CIDADE DO CAOS - MÁQUINAS E CORPOS

[CAMPISTA CABRAL]

   Carro veloz.
   Passa um. Passam dois e três e outros carros mais...
   E não se vê rostos. V~e-se fuzis e mãos.
   Mãos e fuzis.
   Rio de Janeiro e uma data qualquer de um ano qualquer. Sol o dia inteiro. Bala de fevereiro a fevereiro. Traçante.
   Traça e traga homens feitos e meninos e menininhas do Leblon.
   Às dez horas todos saem para o baile e o pó arranja-se fácil. Narinas da zona norte e da zona sul sentem a qualidade do pó. É branco. É muito. É doido. É sangue.
   Não há classe.
   Há fuzis e mãos e sexo e olhos perdidos e não há tempo há pulsação. E o bate boca e o acerto de contas e o carro veloz que corta a Linha Amarela e desepeja ódio e desigualdade e desgoverno pra cima de dois homens em outro carro.
   Máquinas e corpos no chão.

[Eduarda]

Campista,

a realidade da cidade sol, mas que em tantas outras as mãos e balas se fazem também ouvir.

onde irá parar esta sociedade do poder das armas!

bj

[CAMPISTA CABRAL]

Eduarda,

É algo que nos impressiona e nos apavora! Até quando?

Abraços!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Forte! Mas necessário falar.
Apesar do tema, a escrita é ótima como sempre.

Abraço.

[CAMPISTA CABRAL]

Obrigado Oswaldo!

Gosto de olhar para todos os lados e de escrever sobre várias coisas. Quando assisti a Carandiru, Cidade de Deus, Tropa de Elite, por exemplo, fiquei com uma vontade muito grande de escrever sobre a violência, mas deixei para frente. Enfim, chegaram os primeiros pedaços dessa prosa-grito.

Abraços!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

E chegaram com muita qualidade!

[CAMPISTA CABRAL]

Obrigado mais uma vez!
Estou desenvolvendo agora alguns contos que caracterizam determinadas mulheres. Perfil de mulher! Vamos ver!

Abraços!

[Oswaldo Eurico Rodrigues]

Já conheci a Lucinha e a Viviane. Amei-as.

[CAMPISTA CABRAL]

Há outras! Virão com o tempo!

Abraços!