O que dizes povo««

[Antonia Ruivo]

O que dizes povo?
Porque choras…Povo
Conta-me quero entender
Porque só agora começas a gemer

Porque parecem curvas as tuas lutas
Dormiste… em… fogueira de acendalhas

Sabes povo…
Nesta hora, na distância marcada pelo tempo
Neste mês de Abril, mês de águas mil
Mil lutas e labutas
Tempo em que se erguem novas disputas

Agora…medito neste país
Tresmalhado, em quimeras afogado
Passaste um mau bocado
Depressa esqueceste, depressa te absolveste
Dos deveres, Para contigo, para com o teu país

Em Democracia
Enquanto tu dormias, alguém se abastecia
Daquilo que tu esquecias
Nesse deixa andar, safa-se quem safar
Alguém cá ficará para contar

Agora povo
Começas a acordar, choras, e lamentas
Levantas os braços em oração
Tão grande é a aflição

Acordaste por fim, Ainda irás a tempo
Ai de mim…
Pega a Democracia de frente
Lembra-te do teu pai e avô valente
Que mesmo na tortura, na fome e na guerra
Nunca deixaram de saber, quem eram,
O que deles esperava esta terra…

Por isso povo
Levanta os braços
Besunta-te na terra
Abraça essa quimera sem era.

.......................Antónia Ruivo


Poema escrito em Abril de 2009, agora modificado.

Ler mais: http://www.escritatrocada.blogspot.com/

[Lucrécia Bórgia]

Bom seria que prosseguíssemos a luta dos nossos antepassados...
Valeu este poema a Abril!

[Goreti Dias]

Parece-me que o povo anda muito esquecido e com pouca força!
Beijo

[josé antonio]

Antónia,

Quanto a mim é que a maioria já nasceu depois de 1974, acho eu e as suas conquistas, enfim desde as playstations e quejandos, muito os deixam perder os valores e a vida...
Quando interrogados muitos respondem que o 25 de Abril foi a Independência de Portugal, e se calhar só está a ser a dos políticos e dos corruptos.
Não desisti de Abril mas acho que tem de surgir urgentemente num mês qualquer uma revolução sem cravos nos canos das velhas G3...feita com a voz e a força de quem está a sofrer até ao nível da fome diariamente!
Abraço
JA