pedrojorge
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« em: Janeiro 12, 2008, 15:40:45 » |
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Chuva David esperava impacientemente à porta de casa da senhora Lopez. Permaneceu silencioso até que a ventilação, que sobressaltou das gretas da porta, o acordou. — Boa noite. A minha mulher não está? — Não. — Sabe… é que ela não está em casa e não consigo imaginar onde é que a possa encontrar. — Aqui não está. Agora estou a lembrar-me de que há bocado saiu daqui um bocado preocupada, sem proferir uma única palavra, somente um sorriso amargo. — Obrigado. — Voltou as costas, pairou a pensar durante alguns segundos, a luz do corredor estava fraca e os olhos com o cansaço doÃam-lhe. Naquele dia tinha feito cem quilómetros de estrada, a Santiago e a regressar, fora tratar de uns assuntos à metrópole e fazer as compras alimentares, razões suficientes para descansar e dormir um bom sonho, só acordando a meio da manhã do dia seguinte. A senhora acabou por fechar a porta e não dizer mais nada, apercebeu-se de que ele estava preocupado demais para lhe falar de algum assunto, de qualquer que fosse. Voltou atrás, aceitou que não eram razões suficientes a ponto de fazer uma tempestade daquele tamanho, possivelmente a sua mulher tivera de ir a algum lado, mas como? Ela sabia que os convidados chegariam e também já eram horas de estar em casa. As luzes do corredor apagaram-se como de costume à quela hora, uma sensação de esfriamento trespassou-lhe a espinha, imaginou o perigo que a sua esposa corria à quelas horas. Optou, finalmente, por mergulhar na escuridão do corredor. Quando chegou a casa viu apenas a porta aberta e a luz do seu interior. Visionou o plano frontal da porta e viu os convidados alegres a falarem e a abraçarem o seu futuro genro: Clark; e a sua filha: Joanna. — Pai, finalmente! Onde foste? — Viste a tua mãe? — Não. Ela não disse nada, nem a vi sair. Nós fomos à s compras. — Começou a falar da sua relação com Clark, sobre o que faziam no dia a dia, sobre o que de extraordinário viveram juntos. Porém, David estava preocupado demais para lhes dar atenção. Rapidamente, todos se levantaram e agarraram nas malas no âmbito de arrumar a roupa que trouxeram. David permaneceu entroncado à beira da porta, à espera da sua esposa que desapareceu, misteriosamente, sem avisar. Passaram duas horas e nenhum sinal indicava a vinda dela. Há uma da manhã onde estaria? Os visitantes já tinham incorporado a atitude da mulher como uma falta de respeito, pensavam que não estaria ocorrente da nova atitude do marido. — Pai… O que terá acontecido à mãe? — Acho que nada… mas deve ter acontecido com outra pessoa. Ela passou pela vizinha, a senhora Lopez, e nem a cumprimentou. — Não devias ir à procura dela? — Vai dormir, faz-te bem, tens andado tão atarefada, vai lá. — Não vale a pena estares aà à espera, deita-te no sofá. — Não disse mais nada e foi dormir. No lado oposto da sala, David, permanecia estatizado pelo desassossego, opostamente, a força do cansaço obrigou-o a sentar-se no sofá, a deitar-se, ulteriormente, na expectativa final de terminar a sequência, a deitá-lo e a adormecê-lo. A meio da noite o telefone voltou a tocar, acordando-o de relâmpago. — Estou. — David… — Lara… — As suas vozes pareceram cruzar-se pela última vez, ou nas últimas vezes. — Estou quase a chegar. — Aconteceu alguma coisa? — Quis ter em atenção o que dizia — podia estar errado —, e do facto ser totalmente ao contrário do esperado. — Sim, e urgente. Falamos já! — Onde estás? Diz. — Mas ela já tinha desligado. A sua preocupação atenuou. Não seria nada de especial. Talvez teria ficado presa no trânsito, mas não tinha explicação. David acabou por se deitar sem pensar mais no problema, e adormecer novamente. Deixou a porta aberta na apreensão de ela não ter chave. Contudo, os espÃritos dispersos pela sala acordaram-no, fazendo-o sentar-se irrequieto no sofá da sala que se encontrava mesmo à frente da porta. Naturalmente, acendeu a televisão para descansar, e mutuamente com o efeito de a apagar, a inquietação assomava-o, o ar misterioso apavorava-o. Não se deparava com a noite da cidade há bastante tempo, estava habituado à noite do mar onde navegava e sentia o ribombar da água, a névoa da noite, as ondas que esfriavam a sua pele, as escamas que escoriavam as suas mãos quando agarrava um peixe, portanto deduz-se que esta nova experiência era assustadora no ponto de vista do que estava acostumado. O Sol irradiou a sua luz contra a porta da casa, ele sentia-se um homem novo. Espreguiçou-se durante alguns segundos, de seguida, levantou os estores verticais que estavam parcialmente a cobrir as janelas. Abriu a porta que se fechara com o vento, além disso, preparou umas sandes na cozinha para abastecer o estômago de calorias. Tomou um duche e voltou à sala de espera. A sua cônjuge ainda não tinha chegado, começara, consequentemente, a magicar ideias depravadas. Aquando do cessar dos aguaceiros aparece a eventual desaparecida imersa em gotas de chuva que a encharcavam de cima a baixo. Continua...
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