, teriam um grande papel na profecia, na Lenda das Quatro Torres.

(4) As roupas tinham, de facto, alguns anos, mão não muitos, talvez dois ou três. Ethaniel nunca usara aquelas roupas, sempre preferira a estranha fatiota negra que lhe cobria todo o corpo. A camisola e as calças tinham sido oferecidas a Ethaniel após este ter ajudado um Alfaiate , com magia, nuns trabalhos importantes para o Rei de Yukkai, agora falecido. O Alfaiata dissera-lhe que a camisola mantê-lo-ia quente numa noite de Inverno e fresco numa tarde de Verão, mas o Magi nunca o comprovara. As calças, explicou-lhe o Alfaiata, nunca se rasgariam com uma faca vulgar, seria preciso mais do que isso para estragar aquela peça.
Suspeita-se que o Alfaiate fosse um Magi também, e que tenha encantado aquela roupa, mas nunca se confirmou. Até Ethaniel já se esquecera do episódio e simplesmente dera as roupas a Liath sem ver quais eram.
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« Responder #5 em: Dezembro 29, 2007, 12:06:04 »

Uma explicitação muito pormenorizada e muito interessante|
Um abraço
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« Responder #6 em: Dezembro 29, 2007, 12:26:49 »

Obrigado Goretidias

Todo o livro vai tendo estes pequeno roda-pés, um pouco à la Susanna Clarke em Jonathan Strange and Mr. Norrell, contendo alguma informação adicional e possivelmente interessante de se ler.

Estou a pensar em deixar de publicar aqui o resto do livro, foi tenho intenção de participar com ele no concurso da editora Saida de Emergencia, referido por Leto no post acima... acabarei de escrever o terceiro capitulo e publico aqui. A partir daí apenas, talvez, algum excerto, que eu ache mais interessante ou mais engraçado de se ler.

Obrigado a todos os que leram Wink
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« Responder #7 em: Dezembro 29, 2007, 19:28:51 »

Ahhh!!! O que as minhas influências fizeram... Agora vou deixar uma história linda a meio... fiquei destroçada  Cry loool

Mas fazes bem em querer participar =D
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« Responder #8 em: Dezembro 29, 2007, 20:59:44 »

Mas podes sempre deixar uns pedacinhos para publicidade! Ou começar a escrever outro!
Um abraço
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« Responder #9 em: Dezembro 29, 2007, 23:34:07 »

Outro?! Oh meu deus!

Querem matar-me com trabalho? Tongue

Já tenho outro que deixei parado para começar este... e o outro já ia com 30mil palavras...

Durante muito tempo não que projectos novos =P eheh
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« Responder #10 em: Dezembro 30, 2007, 09:47:43 »

Então... podes sempre cá pôr o que deixaste a meio  Grin
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« Responder #11 em: Janeiro 05, 2008, 23:24:24 »

[CONTINUAÇÃO]

Ouviu-se de novo um click e a porta abriu-se de novo para dentro. Ethaniel entrou sem olhar para Liath.
- Já estás preparado? – Perguntou Ethaniel repentinamente. Não esperou por resposta e continuou. – Óptimo! Temos de partir já.
Apressou-se na direcção da janela, espreitou para um lado e para o outro da colina e abriu o vidro para cima. Uma brisa fresca entrou no quarto; os cabelos de Ethaniel esvoaçaram com ela.
- Vamos – disse, apressado, os seus olhos negros a brilharem de ansiedade.
- Mas porquê? – Perguntou Liath que não entendera esta abrupta mudança de planos. – Porque temos de partir agora, e porque temos de o fazer da tua janela?
Mas assim que acabou a sua pergunta obteve logo a resposta.
Knock knock knock.
Alguém batia a porta e não era um bater normal.
- Abram em nome de Maulgrave.
Os olhos de Liath cruzaram-se com os de Ethaniel e ele entendeu a pressa.
- Como soubeste? – Perguntou enquanto atravessava o quarto.
- Não soube, foi intuição. – Disse Ethaniel afastando-se para o lado e deixando Liath pular por cima do parapeito. – A Magia tem destas coisas. – Acrescentou com um sorriso.
Liath saltou o parapeito com facilidade mas Ethaniel conteve-se um pouco: não tinha muito jeito para estas coisas. Sentou-se no parapeito, passou os pés para o outro lado e, com imenso cuidado saltou, tropeçando ao bater no chão e quase caindo. Foi Liath que impediu que isso acontecesse agarrando-o de frente e puxando-o para cima.
- Desculpa, – Disse Ethaniel. – Mas não estou acostumado a exercício físico.
- Não faz mal… és um Magi, é normal.
Ethaniel afastou-se dos braços de Liath e perguntou:
- Que queres dizer com isso? Que sou inferior a ti?
“Não, não. – Afirmou Liath. – Nada disso, não queria de forma alguma ofender-te. Mas é normal um Magi não estar habituado a esforço físico. – Liath reparou que aquele medíocre pedido de desculpas não resultara e por isso acrescentou: - Tal como nós, os Humanos, não somos tão aptos para as coisas da Mente.
Ethaniel pareceu gostar da resposta e não contestou mais. Apontou para um caminho de areia batida meio escondido por entre as árvores e disso que ambos deveriam seguir por ali, que chegariam ao portão de Yondîl bastante depressa e que, depois, podiam seguir para Sul e depois para Leste, tal como Euronymous dissera na carta.

E acaba aki o terceiro capitulo.

A partir de agora não ponho cá mais nada relacionado com esta historia, só algum excerto para fazer "publicidade" lol

Espero que tenham gostado de ler tanto quanto eu gostei de escrever =)
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« Responder #12 em: Janeiro 09, 2008, 13:49:38 »

Gostamos sim, e esperamos pelos tais pedacinhos!
Um abraço
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« Responder #13 em: Janeiro 09, 2008, 14:58:08 »

Se os pedacinhos vindouros forem como este...
...E ainda só vamos no capítulo...III
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