Cláudia Isabel
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« em: Agosto 31, 2010, 15:27:10 » |
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Amantina estava totalmente agitada, Manuel viria buscá-la dentro de poucos minutos e ela realmente não sabia o que fazer, teria de se agarrar de modo ingrato e desonesto à sua única pista. Ele era a sua morte e a sua paixão.
- Pára, não me batas mais, não o fiz de propósito, não o fiz, eu amo-te, perdoa-me...
- Imperdoável, não posso, não quero, se tentares algo, já sabes o que acontece..
As vozes dos seus pais assomaram à sua mente de modo claro, de repente como num flash, voltaram e foram embora, Como é que ela nunca se lembrara disto antes, a sua memória pregava-lhe partidas, sim, ela só de lembrava de fragmentos da sua vida passada com os pais, mas mesmo assim sabia que havia algo a descobrir...
Parou no alpendre da porta...
gritos.... -Não, por favor, não, isto destruir-nos a vida, ele vai-nos perseguir...
- A culpa é tua, vou bater-te até ao último dia da tua vida...
uma nova memória, isto já era demasiado para uma pessoa.
Desceu as escadas e encostou-se à parede fria, estava banhada em suor e com leves tremuras, tinha de se recompor, lá fora o seu amor podia ser o seu maior inimigo.
Amantina entrou no carro, Manuel recebeu-a com um sorriso encantador e um beijo profundo, daqueles que nos limpam imediatamente todos os resquÃcios de suspeitas face à pessoa que nos abraça e nos encanta naquele momento.
Jantaram num dos melhores restaurantes da região mas não falavam só se miravam como que dois seres que se tentam descobrir pelo olhar. Nada falaram sobre o que aconteceu a D.Helena, nada sobre o túmulo, nada sobre as suspeitas, este silencio começava a ser comprometedor até que Manuel a conduziu suavemente numa valsa e ternamente lhe segredou ao ouvido:
- Esta rosa no meu coração te dou toda a ti pois és a dona deste portão que abre só para ti
Perdoa a minha ausência na parte mais delicada mas uma vil urgência me chamara a Praga
O meu coração morre por ti Nestas horas singelas O teu toque suave e o teu olhar são o alimento que me faz viver, respirar
No fim da valsa olharam-se intensamente e mais tarde num resguardo de um quarto uniram-se no corpo, mente e alma, mesmo sabendo que aquilo que os separava poderia destruir o que os unia naquele momento.
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