Figas de Saint Pierre de
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« em: Julho 27, 2010, 09:10:47 » |
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O MEU GUARDA-FATOS. Renasço em todos os dias, Nu, Apenas a minha pele veste meu corpo! Olho-me no espelho do meu guarda-fatos, Sim, Parece que sou um homem, Mas estou despido Penso que o Homem é um ser natural, Mas é-lhe proibido andar nu!
Com não é uma ave, Com penas, Obrigam-no a esconder E a tapar o que tem entre-pernas!
Tenho de vestir uma outra qualquer pele, Outra fatiota, Mesmo que não seja minha, E com ela faça batota!
Duma gaveta tiro e visto umas cuecas E visto uma camisola que cobre o abdómem! Pronto, já sou um Homem!
Em muitas repúblicas é proibido mostrar as partes, ditas pudicas, não se pode usar roupas transparentes, porém, em democracia há muitas contradições, exigem ver as contas correntes, as transações, por causa dos cifroões, pôr tudo a nu, por causa dos impostos e outras coisas mais, mas os órgãos sexuais, esses não!
Não podem ficar expostos!
Olho-me no espelho do meu guarda-fatos! dentro estão algumas vestimentas; cada uma para uma ocasião, cada uma é bilhete de identidade social!
Tenho roupa para um casamento, oupa para um nascimento, roupa para um arraial e roupa apropriada para um funeral, para não parecer mal, nessa altura também uso uma máscara de pesar, de tristeza pessoal, nos intervalos contam-se e ouvem-se umas anedotas!
O espÃrito superior do Homem vive no seu interior. nele reside toda a grandeza do ser humano, porém, se não vestir outra qulaquer pele artificial; um fato e uma gravata, então é tido como um animal, um psicopata.
Tem de ser assim, dizem, para que um hoemem seja um ser social, porque nu ou de tanga, em Ãfrica, na Ãsia, na Europa, ou num bairro de lata em Portugal, isso é tido como anormal, excepto se for numa boa praia social, onde se aprecia nua uma boa catraia, ao natural, ou uma bela mulher madura! Então, sim, aà já é o belo da Natureza no seu esplendor!
No espelho do meu guarda-fatos, vejo a minha pele, que é só uma!
As roupas usam-se, rompem-se, depois deitam-se fora, foram apenas disfarces!
A pele que cada homem tem é muito sua, mas não tem liberdade de andar com ela toda ao natural, nua!
Ainda por cima rapa muito o pêlo,
Veste a pele do lobo, de bobo ou de camelo!
Homem ao natural é que não pode sê-lo!
Para ser um Homem, tenho de andar bem vestido, cobrir-me com qualquer fantasia, para outros enganar no dia-a-dia!
Olho o meu guarda-fatos!
Hoje, que vou vestir?
Hoje, quem vou enganar?
Há por aà tanto rico, que veste de pobre, para não ter nada que dar!
Para eles, ter uns tostões é só para cima de milhões!
A maioria do Povo, esse, veste com mais verdade, veste a roupa de pedinte; a da manhã, a da tarde e também a do dia seguinte!
Mas, afinal, hoje, que visto eu?
Francamente, nada me apetece!. Só queria ser apenas eu. Não queria vestir nada para ser camaleão.
O que todo o Homeme precisa, urgentemente, é não de vestir bem o corpo, mas sim bem vestir a mente!
Sim. O que é preciso é vestir bem o JuÃzo, que anda por aà muito nu em muita cabeça, que mais valia ser um cu! ,,,,,,,,,,,,,,,,,,xxxxxxxxxxxxxx,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo (o figas de saint pierre de lá-buraque) S. Pedro da Cova Gondomar-PORTUGAL
Nota do autor: Este texto foi publicado no JN, em 1995/02/11. Tirei-o do mofo da gaveta e pô-lo aqui, a arejar
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