Cristo redentor!!!

[CosmoSe]

Andava aqui nos meus afazeres, a procurar respostas a sabe lá Deus (ou o Diabo) a que perguntas sem resposta quando me deparo com uma surpresa!
Já fui mais produtivo em termos literários no passado. Agora acho que não escrevo assim tanto por questões estéticas e técnicas dos meus textos. Não gosto do que escrevo! (Raios para quem escreve melhor do que eu e está sempre a aumentar a minha barra qualidade!)
Deparei-me com um arquivo laranja, com poemas de 2000 a 2003 da minha pessoa! Claro que o li, ou melhor, passei o óculo rapidamente por ele e deparei-me com maus pedaços de literatura, autênticos abortos mal sucedidos em sucessões quase nauseantes sem pingo de genialidade ou criatividade e enfastiantes momentos de horror classe B sob a forma de palavras! Até sinti pena de mim mesmo por ter escrito o que li! Se eu rasgasse estas folhas e as enterrasse, o solo ficaria bastante fértil com a estrumaria, pensei.
Enquanto pensava sériamente em queimar esta aberração, continuava a ferir os meus olhos com as palavras mal emparelhadas que ia olhando pelo caminho. Dei comigo sem dar conta a entrar numa secção de pensamentos. Uns meus, uns de outros, outros de uns e meus e alguns de todos, e deparei-me com o seguinte dizer.

"A poesia é chama que dá alento ao condenado à vida"

Isto bateu... Maquinalmente fechei o dossier. Revi o que tinha escrito. Tentei recordar-me desses mesmos poemas, das emoções que me levaram a escrever aquelas palavras. Incrivelmente, recordo-me de ter escrito todos eles. Nada de pormenores pequenos como a caneta ou o papel original, mas do local onde os escrevi e o que sentia quando dei ao mundo os mesmos. Eu revi a minha adolescência em 200 folhas e percebo que tenho que honrar aquilo que me salvou da loucura certa nesses anos. A poesia. Aqui me comprometo a apresentar alguns poemas desse tempo neste espaço que é de todos. Os mesmos serão referenciados com o titulo "Dossier Laranja" e a data em que foram escritos. Publico-os antes de mais por mim, pelo meu medo de ser julgado inferior por outros como já aconteceu no passado, mas também os mostro ao mundo de quem os queira ler, sem compromissos. E de novo me recordo

"A poesia é chama que dá alento ao condenado à vida"

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Parece, CosmoSe, que o percurso de todos nós é semelhante. Escrevemos num tempo (por necessidade, acredito), depois odiamos o que escrevemos. Depois amamos de novo. Sentimos vergonha, nos orgulhamos. Escondemos e, por fim, mostramos. Afinal de contas, são nossas criações, pedaços de nós.

Grande abraço do Oswaldo

[Pamp1980]

Eu continuaria a ler mais...soube a pouco porque gostei.

Parabéns,

Abraço 

[Goreti Dias]

Sempre haverá quem aprecie e quem desdenhe do que escrevemos... paciência!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

É verdade, Goreti.